Hilary Swank construiu uma carreira sólida por escolher muito bem as personagens que fazia. Desde "Boys Don’t Cry" (1998) até hoje, apareceu em menos de vinte filmes. A maioria deles são conhecidos e muitos de reconhecida qualidade. Em 2009 deu um passo em falso. Aquele que era apontado como próxima nomeação a Oscar, "Amelia", foi um directo para video em muitos mercados. Seguiu-se um trio de filmes. "New Year's Eve", comédia romântica nomeada a 5 Razzies, "The Resident", thriller da Hammer directo para video, e este "Conviction", um drama baseado em factos reais que só foi feito por sorte. Sorte pode ser um termo exagerado, mas a corrida aos direitos de adaptação começou em 2002, em 2004 perdeu o apoio e em 2007 surgiu uma oportunidade de o fazer independente. Ora como só saiu em 2010....
O mote do filme é a fragilidade dos critérios usados pela justiça. Kenny é acusado de um crime e devido ao seu historial marginal, e por vezes violento, era um bom candidato. Ele nega totalmente os factos, repudia quem tenha cometido tal atrocidade, mas as testemunhas apontam para ele e não há nada que diga o contrário. A sua única esperança é a irmã, Betty Anne. O que pode uma só pessoa sem estudos fazer contra o sistema? Nada. Mas se estudar direito e seguir advocacia, pode ser que tenha um outro prisma do caso, começará a perceber o que dizem e talvez um dia consiga refutar as acusações. Só que isso vai demorar anos, aguentará o irmão tanto tempo na prisão sabendo que está inocente e tem todo o sistema contra ele? E entre família e trabalho terá Betty Anne hipóteses sequer de concluir o curso?
Vamos acompanhar duas lutas na primeira pessoa. A que vemos é a de Betty Anne, a sacrificar a vida pelo irmão em quem não pode deixar de acreditar. A que imaginamos é a de Kenny, que o sistema quer destruir. Ambas duram vários anos, sofrem revezes que derrubariam outros mais fortes.
Num filme isto seria uma história banal. Como é baseado em factos reais só podemos aplaudir quem teve esta dedicação. Mas qual a utilidade de filmar mais um caso entre tantos que existem? No fundo o que importa não é dar a conhecer um caso mal resolvido, ou limpar o nome de pessoas que já morreram. É mostrar ao máximo número de pessoas possível que não deixem de acreditar. Podem perder, mas pelo menos ficam de a consciência tranquila de terem feito tudo o que era possível.
Este tipo de história depende muito do elenco. As limitações orçamentais não se notaram pois a Hilary Swank e Sam Rockwell, os irmãos, juntaram-se Minnie Driver, Melissa Leo, Juliette Lewis e Peter Gallagher. Há um bom esforço de caracterização para os levar dos 20 aos 40. Faltaram diálogos mais marcantes para que deixassem uma impressão.
Nota-se a experiência de Tony Goldwin em televisão (especialmente em séries policiais) pois em vez de deixar as personagens crescerem ao longo do filme, como que as corta a meio para que recomecem no próximo acto. Se no seu trabalho anterior para cinema ("The Last Kiss") isso não se notava por a própria narrativa se prestar a isso, aqui já reduz valor ao filme que mais parece uma mini-série onde altos e baixos regulares fazem o espectador querer voltar no dia seguinte.
A espreitar para ver mais uma grande performance de Swank e lamentar não ver mais uma grande performance de Rockwell.
O mote do filme é a fragilidade dos critérios usados pela justiça. Kenny é acusado de um crime e devido ao seu historial marginal, e por vezes violento, era um bom candidato. Ele nega totalmente os factos, repudia quem tenha cometido tal atrocidade, mas as testemunhas apontam para ele e não há nada que diga o contrário. A sua única esperança é a irmã, Betty Anne. O que pode uma só pessoa sem estudos fazer contra o sistema? Nada. Mas se estudar direito e seguir advocacia, pode ser que tenha um outro prisma do caso, começará a perceber o que dizem e talvez um dia consiga refutar as acusações. Só que isso vai demorar anos, aguentará o irmão tanto tempo na prisão sabendo que está inocente e tem todo o sistema contra ele? E entre família e trabalho terá Betty Anne hipóteses sequer de concluir o curso?
Vamos acompanhar duas lutas na primeira pessoa. A que vemos é a de Betty Anne, a sacrificar a vida pelo irmão em quem não pode deixar de acreditar. A que imaginamos é a de Kenny, que o sistema quer destruir. Ambas duram vários anos, sofrem revezes que derrubariam outros mais fortes.
Num filme isto seria uma história banal. Como é baseado em factos reais só podemos aplaudir quem teve esta dedicação. Mas qual a utilidade de filmar mais um caso entre tantos que existem? No fundo o que importa não é dar a conhecer um caso mal resolvido, ou limpar o nome de pessoas que já morreram. É mostrar ao máximo número de pessoas possível que não deixem de acreditar. Podem perder, mas pelo menos ficam de a consciência tranquila de terem feito tudo o que era possível.
Este tipo de história depende muito do elenco. As limitações orçamentais não se notaram pois a Hilary Swank e Sam Rockwell, os irmãos, juntaram-se Minnie Driver, Melissa Leo, Juliette Lewis e Peter Gallagher. Há um bom esforço de caracterização para os levar dos 20 aos 40. Faltaram diálogos mais marcantes para que deixassem uma impressão.
Nota-se a experiência de Tony Goldwin em televisão (especialmente em séries policiais) pois em vez de deixar as personagens crescerem ao longo do filme, como que as corta a meio para que recomecem no próximo acto. Se no seu trabalho anterior para cinema ("The Last Kiss") isso não se notava por a própria narrativa se prestar a isso, aqui já reduz valor ao filme que mais parece uma mini-série onde altos e baixos regulares fazem o espectador querer voltar no dia seguinte.
A espreitar para ver mais uma grande performance de Swank e lamentar não ver mais uma grande performance de Rockwell.
Título Original: "Conviction" (EUA, 2010) Realização: Tony Goldwyn Argumento: Pamela Gray Intérpretes: Hilary Swank, Sam Rockwell, Minnie Driver, Melissa Leo, Peter Gallagher Música: Paul Cantelon Fotografia: Adriano Goldman Género: Biografia, Drama Duração: 107 min. Sítio Oficial: http://www.foxsearchlight.com/conviction/ |
0 comentários:
Enviar um comentário