31 de março de 2014

Esta semana chega aos cinemas "Sei Lá"

No próximo dia 3 de Abril, as salas de cinema portuguesas recebem "Sei Lá", a versão cinematográfica do bestseller homónimo de Margarida Rebelo Pinto.

"Sei Lá" de Joaquim Leitão

O filme que dá nova vida ao livro da autora portuguesa é uma comédia romântica realizada por Joaquim Leitão e conta a história de quatro mulheres e os seus relacionamentos afetivos. A história é contada na perspetiva de Madalena (Leonor Seixas), uma mulher que após se ver abandonada por um grande amor tenta reconstruir a sua vida, apoiada pelas melhores amigas – Mariana (Patrícia Bull), Catarina (Gabriela Barros) e Luísa (Ana Rita Clara).Sei Lá
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FESTin começa esta semana

A 5.ª edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa tem início já na próxima Quarta-feira, 2 de Abril, com a estreia em Portugal do filme "Serra Pelada", do cineasta brasileiro Heitor Dhalia. O festival decorre até 9 de Abril no Cinema São Jorge, com uma extensão no Auditório do Instituto Franco Português para os filmes que integram a Mostra dedicada a França como país convidado.

Uma vez mais marcarão presença diversos realizadores, produtores e actores ligados aos filmes em exibição, proporcionando oportunidades raras para conhecer os processos de produção dos filmes em questão. Destaca-se a vinda a Portugal da actriz brasileira Regina Duarte e da realizadora brasileira Lúcia Murat.

Ao longo de 7 dias serão exibidos mais de 70 filmes, entre longas e curtas-metragens de ficção, documentário e animação, provenientes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal. Às duas habituais secções de competição de longas e de curtas-metragens, junta-se este ano, pela primeira vez, a competição de documentários. A programação integra duas novas mostras: “Democracia e Ditadura” e “País Convidado: França”, bem com uma homenagem a Cabo Verde, e as tradicionais mostras de Cinema Brasileiro (longas e curtas-metragens), Inclusão Social e Infantojuvenil.

A versão digital do programa pode ser consultada neste link.

Bobine Rebellis, o cinema por descobrir de Portugal

Bobine Rebellis é uma nova forma de passar cinema português. A acontecer no Teatro Turim (antigo Cinema Turim, Lisboa) durante o mês de Abril, é um ciclo de cinema emergente que se preocupa em mostrar ao público a enorme quantidade de jovens cineastas que escrevem, produzem e filmam dezenas e dezenas de curtas-metragens por ano, sem terem ainda alcançado visibilidade em festivais e sem acesso ao circuito comercial.
A cada Quinta-Feira (dias 3, 10, 17, 24), será projectada cerca de uma hora de cinema português praticamente inédito, na presença dos autores e de comentadores (Gonçalo M. Tavares, Nuno Galopim, resto) que, com o público presente, criarão um espaço de diálogo e opinião longe das estrelas nos jornais, dos prémios e cerimónias, e do tabu de ouvir falar português no grande ecrã. Quer mostrar-se a energia, a iniciativa, a guerrilha, a paixão e a diversidade de obras despreocupadas com paradigmas estéticos e com a aflicção da crise.
Através da promoção deste evento, o Teatro Turim conjuga a experiência clássica de ir ao cinema com a sua actual linha de programação, definida como espaço de experimentação, risco e liberdade artísticas dos novos criadores, sempre no compromisso da comunicação com o público.

30 de março de 2014

Cláudio Jordão no Art Film Festival

“15 Bilhões de Fatias de (-t)+Deus”, uma curta-metragem de animação realizada por Cláudio Jordão e produzida pelo Cine-Clube de Avanca, Kotostudios e Filmógrafo, acaba de ser seleccionada para a competição oficial do “Art Film Festival”, uma organização que acontece paralela ao Festival Internacional de Cinema de Cannes.

“15 Bilhões de Fatias de (-t)+Deus” é o único filme originário da Península Ibérica que integra a selecção oficial do festival. Decorrendo durante os primeiros dias do Festival de Cannes, desde 2011 o “Art Film Festival” passou a ser o espaço que nesta cidade da Côte d'Azur selecciona e exibe no ambiente do maior evento do cinema mundial, filmes de arte.
Este ano, o convidado especial do festival e simultaneamente Presidente do Júri, é o criador chinês Yang Zhenzhong. “Art Film Festival” estabelece em Cannes um encontro entre o cinema experimental e o mercado mundial de galerias de arte.

