A parca produção televisiva em Portugal leva a que, de tempos a tempos, se produz uma peça que vai ser unanimemente considerada como "a maior produção televisiva portuguesa de sempre". Equador, adaptação do romance homónimo escrito por Miguel Sousa Tavares que, acrescente-se, colocou uns milhares de nacionais a ler, não foi excepção.
Por debaixo de um coro de loas ao dinheiro investido nesta produção da TVI, e ao resultado final, li declarações apaixonadas que nos davam conta do uso de panos a tapar prédios inteiros na baixa lisboeta, para daí serem tratados com efeitos especiais que colocariam a série ainda mais na época em que decorre a acção. Um número enorme de actores portugueses a participar no seriado e a própria noção do sucesso de vendas que foi o livro, colocaram-me à frente da televisão para, curioso, observar se tinhamos nova telenovela, ou uma série televisiva como já vimos merecendo à bastante tempo.
Mas, e mais uma vez, aquilo que poderia ser (e só a avaliar pelo primeiro episódio) um importante trabalho televisivo português, queda-se por mais uma peça que não consegue largar os vícios e os códigos das telenovelas, esta de curta duração. Louve-se o trabalho de direcção de actores, que me pareceu muito conseguido, o que ajuda a imprimir algum ritmo que não o de uma novela.
Mas, e isso impressionou-me muito, os efeitos especiais! Que CGI foleiro! Se fosse comprado, havia-o de ter sido numa qualquer Feira da Ladra ou Feira da Vandoma. A cena em que Luís Bernardo Valença (numa boa interpretação de Filipe Duarte) e Matilde Albuquerque (Dalila Carmo) se abeiram de uma varanda na Ericeira, com o mar e o pontão de fundo, estes elementos contruídos por computador, é de uma pobreza e falta de qualidade inqualificável. Sem profundidade, com uma paleta de cores totalmente diversa da dos actores e do set físico, parece um trabalho de final de curso de um qualquer estudante de cinema com más notas.
E, assim se vai, cá pelo burgo, fazendo televisão.
Por debaixo de um coro de loas ao dinheiro investido nesta produção da TVI, e ao resultado final, li declarações apaixonadas que nos davam conta do uso de panos a tapar prédios inteiros na baixa lisboeta, para daí serem tratados com efeitos especiais que colocariam a série ainda mais na época em que decorre a acção. Um número enorme de actores portugueses a participar no seriado e a própria noção do sucesso de vendas que foi o livro, colocaram-me à frente da televisão para, curioso, observar se tinhamos nova telenovela, ou uma série televisiva como já vimos merecendo à bastante tempo.
Mas, e mais uma vez, aquilo que poderia ser (e só a avaliar pelo primeiro episódio) um importante trabalho televisivo português, queda-se por mais uma peça que não consegue largar os vícios e os códigos das telenovelas, esta de curta duração. Louve-se o trabalho de direcção de actores, que me pareceu muito conseguido, o que ajuda a imprimir algum ritmo que não o de uma novela.
Mas, e isso impressionou-me muito, os efeitos especiais! Que CGI foleiro! Se fosse comprado, havia-o de ter sido numa qualquer Feira da Ladra ou Feira da Vandoma. A cena em que Luís Bernardo Valença (numa boa interpretação de Filipe Duarte) e Matilde Albuquerque (Dalila Carmo) se abeiram de uma varanda na Ericeira, com o mar e o pontão de fundo, estes elementos contruídos por computador, é de uma pobreza e falta de qualidade inqualificável. Sem profundidade, com uma paleta de cores totalmente diversa da dos actores e do set físico, parece um trabalho de final de curso de um qualquer estudante de cinema com más notas.
E, assim se vai, cá pelo burgo, fazendo televisão.
1 comentários:
Concordo! CGi de merda...! Sei quem fez os efeitos visuais, já trabalhei com eles, e só posso dizer que a qualidade do trabalho honra bem a qualidade do método de trabalho e preocupação perante o mesmo (fraco!).
Mas nao é de admirar o sucedido, num país onde se pagam 500 euros a funcionarios e em condiçoes precarias, nao é de estranhar que o resultado seja o pior. E a culpa nao é dos artistas que o fazem, mas sim da má gestao de quem está a frente das empresas desta area em Portugal e da falta de motivaçao que provocam diaramente. Depois estranha-se que artistas Portugueses trabalhem em mercados superiores e de qualidade global no estrangeiro. Pudera..., com o fascismo que por cá continua a proliferar, as escolhas a fazer sao inevitaveis. Cada um tem o que merece, e uma produçao destas nao merecia um trabalho tao fraco em relaçao aos efeitos visuais...
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