Dolores: Is he always this funny, or only on days when he's wanted for murder?
Por várias vezes tentei escrever este texto, mas por vezes meras palavras não são o suficiente para falar de um filme. A rubrica deste mês é a justificação que faltava para falar sobre um dos maiores títulos de sempre da animação.
Enquanto nos filmes para a gente grande quando mudamos de filme os actores adoptam personagens diferentes, para uma criança os heróis dos filmes são sempre os mesmos. A vantagem dos desenhos animados dos grandes estúdios é que o Bugs Bunny será sempre o Bugs Bunny e o Pato Donald será sempre o Pato Donald. O único problema é que esses heróis não se encontravam. Um dia tudo mudou. Um estilo de filme para gente grande, o film noir, foi buscar todos os heróis Disney, Warner, Paramount, MGM e Walter Lantz. Faltava a Hanna Barbera, mas com estes todos que se iria lembrar?
A história acompanha Eddie Valiant, um detective que odeia animação e investiga um crime nos estúdios. O principal suspeito do homicídio é um actor/comediante de nome Roger Rabbit. Roger é um desenho animado e é um coelho. Para isso Eddie vai investigar o coelho e a mulher, a sensual cantora Jessica. Perdido num mundo que odeia e desorientado com o álcool ingerido e todas as pistas em falso, Eddie vai acabar por se aliar ao coelho numa corrida contra o tempo para salvar o mundo. Outro detalhe importante é que Roger tem como ídolo máximo Goofy (Pateta), o humorista mais bem sucedido da Disney.
Quando se fala de combinar imagem real e animação é esta a referência. Quando se trata de mudar o escalão etário nos visionamentos de uma criança é por este que se deve começar (em Portugal é maiores de 6). Tem todas as personagens que se adora (e traz novas que se passa a adorar) e é um autêntico film noir dos bons anos 50 com subtilezas que se aprende a descobrir a cada visionamento na idade adulta. Talvez por ser um thriller com constante alegria e por estarem todos unidos contra um inimigo comum, é daqueles filmes a que ninguém aponta nada de mal. Aqui a animação é retratada como tendo todos os vícios da indústria em que se insere, por ter ao leme desenhos inocentes que são explorados pelos humanos (“Ow! Eddie, I could never hurt anybody. Oow! My whole purpose in life is to make... people... laugh!”). Valiant age como uma figura paternal para todos por ser um humano que diz detestá-los, mas que no fundo é boa pessoa e detesta injustiças. Talvez até se preocupe um bocadinho por eles e os desenhos animados sabem isso, porque eles conseguem comunicar com a criança interior em cada um de nós. E tal como uma criança devem ser protegidos dos maus em que o mundo é fértil. “You can drop anything you want on his head, he'll shake it off. But break his heart, goes to pieces just like you and me.”
O mundo do cinema rende-se à animação, a animação rende-se ao film noir, o espectador rende-se a tudo.
Se fosse preciso um filme para justificar a necessidade que temos de cinema, este seria uma das primeiras escolhas. Quem não gosta de cinema muda de opinião, quem gosta passa a adorar, quem adora seguramente quer ver “Who Framed Roger Rabbit” muitas vezes mais. Vinte anos passaram desde o lançamento desta obra e continua a causar o mesmo impacto. É essa a definição de clássico.
Agora que a Disney tem Pixar e Marvel, agora que temos Dreamworks, não seria hora de porem de lado as divergências e as guerras económicas? Não poderiam apenas por por uma segunda vez juntar-se sob a batuta de um coelho independente para darem ao público um filme feito com o coração? Se o Cinema é uma máquina de fazer sonhos, digo que é disto que são feitos os sonhos. Deixem-nos sonhar mais uma vez.
Por várias vezes tentei escrever este texto, mas por vezes meras palavras não são o suficiente para falar de um filme. A rubrica deste mês é a justificação que faltava para falar sobre um dos maiores títulos de sempre da animação.
