A Economia é um Lugar Estranho
No ano anunciado como o da maior das crises, da redução nos salários e do aumento nos impostos, vem mesmo a calhar um documentário sobre economia. E porque a economia cada vez é mais estranha, o título "O Estranho Mundo da Economia" não surpreende.
Adaptando um livro que deu que falar, aqui temos cinco dos mestres do documentário americano a passarem das palavras para as imagens. Um documentário com guião rígido, montado de acordo com os capítulos do livro, mas onde cada um tratou de temas onde se sentia confortável. Por isso temos logo uma introdução que acusa os vendedores imobiliários de não corresponderem aos interesses dos clientes. Temos uma discussão que se debruça sobre a importância do nome para o desenvolvimento do indivíduo, desde a fase de aprendizagem até à carreira profissional. Outra estuda o verdadeiro responsável pela súbita redução da criminalidade americana há vinte anos. E outra onde se compara os professores que falsificam notas de alunos para melhorar a sua própria avaliação com o mundo dos lutadores sumo e a sua falsa imagem de pureza. Termina subornando adolescentes para serem melhores alunos. Tudo isto é economia, nem que seja o simples exercício de ensinar uma criança a usar o pote.
A divisão dos temas por diferentes realizadores resultou bem porque os capítulos ficam claramente distintos. A animação é uma excelente cola e o tom informal com que cruzam nomes de bebé, educação de crianças, criminosos, abortos e lutadores de sumo torna a ciência exacta que é a economia num vulgar tema de conversa de café. Esse era o objectivo do filme pois não é possível em menos de hora e meia apresentar tantos assuntos de forma séria, científica e compreensível. O que faz é quase uma divagação com palavras-chave e desperta a curiosidade sobre o tema. Os espectadores que fiquem interessados depois irão obter através do livro toda a informação necessária.
Como documentário no sentido tradicional da palavra seria miserável. E nem pode ser visto como um pedido de desculpas dos economistas ao mundo que arruinaram. Apesar de descerem ao ponto de se humilharem ("ao fim de três dias uma criança de três anos já me estava a enganar") numa tentativa de se tornarem acessíveis, ainda precisarão de muito mais até serem perdoados. Com este filme, tal como com o livro, o que conseguem é mostrar que a economia não é um bicho-papão e tem utilidade para tudo, mesmo as mais pequenas coisas do dia-a-dia. Está muito focado nos Estados Unidos, mas como basicamente não somos assim tão dfierentes há muitas ilações que podemos tirar destes ensinamentos. Não dispensa a consulta do livro.
No ano anunciado como o da maior das crises, da redução nos salários e do aumento nos impostos, vem mesmo a calhar um documentário sobre economia. E porque a economia cada vez é mais estranha, o título "O Estranho Mundo da Economia" não surpreende.
Adaptando um livro que deu que falar, aqui temos cinco dos mestres do documentário americano a passarem das palavras para as imagens. Um documentário com guião rígido, montado de acordo com os capítulos do livro, mas onde cada um tratou de temas onde se sentia confortável. Por isso temos logo uma introdução que acusa os vendedores imobiliários de não corresponderem aos interesses dos clientes. Temos uma discussão que se debruça sobre a importância do nome para o desenvolvimento do indivíduo, desde a fase de aprendizagem até à carreira profissional. Outra estuda o verdadeiro responsável pela súbita redução da criminalidade americana há vinte anos. E outra onde se compara os professores que falsificam notas de alunos para melhorar a sua própria avaliação com o mundo dos lutadores sumo e a sua falsa imagem de pureza. Termina subornando adolescentes para serem melhores alunos. Tudo isto é economia, nem que seja o simples exercício de ensinar uma criança a usar o pote.
A divisão dos temas por diferentes realizadores resultou bem porque os capítulos ficam claramente distintos. A animação é uma excelente cola e o tom informal com que cruzam nomes de bebé, educação de crianças, criminosos, abortos e lutadores de sumo torna a ciência exacta que é a economia num vulgar tema de conversa de café. Esse era o objectivo do filme pois não é possível em menos de hora e meia apresentar tantos assuntos de forma séria, científica e compreensível. O que faz é quase uma divagação com palavras-chave e desperta a curiosidade sobre o tema. Os espectadores que fiquem interessados depois irão obter através do livro toda a informação necessária.
Como documentário no sentido tradicional da palavra seria miserável. E nem pode ser visto como um pedido de desculpas dos economistas ao mundo que arruinaram. Apesar de descerem ao ponto de se humilharem ("ao fim de três dias uma criança de três anos já me estava a enganar") numa tentativa de se tornarem acessíveis, ainda precisarão de muito mais até serem perdoados. Com este filme, tal como com o livro, o que conseguem é mostrar que a economia não é um bicho-papão e tem utilidade para tudo, mesmo as mais pequenas coisas do dia-a-dia. Está muito focado nos Estados Unidos, mas como basicamente não somos assim tão dfierentes há muitas ilações que podemos tirar destes ensinamentos. Não dispensa a consulta do livro.
Título Original: "Freakonomics" (EUA, 2010) Realização: Heidi Ewing, Alex Gibney, Seth Gordon, Rachel Grady, Eugene Jarecki, Morgan Spurlock Argumento: Peter Bull, Alex Gibney, Jeremy Chilnick, Morgan Spurlock, Eugene Jarecki, Heidi Ewing, Rachel Grady, Seth Gordon Intérpretes: James Leibow, Mike MacAllister Música: Paul Brill, Michael Furjanic, Human, Mike MacAllister, Peter Nashel, Michael Wandmacher Fotografia: Junji Aoki, Derek Hallquist, Tony Hardmon, Darren Lew, Daniel Marracino, Rob VanAlkemade Género: Documentário Duração: 85 min. Sítio Oficial: http://www.magpictures.com/freakonomics/ |
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