7 de março de 2011

O Fantas visto de dentro...

...não tem encanto na hora da despedida.

O texto foi escrito ontem, mas devido ao facto de ter visto 3 filmes nas sessões dos prémios não foi possível rever e publicar.


Hoje termina mais um Fantas. Para quem veio como espectador amanhã será um regresso à rotina da vida real, para quem veio como jornalista será uma quebra de adrenalina, para quem aqui trabalhou duas semanas é o fim.
Nada é mais deprimente do que o último dia de um festival. As despedidas ontem foram apressadas e pouco pensadas devido às constantes correrias, mas os poucos convidados que deixaram a despedida para hoje (vindo de manhã propositadamente a um Rivoli deserto para encontrar os amigos) causaram um aperto do coração. Passar meses ou por vezes um ano sem os reencontrar é doloroso e hoje já sobra tempo para pensar nisso.
As salas já não estão cheias de convidados e os participantes irredutíveis que assistiram a tudo durante uma semana hoje não regressaram para repetir filmes. Também a eles dói tanta noite meia-dormida. Para quem tem de estar no Rivoli essas cadeiras vazias e essas caras em falta são novo motivo para angústia. E o simples acto de rever os filmes só piora tudo porque nos lembramos de quem cá esteve a apresentá-los, das pessoas com quem os vimos da vez anterior, das pessoas com quem os discutimos... Também esses partiram e não voltam tão cedo.

Cada ano que passa se conhece mais gente e se associa mais nomes a caras de sempre. Cada ano dói mais a despedida. E cada ano é mais forte o desejo de fazer um Fantas mais longo e mais acolhedor e tudo o que seja necessário para que todos queiram voltar com os seus filmes, para ver os filmes dos outros, ou simplesmente para estar aqui a falar de cinema.


O tema Fantas 2011 está longe de acabar, mas por enquanto é demasiado doloroso recordar...

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