Com a voz dos actores Teresa Chaves, Carlos Duarte e Nelson Martins, todo o filme se envolve numa inesperada conversa familiar, numa aparente brincadeira, onde a origem do Universo é a chave de todas as questões.
Numa altura em que a investigação científica dá enormes passos no sentido de se perceber como tudo se iniciou, “15 Bilhões de Fatias de (-t)+Deus” inicia-se por onde reza a História, ou seja, parece que tudo começou com uma Grande Explosão. A questão é... porquê?

“15 Bilhões de Fatias de (-t)+Deus” é um filme que recorre, numa utilização invulgar à imagem de síntese, foi produzido por António C. Valente e conta com música do compositor Joaquim Pavão.

Este filme, que abriu o Festival AVANCA'12, foi entretanto exibido na selecção oficial de festivais de cinema de Alemanha, Brasil, Chile, França, Grécia, Índia, Itália e Letónia. O festival “24h of Nuremberg International Film Festival (Alemanha), atribuiu-lhe ex-aequo a distinção “Award Best of 24h”.

Cláudio Jordão é o autor do argumento, da animação, e da realização e este é o seu quarto filme de autor onde a imagem de síntese tem estado sempre presente.
Formado em Design pela Universidade do Algarve, onde leccionou uma unidade curricular de animação, realizou em 2003 o seu primeiro filme “Super Caricas”. Esta obra que foi exibida no festival AVANCA, iniciou um percurso de filmes únicos na cinematografia portuguesa onde a imagem 3D tem uma forte identidade. O filme seguinte, “Esperânsia”, viria a ser muito premiado em vários países, antevendo-se o sucesso que marcou o filme posterior. “Conto do Vento”, que co-realizou com Nelson Martins, viria a participar em mais de 60 festivais internacionais de cinema e, com 22 prémios, é hoje o filme português de animação mais premiado de sempre.

Vencedores do Monstra 2014


O filme “O Menino e o Mundo” (na imagem), do brasileiro Alê Abreu, conquistou o júri da 13ª edição da Monstra – Festival de Cinema de Animação de Lisboa, que considerou ser uma “forma original, sensível e bela, em que o realizador concretizou uma visão ingénua e poética do mundo globalizado”. Este filme, que conta a história de um menino que parte à procura do seu pai e descobre um mundo fantástico, dominado por estranhos seres e máquinas-bichos, foi o vencedor da Melhor Longa - Grande Prémio Monstra RTP 2014, tendo também recebido o Prémio de Melhor Banda Sonora e o Prémio do Público.

A curta-metragem “Boles”, de Spela Cadez, Eslovénia/Alemanha, foi o vencedor do Grande Prémio Monstra RTP 2014, num ano em que, pela primeira vez, se aliaram duas competições: longas e curtas-metragens. O júri considerou que este é “um filme bem equilibrado, que combina com mestria todos os aspectos da sua produção. Uma história clássica sobre um artista em crise criativa e a sua musa, contada com ironia e profundidade, oferecendo às marionetas uma dimensão contemporânea.

Na Competição Portuguesa, “Carrotrope”, de Paulo D’Alva, viu distinguido o seu filme com o Prémio SPA Autores | Vasco Granja, pela sua “interessante visão sobre o cinema com um ambiente consistente e uma forte atmosfera.

Na Competição Internacional de Longas-Metragens, Cheatin' do norte-americano Bill Plympton, arrecadou o Prémio Especial do Júri e o filme “Tia Hilda!”, dos franceses Jacques-Rémy Girerd e Benoît Chieux, venceu o Melhor Filme para Infância e Juventude.

Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, “Villa Antropoff”, de Kaspar Jancis e Vladimir Leschiov, da Estónia, recebeu o Prémio Especial do Júri, “Lay Bare”, do britânico Paul Bush, o Melhor Filme Experimental e “Kiki de Montparnasse”, de Amélie Harrault recebeu o Prémio do Público Curta-Metragem. Ainda nesta categoria, “A Minha Mãe é um Avião”, de Yulia Aronova, “À Volta do Lago”, de Noémie Marsily e Cark Roosens, e “O Coro em Tournée”, de Edmunds Jansons, receberam Menções Honrosas.

Na categoria de Curtíssimas, dedicada a filmes com menos de dois minutos, os vencedores foram “Robbery”, de Jan Saska (Competição Internacional) e “World of Paper”, de João Lagido (Competição Nacional).

