Os nossos amigos do Klowns Asesinos enviaram a sua colaboradora Penélope Callau para cobrir o Fantasporto. Esta noite finalmente publicaram a entrevista feita ao director do Fantas, o nosso António Reis.
Penélope Callau: Como está a correr o festival deste ano?
António Reis: Acho que muito bem, porque os filmes são muito interessantes.
Temos quatro secções competitivas no festival: Fantástico, Orient Express, Semana dos Realizadores e Cinema Português.
Temos convidados interessantes, que são muito divertidos e sobretudo temos um ambiente de festa, as pessoas falam e discutem os filmes, falam com os realizadores e isso é importante, além disso, estamos a mostrar o melhor da cidade do Porto, uma bela cidade para visitar e onde é agradável estar e fazer filmes.
PC: O público pode interagir com os realizadores?
Sim, quando quiserem. Seja na sala ou no lobby onde todos se encontram, entre as sessões, nas conferências de imprensa se houver público, ou em entrevistas particulares se não o houver, isso é muito interessante. Melhor é, por exemplo, quando o público ia conversar com o realizador de "A Serbian Film" para tentar perceber as motivações, e o problema da censura e como foi recebido em San Sebastian e Sitges...
PC: Mas em San Sebastian acabaram por não a projectarem.
AR: Mas se recebeu o prémio especial pelo menos o júri viu-a e tudo isso resultou em propaganda para o filme. É curiosa a reacção do público ao ver o realizador, uma pessoa tão amável, afável e que faz um filme tão provocador.
PC: Sim, realmente é simpático e jovem.
AR: Sim, muito jovem.
PC: E tu o que pensas de "A Serbian Film"?
AR: Vejo-o como uma metáfora da Sérvia e foi útil ouvir a explicação do realizador. O público, viste como reagiu ao filme, saíram desconfortáveis, também incomodados, mas especialmente desconfortáveis, algumas pessoas saíam brancas e acredito que isso é importante. Não é um filme passivo em que os espectadores se ficam pela cadeira, aqui querem saber o que se passa, mas estão incomodados e isso é bom para o filme. E para o festival, claro, é excelente publicidade. Quanto piores as reacções, melhor para o festival.
PC: Não houve problemas com o filme? Em Espanha teve sérios problemas com a censura.
AR: Não, os portugueses são muito... não temos problema de censura e fiquei espantado porque não sabia que se poderia fazer isso em Espanha. Quando falei com o realizador em Cannes e lhe perguntei se havia uma versão censurada, porque corria um rumor de que existia, disse-me que não, que era a versão normal e passamos esse filme. Sei que não é para todos os públicos e não sei se terá distribuição em Portugal, mas penso que em DVD terá um bons resultados.
Agora se me perguntas se é um grande filme, não, acho que é um filme para prémios especiais como em San Sebastian, é um filme especial para um prémio especial.
PC: Olhando para trás recordas-te de alguma edição do Fantasporto que tenha sido especial para ti?
AR: Sim, quando fizemos 25 anos foi uma edição especial pela quantidade e pela fama dos convidados. Ou por exemplo quando esteve Wim Wenders a apresentar o filme, tivemos que fazer a conferência de imprensa no Grande Auditório porque havia demasiada gente a querer assistir. Muitos eram estudantes de Barcelona que tinham vindo apresentar os seus filmes - todos os anos apresentamos curtas vindas de diferentes sítios e nesse ano veio uma escola de Barcelona - e foi incrível a reacção, o debate... Wim Wenders é m homem muito calma, que fala muito pausadamente, mas foi uma conferência incrível.
Considero os convidados a parte fundamental de um festival porque filmes podes ver em todo o lado, já os convidados é mais difícil. O Porto é diferente dos festivais maiores, porque, por ser mais pequeno, os realizadores estão mais próximos e por isso é mais agradável. Nâo há a pressão de Cannes ou a pressão de Sitges, é tudo mais relaxado e por isso os realizadores têm mais tempo livre e são mais amáveis.
PC: Como fazem a selecção dos filmes? Há muitas propostas?
AR: Temos três tipos de programação:
-a que nós fazemos em festivais, como Cannes e Sitges, que são fundamentais, ainda que Sitges seja mais importante porque está mais próximo do nosso festival.
-os filmes que nos enviam, são centenas de DVD's e isso é um problema porque a maioria não interessa.
-e depois temos amigos que nos dizem, como uma tal Penélope Callau que nos enviou "Brutal Relax", e isso é muito importante porque quando conhecemos as pessoas sabemos que quando nos enviam um DVD é porque o filme merece ser isto e por isso é que a seleccionamos e muito bem seleccionada na minha opinião.
Fazemos estes três tipos de selecção e depois vemos o que pode ou não vir.
PC: Podias mandar uma saudação a todos os cinéfilos do género e aos seguidores do nosso portal?
AR: Claro, saudações desde o Festival Fantasporto a todos os seguidores da magnífica página KlownsAsesinos.com e a todos os cinéfilos. Se para o ano nos quiserem fazer chegar curtas interessantes, têm aqui a nossa representante na Catalunha, Penélope Callau (penelope ponto callau arroba klownsasesinos ponto com), que nos fará chegar os vossos filmes.
