Diz-nos hoje o "Público" que Mário Cláudio, conhecido escritor português, Prémio Pessoa em 2004, afirma em entrevista à revista Tripeiro que do ponto de vista cultural, "o Porto não é nada". Na mesma peça, defende a entrega do Teatro Municipal Rivoli a privados, porque prefere ver a sala com produções teatrais para grandes audiências do que teatro experimentalista para 20 pessoas por noite.
É uma incongruência a opinião de Mário Cláudio. Até porque, ao condenar a política cultural da autarquia portuense, não se entende como defende a ida do Teatro Municipal para mãos de privados. Se há ausência total de política cultural, esta espelha-se na opção de o poder local, a quem é confiada a tarefa de regular a oferta cultural, de se demitir das suas obrigações e confiar a entes privados aquilo a que o contrato social os legitimou a prosseguir.
É, aliás, arrepiante passar hoje em dia na Praça D. João I, e ver a fachada do Rivoli "embelezada" com estrelas cujo centro são as caras dos actores da peça "Música no Coração", em clara memória do teatro de revista que os saudositas tanto gostam de fazer renascer, um produto que, aliás, não tem qualquer tipo de tradição nesta cidade.
De qualquer modo, e na esteira do boa e velha tradição portuguesa, continuamos com a certeza de que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto encontrou irregularidades no processo de "concurso" na entrega do Rivoli a um dos concorrentes, e que, entre outras inovações, a comissão que gere o referido espaço não paga um cêntimo que distribuição de muppis e posters pela cidade, nem pela ocasional ocupação da praça D. João I.
E assim, qualquer admiração pelo esvaziamento cultural da cidade só pode ser coincidência. Até porque, e como está intimamente ligado à desertificação da baixa portuense, o povo vai-se entretendo com operações de cosmética como as corridinhas de aviões e as àrvores de Natal gigantes, e fica vetado a todo o tipo de iniciativas que, concerteza, os elevariam moral e socialmente , e atrairiam um novo tipo de turista que grassa com cada vez maior incidência na Europa moderna: o cultural.
É uma incongruência a opinião de Mário Cláudio. Até porque, ao condenar a política cultural da autarquia portuense, não se entende como defende a ida do Teatro Municipal para mãos de privados. Se há ausência total de política cultural, esta espelha-se na opção de o poder local, a quem é confiada a tarefa de regular a oferta cultural, de se demitir das suas obrigações e confiar a entes privados aquilo a que o contrato social os legitimou a prosseguir.
É, aliás, arrepiante passar hoje em dia na Praça D. João I, e ver a fachada do Rivoli "embelezada" com estrelas cujo centro são as caras dos actores da peça "Música no Coração", em clara memória do teatro de revista que os saudositas tanto gostam de fazer renascer, um produto que, aliás, não tem qualquer tipo de tradição nesta cidade.
De qualquer modo, e na esteira do boa e velha tradição portuguesa, continuamos com a certeza de que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto encontrou irregularidades no processo de "concurso" na entrega do Rivoli a um dos concorrentes, e que, entre outras inovações, a comissão que gere o referido espaço não paga um cêntimo que distribuição de muppis e posters pela cidade, nem pela ocasional ocupação da praça D. João I.
E assim, qualquer admiração pelo esvaziamento cultural da cidade só pode ser coincidência. Até porque, e como está intimamente ligado à desertificação da baixa portuense, o povo vai-se entretendo com operações de cosmética como as corridinhas de aviões e as àrvores de Natal gigantes, e fica vetado a todo o tipo de iniciativas que, concerteza, os elevariam moral e socialmente , e atrairiam um novo tipo de turista que grassa com cada vez maior incidência na Europa moderna: o cultural.
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