6 de fevereiro de 2011

Quando não se deve ir ao cinema

Excepto pelas sessões do Porto7 não tenho ido muito ao cinema este novo ano devido aos preparativos do Fantas. Uma escapadela ocasional ao fim da tarde para ver um filme ainda vai sendo frequente, mas aquelas sessões duplas e triplas de antigamente cada vez ficam mais difíceis. Ontem achei que fosse possível. Por causa de um artigo em que estou a trabalhar comecei a rever alguns filmes antigos. Quando digo antigos é com cerca de cem anos, mais década, menos década. Estes filmes na sua maioria duram de cinco a dez minutos e têm um problema muito sério: é impossível ver um só. Primeiro porque ver um filme por realizador só é possível quando o temos em DVD. Se seguirmos o caminho fácil de ver online aparece logo nas recomendações outro filme dele a que não se resiste. Se for realizador de um só filme, ainda é provável que alguém mais tenha feito a mesma adaptação. Se nem isso acontecer, há uma irresistível tendência a ver o que se fazia do outro lado do Atlântico no mesmo ano.

Quando dei por mim tinha visto muitos filmes, muitos géneros, muitos países e muitos cineastas e o dia estava a terminar. Cinema de sábado à noite é uma coisa que abomino, mas tinha de ver o "Black Swan" e aproveitei para também ver "Love and Other Drugs". Que péssima ideia! Não tenho razões de queixa dos filmes, mas já não sabia o que era uma sala cheia. Ironicamente as antestreias têm sido raras para estes lados e quanto ao cinema pago, em "TRON Legacy" tinha a sala completamente vazia, em "Hereafter" menos de vinte pessoas... Ora nestes filmes não foi o que aconteceu.

Para o Cisne Negro sala praticamente cheia. Ao comprar penso que havia uns quatro lugares livres. Ouviu-se barulho de pipocas, mas isso era suportável. Na sessão seguinte foi um inferno. Luz de telemóveis, constantes comentários estúpidos em voz alta, pessoas que ao fim de meia hora insistem em perguntar o nome das personagens, pontapés nas costas... E isso tudo com intervalos pelo meio e sentado na segunda fila. Funcionários do espaço para impor a ordem nem vê-los. É mais importante vender no bar do que proporcionar um bom serviço. O ponto alto foi poder pagar seis euros em vez dos habituais quatro e meio da matinée. Atendendo a que foi uma sessão 4D (pelos pontapés nas costas) justifica plenamente a diferença.

2 comentários:

Cris =) disse...

Acho que se deve acrescentar que não eram crianças... mas sim adolescente e os das fila da frente, adultos... o que agrava a situação!

E não acredito que no Black Swan estivessem crianças e/ou adolescentes.

Se fosse apenas os intervalos, até não me chateia muito... mas a falta de civismo nos adultos (que se reflecte nos filhos) e a falta de actuação dos funcionários é que não se admite!

O Neto do Herculano disse...

Vi Cisne Negro na primeira sessão, devia ter pouco mais de 20 pessoas - e nenhuma pipoca (Salvador às vezes é bom por essas possibilidades anti-verão).