A profusão de cinema de terror oriental aumentou de forma avassaladora nos últimos anos. Muitos foram os realizadores japoneses e essencialmente coreanos que se dedicaram a investir naquele género e que deram origem a remakes norte-americanos em doses industriais.
Yoon Jong-chan ("Sorum", 2001), Kim Ji-woon ("A Tale of Two Sisters", 2003), Bong Joon-ho ("The Host", 2006) e Park Chan-wook ("Oldboy", 2005) são alguns dos autores mais desconcertantes do chamado K-Horror. Em 2003, Sung-ho Kim realizou "Into the Mirror", thriller de terror que acabou por ser agora adaptado no cinema de Hollywood por Alexandre Aja, em "Mirrors" / "Espelhos".
Ben Carson (Kiefer Sutherland) é um antigo detective da polícia, que abandonou as suas funções após balear mortalmente um colega. Em luta com a bebida e na tentativa de se conseguir reunir novamente com a sua mulher Amy (Paula Patton) e os seus dois filhos Michael (Cameron Boyce) e Daisy (Erica Gluck), começa a trabalhar num antigo centro comercial como segurança nocturno, este abandonado após um incêndio que matou dezenas de pessoas.
Por lá, começa a ter o que aparentam ser alucinações: vê pessoas e acontecimentos nos espelhos, eles que deixam de ter a sua função que é a de reflectir - no fundo, são um mundo completamente novo. Desperado por estes acontecimentos, e após novas mortes que vão acontecendo, Carson decide investigar aquilo que poderá ser a solução para o bizarro facto de os espelhos terem ganho vida. Assim, as pistas levam-no a um convento de freiras na Pensylvannia, onde encontra a chave de todo o mistério.
"Mirrors" / "Espelhos" é mais um produto do terror coreano adaptado aos códigos do cinema norte-americano. Nesse aspecto, cruza referências e premissas que não se adequam de forma consensual à lente ocidental. Mas, e isso parece-me claro, Aja (francês que realizou em 2006 "The Hills Have Eyes" e que escreveu o argumento do pobrérrimo "P2") liberta-se das muitas amarras que por vezes ancoram este género e partiu para o abuso de sangue e gore, bem medidos, o que faz crescer o filme de forma equilibrada até ao seu clímax. Desde o rasgar de garganta com o caco de vidro até ao "bocejo" mortífero da irmã de Ben Carson, observamos momentos cuidados e que enriquecem a estética pretendida.
Por outro lado, e este parece-me o ponto mais importante do filme (em contraponto com a fotografia, que é descuidade e linear), louve-se o belo trabalho de realização e de câmara, que consegue ritmar o filme a preceito, aproveitando com classe, e essencialmente denotando uma pré-produção muito trabalhada, toda a panóplia de sequências e planos que o jogo de espelhos permite. Não enfada (apesar de ser um pouco longo, mas este é um erro cada vez mais recorrente) e mantém uma série de soluções em aberto até ao final, que foge um pouco ao convencional. É, no fundo, uma peça regular e competente, mas que não marcará nenhum ponto na história do cinema de terror.
Yoon Jong-chan ("Sorum", 2001), Kim Ji-woon ("A Tale of Two Sisters", 2003), Bong Joon-ho ("The Host", 2006) e Park Chan-wook ("Oldboy", 2005) são alguns dos autores mais desconcertantes do chamado K-Horror. Em 2003, Sung-ho Kim realizou "Into the Mirror", thriller de terror que acabou por ser agora adaptado no cinema de Hollywood por Alexandre Aja, em "Mirrors" / "Espelhos".
Ben Carson (Kiefer Sutherland) é um antigo detective da polícia, que abandonou as suas funções após balear mortalmente um colega. Em luta com a bebida e na tentativa de se conseguir reunir novamente com a sua mulher Amy (Paula Patton) e os seus dois filhos Michael (Cameron Boyce) e Daisy (Erica Gluck), começa a trabalhar num antigo centro comercial como segurança nocturno, este abandonado após um incêndio que matou dezenas de pessoas.
Por lá, começa a ter o que aparentam ser alucinações: vê pessoas e acontecimentos nos espelhos, eles que deixam de ter a sua função que é a de reflectir - no fundo, são um mundo completamente novo. Desperado por estes acontecimentos, e após novas mortes que vão acontecendo, Carson decide investigar aquilo que poderá ser a solução para o bizarro facto de os espelhos terem ganho vida. Assim, as pistas levam-no a um convento de freiras na Pensylvannia, onde encontra a chave de todo o mistério.
"Mirrors" / "Espelhos" é mais um produto do terror coreano adaptado aos códigos do cinema norte-americano. Nesse aspecto, cruza referências e premissas que não se adequam de forma consensual à lente ocidental. Mas, e isso parece-me claro, Aja (francês que realizou em 2006 "The Hills Have Eyes" e que escreveu o argumento do pobrérrimo "P2") liberta-se das muitas amarras que por vezes ancoram este género e partiu para o abuso de sangue e gore, bem medidos, o que faz crescer o filme de forma equilibrada até ao seu clímax. Desde o rasgar de garganta com o caco de vidro até ao "bocejo" mortífero da irmã de Ben Carson, observamos momentos cuidados e que enriquecem a estética pretendida.
Por outro lado, e este parece-me o ponto mais importante do filme (em contraponto com a fotografia, que é descuidade e linear), louve-se o belo trabalho de realização e de câmara, que consegue ritmar o filme a preceito, aproveitando com classe, e essencialmente denotando uma pré-produção muito trabalhada, toda a panóplia de sequências e planos que o jogo de espelhos permite. Não enfada (apesar de ser um pouco longo, mas este é um erro cada vez mais recorrente) e mantém uma série de soluções em aberto até ao final, que foge um pouco ao convencional. É, no fundo, uma peça regular e competente, mas que não marcará nenhum ponto na história do cinema de terror.
Título Original: "Mirrors" (EUA, 2008) Realização: Alexandre Aja Argumento: Alexandre Aja e Grégory Levasseur Intérpretes: Kiefer Sutherland, Paula Patton e Amy Smart Fotografia: Maxime Alexandre Música: Javier Navarrete Género: Terror / Thriller Duração: 110 min. Sítio Oficial: http://www.mirrorsmovie.com |
0 comentários:
Enviar um comentário