O século XX pode ser definido como o do progresso. Todas as artes e ciências tiveram um desenvolvimentos sem precedentes e mesmo Júlio Verne teria dificuldades em sugerir algo mais para ser feito. O cinema não escapou à regra e teve nesse século os seus anos dourados. Cada vez é mais difícil um filme ser considerado genial. (No meio da produção de treta que nos invade constantemente nem um bom filme é fácil de encontrar.) Curiosamente 2001 foi um ano de luxo na produção cinematográfica. Dos 50 melhores da década cerca de 30 foram desse ano. E para mim o melhor deles foi "The Royal Tenenbaums".
A família Tenembaum é muito distinta das demais. O casal tem 3 filhos que o pai é incapaz de amar e de compreender. Depois de expulsar o marido de casa, a mãe consegue mantê-los no caminho certo e tornar cada um deles um génio na sua área. Tragédias pessoais acabam por arruinar a vida de cada um deles e anos depois reencontram-se novamente na casa materna. Royal Tenenbaum é já um velho e quando fica em problemas tenta voltar à família que abandonou há 20 anos. Anunciando que tem apenas seis semanas de vida, fica a morar com eles. A oportunidade que criou de aproximação aos filhos acaba por se revelar mais generosa do que merecia. Apesar de não ter carinho de lado dos filhos - cada um mais preocupado consigo próprio do que com o pai regressado - fica a conhecer os netos. O convívio com as crianças dá-lhe uma nova razão para sorrir e revela-lhe a vida que desperdiçou por tanto tempo. Independentemente daquilo por que está a passar, chegou a altura de mostrar que é um pai presente e resolver os problemas dos filhos.
O elenco é o melhor que alguém poderia arranjar. Wes Anderson tem trabalhado com um grupo muito limitado de actores ao longo dos seus filmes e aqui reune muitos dos maiores. Gene Hackman, Anjelica Huston, Gwyneth Paltrow, os irmãos Wilson, Ben Stiller, Dennis Glover e Bill Murray dão corpo às personagens, Alec Baldwin dá voz ao narrador. Raros são os filmes que conseguem nove estrelas deste nível. Apesar de nem todos estarem no seu melhor momento para muitos foi o melhor papel das suas vidas. Para alguns, Bill Murray por exemplo, foi o ponto de viragem para uma carreira mais séria e brilhante. As personagens são únicas, são perturbadoras e são parte de um trabalho globalmente brilhante.
Com os livros a serem parte fulcral da componente visual do filme, "The Royal Tenenbaums" assemelha-se muito a uma leitura. E como acontece aos melhores livros (e a tão poucos filmes) permite a cada espectador fazer a sua própria leitura. Sem grandes cenários, sem guarda-roupas caros e nenhuns efeitos especiais digitais, esta é uma lição do que é preciso para fazer cinema. É um drama narrado de forma descontraída, é um romance de contornos pouco convencionais e é uma comédia mais inteligente que divertida. Em qualquer um desses géneros é uma referência incontornável.
A família Tenembaum é muito distinta das demais. O casal tem 3 filhos que o pai é incapaz de amar e de compreender. Depois de expulsar o marido de casa, a mãe consegue mantê-los no caminho certo e tornar cada um deles um génio na sua área. Tragédias pessoais acabam por arruinar a vida de cada um deles e anos depois reencontram-se novamente na casa materna. Royal Tenenbaum é já um velho e quando fica em problemas tenta voltar à família que abandonou há 20 anos. Anunciando que tem apenas seis semanas de vida, fica a morar com eles. A oportunidade que criou de aproximação aos filhos acaba por se revelar mais generosa do que merecia. Apesar de não ter carinho de lado dos filhos - cada um mais preocupado consigo próprio do que com o pai regressado - fica a conhecer os netos. O convívio com as crianças dá-lhe uma nova razão para sorrir e revela-lhe a vida que desperdiçou por tanto tempo. Independentemente daquilo por que está a passar, chegou a altura de mostrar que é um pai presente e resolver os problemas dos filhos.
O elenco é o melhor que alguém poderia arranjar. Wes Anderson tem trabalhado com um grupo muito limitado de actores ao longo dos seus filmes e aqui reune muitos dos maiores. Gene Hackman, Anjelica Huston, Gwyneth Paltrow, os irmãos Wilson, Ben Stiller, Dennis Glover e Bill Murray dão corpo às personagens, Alec Baldwin dá voz ao narrador. Raros são os filmes que conseguem nove estrelas deste nível. Apesar de nem todos estarem no seu melhor momento para muitos foi o melhor papel das suas vidas. Para alguns, Bill Murray por exemplo, foi o ponto de viragem para uma carreira mais séria e brilhante. As personagens são únicas, são perturbadoras e são parte de um trabalho globalmente brilhante.
Com os livros a serem parte fulcral da componente visual do filme, "The Royal Tenenbaums" assemelha-se muito a uma leitura. E como acontece aos melhores livros (e a tão poucos filmes) permite a cada espectador fazer a sua própria leitura. Sem grandes cenários, sem guarda-roupas caros e nenhuns efeitos especiais digitais, esta é uma lição do que é preciso para fazer cinema. É um drama narrado de forma descontraída, é um romance de contornos pouco convencionais e é uma comédia mais inteligente que divertida. Em qualquer um desses géneros é uma referência incontornável.
Título Original: ""The Royal Tenenbaums" (EUA, 2001) Realização: Wes Anderson Argumento: Wes Anderson, Owen Wilson Intérpretes: Gene Hackman, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke WIlson, Gwyneth Paltrow, Dennis Glover, Bill Murray, Alec Baldwin (voz) Fotografia: Robert Yeoman Música: Mark Mothersbaugh Género: Comédia, Drama, Romance Duração: 110 min. Sítio Oficial: não tem |
2 comentários:
Um dos meus filmes favoritos, com uma banda sonora excelente, na minha opinião.
Também sou um grande admirado do filme e do Wes Anderson, Izzi!
A banda sonora é muito bem construída, e o Mark Mothersbaugh já fez, inclusive, uns videoclips bastante engraçados.
Obrigado pela visita e pelo comentário! Bom cinema (e bandas sonoras)!
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