Fases políticas norte-americanas já foram, por várias vezes ao longo da história, alvo de retrato e denúncia pelo cinema. Actualmente, todo o clima que se gerou após a invasão dos EUA ao Iraque, despoletou consciências cinematográficas no sentido de mostrar o desagrado, e muitas vezes denunciar casos de abuso de direito e prepotência estadual. Filmes como "Redacted" e "In the Valley of Elah", por exemplo, são fruto dessa moda, tal como a fita que agora abordamos.
O regresso de Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally) aos EUA, vindo directamente de Cape Town (África do Sul), que se esperava normal, acabou por se revelar atribulado. Ao entrar em território americano, foi abordado, vendado e transportado do aeroporto por alguns operacionais da CIA, por existirem provas de contactos telefónicos entre ele e um terrorista islâmico.
Entretanto, algures fora do país, um jovem prepara um ataque suicida, visando Abasi Fawal (Yigal Naor), chefe da polícia local, que anda com dois problemas entre mãos: o afastamento da filha Fatima (Zineb Oukach), e o interrogatório de Anwar, coadjuvado por um analista da CIA, Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal), estacionado naquele país à 5 meses. Entretanto, em terras do tio Sam, a esposa de Anwar, Isabella Fields El-Ibrahimi (Reese Witherspoon), desespera com o desaparecimento, e pede ajuda a Alan Smith (Peter Sarsgaard), um antigo namorado, agora assessor de um poderoso senador (Alan Arkin), que descobre uma íntima ligação entre o bizarro desaparecimento e Corrine Whitman (Meryl Streep), uma das mentes por detrás dos serviços secretos. Com o adensar da trama, as dúvidas de Isabella aumentam, bem como as de Freeman, que começa a ver os seus princípios completamente deitados por terra.
"Rendition" / "Detenção Secreta" marca a estreia do sul-africano Gavin Hood em Hollywood, depois de vencer o Óscar em 2006 para Melhor Filme de Língua Não Inglesa por "Tsotsi". E é uma promissora aposta, até porque assistimos a uma interessante união entre um argumento claramente desafiador do establishment norte-americano e uma realização fugaz, que recorre amiúde a planos escondidos, como se nos estivesse a contar algo proibido e encapotado. Com um ritmo muito interessante, e uma interpretação de Jake Gyllenhaal ao nível do que nos tem habituado, falha na construção das realidades paralelas, mas desviadas temporalmente, até porque, ainda que interessante, sobra como prolongamento narrativo e nunca como um paralelismo que se explica no final.
A fotografia revela-se medíocre, desaproveitando todo o ambiente do Norte de África e das cenas nocturnas, ganhando corpo e expressão o processo narrativo com o evoluir da trama.
Negativamente, destaca-se a sempre (e por vezes cansativa) manipulação dos factos e das verdades, que era escusada, até porque uma apresentação factual isenta beneficiava de sobremaneira o filme e patrocinava uma conclusão justa ao cinéfilo.
O regresso de Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally) aos EUA, vindo directamente de Cape Town (África do Sul), que se esperava normal, acabou por se revelar atribulado. Ao entrar em território americano, foi abordado, vendado e transportado do aeroporto por alguns operacionais da CIA, por existirem provas de contactos telefónicos entre ele e um terrorista islâmico.
Entretanto, algures fora do país, um jovem prepara um ataque suicida, visando Abasi Fawal (Yigal Naor), chefe da polícia local, que anda com dois problemas entre mãos: o afastamento da filha Fatima (Zineb Oukach), e o interrogatório de Anwar, coadjuvado por um analista da CIA, Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal), estacionado naquele país à 5 meses. Entretanto, em terras do tio Sam, a esposa de Anwar, Isabella Fields El-Ibrahimi (Reese Witherspoon), desespera com o desaparecimento, e pede ajuda a Alan Smith (Peter Sarsgaard), um antigo namorado, agora assessor de um poderoso senador (Alan Arkin), que descobre uma íntima ligação entre o bizarro desaparecimento e Corrine Whitman (Meryl Streep), uma das mentes por detrás dos serviços secretos. Com o adensar da trama, as dúvidas de Isabella aumentam, bem como as de Freeman, que começa a ver os seus princípios completamente deitados por terra.
"Rendition" / "Detenção Secreta" marca a estreia do sul-africano Gavin Hood em Hollywood, depois de vencer o Óscar em 2006 para Melhor Filme de Língua Não Inglesa por "Tsotsi". E é uma promissora aposta, até porque assistimos a uma interessante união entre um argumento claramente desafiador do establishment norte-americano e uma realização fugaz, que recorre amiúde a planos escondidos, como se nos estivesse a contar algo proibido e encapotado. Com um ritmo muito interessante, e uma interpretação de Jake Gyllenhaal ao nível do que nos tem habituado, falha na construção das realidades paralelas, mas desviadas temporalmente, até porque, ainda que interessante, sobra como prolongamento narrativo e nunca como um paralelismo que se explica no final.
A fotografia revela-se medíocre, desaproveitando todo o ambiente do Norte de África e das cenas nocturnas, ganhando corpo e expressão o processo narrativo com o evoluir da trama.
Negativamente, destaca-se a sempre (e por vezes cansativa) manipulação dos factos e das verdades, que era escusada, até porque uma apresentação factual isenta beneficiava de sobremaneira o filme e patrocinava uma conclusão justa ao cinéfilo.
Título Original: "Rendition" (EUA, 2007) Realização: Gavin Hood Argumento: Kelley Sane Intérpretes: Reese Witherspoon, Jake Gyllenhaal, Meryl Streep e Alan Arkin Fotografia: Dion Beebe Música: Paul Hepker e Mark Kilian Género: Drama / Thriller Duração: 120 min. Sítio Oficial: http://www.renditionmovie.com |
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