PC: Muito obrigado e boa sorte para o próximo festival. Foi um prazer poder falar contigo e estar neste magnífico festival. Até para o ano!
Penélope Callau: Como está a correr o festival deste ano?
António Reis: Acho que muito bem, porque os filmes são muito interessantes.
Temos quatro secções competitivas no festival: Fantástico, Orient Express, Semana dos Realizadores e Cinema Português.
Temos convidados interessantes, que são muito divertidos e sobretudo temos um ambiente de festa, as pessoas falam e discutem os filmes, falam com os realizadores e isso é importante, além disso, estamos a mostrar o melhor da cidade do Porto, uma bela cidade para visitar e onde é agradável estar e fazer filmes.
PC: O público pode interagir com os realizadores?
Sim, quando quiserem. Seja na sala ou no lobby onde todos se encontram, entre as sessões, nas conferências de imprensa se houver público, ou em entrevistas particulares se não o houver, isso é muito interessante. Melhor é, por exemplo, quando o público ia conversar com o realizador de "A Serbian Film" para tentar perceber as motivações, e o problema da censura e como foi recebido em San Sebastian e Sitges...
PC: Mas em San Sebastian acabaram por não a projectarem.
AR: Mas se recebeu o prémio especial pelo menos o júri viu-a e tudo isso resultou em propaganda para o filme. É curiosa a reacção do público ao ver o realizador, uma pessoa tão amável, afável e que faz um filme tão provocador.
PC: Sim, realmente é simpático e jovem.
AR: Sim, muito jovem.
PC: E tu o que pensas de "A Serbian Film"?
AR: Vejo-o como uma metáfora da Sérvia e foi útil ouvir a explicação do realizador. O público, viste como reagiu ao filme, saíram desconfortáveis, também incomodados, mas especialmente desconfortáveis, algumas pessoas saíam brancas e acredito que isso é importante. Não é um filme passivo em que os espectadores se ficam pela cadeira, aqui querem saber o que se passa, mas estão incomodados e isso é bom para o filme. E para o festival, claro, é excelente publicidade. Quanto piores as reacções, melhor para o festival.
PC: Não houve problemas com o filme? Em Espanha teve sérios problemas com a censura.
AR: Não, os portugueses são muito... não temos problema de censura e fiquei espantado porque não sabia que se poderia fazer isso em Espanha. Quando falei com o realizador em Cannes e lhe perguntei se havia uma versão censurada, porque corria um rumor de que existia, disse-me que não, que era a versão normal e passamos esse filme. Sei que não é para todos os públicos e não sei se terá distribuição em Portugal, mas penso que em DVD terá um bons resultados.
Agora se me perguntas se é um grande filme, não, acho que é um filme para prémios especiais como em San Sebastian, é um filme especial para um prémio especial.
PC: Olhando para trás recordas-te de alguma edição do Fantasporto que tenha sido especial para ti?
AR: Sim, quando fizemos 25 anos foi uma edição especial pela quantidade e pela fama dos convidados. Ou por exemplo quando esteve Wim Wenders a apresentar o filme, tivemos que fazer a conferência de imprensa no Grande Auditório porque havia demasiada gente a querer assistir. Muitos eram estudantes de Barcelona que tinham vindo apresentar os seus filmes - todos os anos apresentamos curtas vindas de diferentes sítios e nesse ano veio uma escola de Barcelona - e foi incrível a reacção, o debate... Wim Wenders é m homem muito calma, que fala muito pausadamente, mas foi uma conferência incrível.
Considero os convidados a parte fundamental de um festival porque filmes podes ver em todo o lado, já os convidados é mais difícil. O Porto é diferente dos festivais maiores, porque, por ser mais pequeno, os realizadores estão mais próximos e por isso é mais agradável. Nâo há a pressão de Cannes ou a pressão de Sitges, é tudo mais relaxado e por isso os realizadores têm mais tempo livre e são mais amáveis.
PC: Como fazem a selecção dos filmes? Há muitas propostas?
AR: Temos três tipos de programação:
-a que nós fazemos em festivais, como Cannes e Sitges, que são fundamentais, ainda que Sitges seja mais importante porque está mais próximo do nosso festival.
-os filmes que nos enviam, são centenas de DVD's e isso é um problema porque a maioria não interessa.
-e depois temos amigos que nos dizem, como uma tal Penélope Callau que nos enviou "Brutal Relax", e isso é muito importante porque quando conhecemos as pessoas sabemos que quando nos enviam um DVD é porque o filme merece ser isto e por isso é que a seleccionamos e muito bem seleccionada na minha opinião.
Fazemos estes três tipos de selecção e depois vemos o que pode ou não vir.
PC: Podias mandar uma saudação a todos os cinéfilos do género e aos seguidores do nosso portal?
AR: Claro, saudações desde o Festival Fantasporto a todos os seguidores da magnífica página KlownsAsesinos.com e a todos os cinéfilos. Se para o ano nos quiserem fazer chegar curtas interessantes, têm aqui a nossa representante na Catalunha, Penélope Callau (penelope ponto callau arroba klownsasesinos ponto com), que nos fará chegar os vossos filmes.
PC: Muito obrigado e boa sorte para o próximo festival. Foi um prazer poder falar contigo e estar neste magnífico festival. Até para o ano!
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