Enquanto nos filmes para a gente grande quando mudamos de filme os actores adoptam personagens diferentes, para uma criança os heróis dos filmes são sempre os mesmos. A vantagem dos desenhos animados dos grandes estúdios é que o Bugs Bunny será sempre o Bugs Bunny e o Pato Donald será sempre o Pato Donald. O único problema é que esses heróis não se encontravam. Um dia tudo mudou. Um estilo de filme para gente grande, o film noir, foi buscar todos os heróis Disney, Warner, Paramount, MGM e Walter Lantz. Faltava a Hanna Barbera, mas com estes todos que se iria lembrar?
A história acompanha Eddie Valiant, um detective que odeia animação e investiga um crime nos estúdios. O principal suspeito do homicídio é um actor/comediante de nome Roger Rabbit. Roger é um desenho animado e é um coelho. Para isso Eddie vai investigar o coelho e a mulher, a sensual cantora Jessica. Perdido num mundo que odeia e desorientado com o álcool ingerido e todas as pistas em falso, Eddie vai acabar por se aliar ao coelho numa corrida contra o tempo para salvar o mundo. Outro detalhe importante é que Roger tem como ídolo máximo Goofy (Pateta), o humorista mais bem sucedido da Disney.
Quando se fala de combinar imagem real e animação é esta a referência. Quando se trata de mudar o escalão etário nos visionamentos de uma criança é por este que se deve começar (em Portugal é maiores de 6). Tem todas as personagens que se adora (e traz novas que se passa a adorar) e é um autêntico film noir dos bons anos 50 com subtilezas que se aprende a descobrir a cada visionamento na idade adulta. Talvez por ser um thriller com constante alegria e por estarem todos unidos contra um inimigo comum, é daqueles filmes a que ninguém aponta nada de mal. Aqui a animação é retratada como tendo todos os vícios da indústria em que se insere, por ter ao leme desenhos inocentes que são explorados pelos humanos (“Ow! Eddie, I could never hurt anybody. Oow! My whole purpose in life is to make... people... laugh!”). Valiant age como uma figura paternal para todos por ser um humano que diz detestá-los, mas que no fundo é boa pessoa e detesta injustiças. Talvez até se preocupe um bocadinho por eles e os desenhos animados sabem isso, porque eles conseguem comunicar com a criança interior em cada um de nós. E tal como uma criança devem ser protegidos dos maus em que o mundo é fértil. “You can drop anything you want on his head, he'll shake it off. But break his heart, goes to pieces just like you and me.”
O mundo do cinema rende-se à animação, a animação rende-se ao film noir, o espectador rende-se a tudo.
Se fosse preciso um filme para justificar a necessidade que temos de cinema, este seria uma das primeiras escolhas. Quem não gosta de cinema muda de opinião, quem gosta passa a adorar, quem adora seguramente quer ver “Who Framed Roger Rabbit” muitas vezes mais. Vinte anos passaram desde o lançamento desta obra e continua a causar o mesmo impacto. É essa a definição de clássico.
Agora que a Disney tem Pixar e Marvel, agora que temos Dreamworks, não seria hora de porem de lado as divergências e as guerras económicas? Não poderiam apenas por por uma segunda vez juntar-se sob a batuta de um coelho independente para darem ao público um filme feito com o coração? Se o Cinema é uma máquina de fazer sonhos, digo que é disto que são feitos os sonhos. Deixem-nos sonhar mais uma vez.
Título Original: "Who Framed Roger Rabbit" (EUA, 1988) Realização: Robert Zemeckis Argumento: Jeffrey Price, Peter S. Seaman (baseados na novela de Gary K. Wolf) Intérpretes: Bob Hoskins, Charles Fleischer, Christopher Lloyd, Joanna Cassidy, Stubby Kaye, Kathleen Turner, Amy Irving Música: Alan Silvestri Fotografia: Dean Cundey Género: Animação, Comédia, Crime, Drama, Família, Fantasia, Mistério Duração: 104 min. |
1 comentários:
Adorei!!! O post e o filme ;)
É engraçado... nunca tinha visto o poster do filme!
É engraçado falares nas crianças... o meu irmão, quando era pequenito, só comia a sopa a ver a parte inicial do filme que é a parte com mais desenhos animados... eu já sabia as falas de cor!
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