A Competição Internacional de Estudantes foi ganha pelo filme “Fishing Meteorites“, de Nina Christen e Evelyn Buri e na Competição de Estudantes Portugueses ganhou o filme “A Ventoinha e o Candeeiro“, de Filipe Fonseca. Os filmes “Ab Ovo” e “Underneath the Refuge” receberam Menções Honrosas e “Kiosk” ganhou o Prémio do Público nesta categoria.

Nova equipa e datas para DocLisboa 2014

Em 2014 o Doclisboa decorrerá de 16 a 26 de Outubro. Para esta edição, Cíntia Gil e Augusto M. Seabra foram nomeados directores do festival pela Assembleia Geral da Apordoc - Associação pelo Documentário.
Agnès Wildenstein, programadora francesa, responsável durante dez anos pela comunicação e imprensa na Cinemateca Francesa e membro do comité de programação do Festival de Locarno durante doze anos, juntou-se à equipa do festival como programadora associada. Davide Oberto, programador Italiano, criador e responsável, desde o seu início, pelas secções de documentário do Festival de Turim, colaborará de igual modo na programação do Doclisboa deste ano.

A organização do festival entende que esta equipa trará uma energia renovada e contribuirá para reforçar a importância do Doclisboa como promotor do cinema português e internacional.

Para 2014 o Doclisboa manterá a sua estrutura de programação: competição Internacional longas e curtas, competição Portuguesa longas e curtas, Investigações, retrospectivas, Heartbeat, Riscos, Cinema de Urgência e Verdes Anos.

As inscrições já se encontram abertas, em http://www.doclisboa.org.

25 de março de 2014

"Blue Jasmine" por Nuno Reis

Quando o filme chegou às salas já só se falava de Oscar para Cate Blanchett. Ver um filme com esses condicionalismos é altamente desaconselhado pois perturba a experiência ao máximo e sujeita a actriz a um escrutínio injustificado.
Por acaso até o ganhou. Isso só dificulta ter de dizer que não gostei.

Estar a fugir tão radicalmente ao que fez nos últimos anos é equivalente ao choque que nos causou quando, após vários filmes menos conseguidos, reconquista o mundo do cinema com “Match Point” e lança uma estrela. Aqui a primeira parte não se aplicava pois "Midnight in Paris", esse sim, é o seu melhor filme em anos, e a segunda seria de rir pois Cate Blanchett é daqueles nomes sem nada a provar a ninguém e que já nos conquistou em praticamente todos os géneros. É por isso completamente justo que tenha direito a um filme só seu e feito para que caminhe para o Oscar. Allen tem dessas coisas e quando se trata de conseguir Oscares para os seus actores podem contar com ele. Nos secundários estão vários dos seus habitués como Alec Baldwin e Sally Hawkins, todos a construir obstáculos para que Jasmine se possa transcender e brilhar muito intensamente no firmamento das personagens que Blanchett vestiu, e se junte à atulhada constelação das que Allen desenhou.
O grande trunfo de "Blue Jasmine" não é a perda ou a dor. Jasmine é perfeitamente incapaz de viver fora daquela redoma onde foi educada e essa inépcia tem tanto de divertido para nós como de humilhante para ela. O que poderia ser resolvido pela prática e talvez adaptação, é complicado pelo facto de Jasmine ser uma inútil, mimada, egocêntrica, caprichosa, manienta e incapaz de estar sozinha. Apesar de ser uma personagem feita para nos afastar, só quando chega ao final é que a conhecemos realmente. Aí, dá vontade rever tudo para ver se não a julgamos de forma precipitada. Nesse caso reconfirmaríamos tudo o que foi dito antes, mas com um pouco mais de respeito. Ela merece.
Não sendo o filme convencional de Allen – a deslocação para San Francisco terá as suas razões de ser, mas esta história é independente da geografia e nem considero relevante onde se passa além das metáforas sobre os altos e baixos da vida e as íngremes ruas dessa cidade – é no entanto um interessante mergulhar numa vida marcada pela culpa, como no meu adorado "Crimes and Misdemeanours" ou no potentíssimo ""Match Point". "Blue Jasmine" nem se aproxima devido à infeliz vulgarização da classe média que destoa da sobriedade que o filme devia ter. Um tão radical fosso entre ricos e pobres percebe-se como crítica social, mas fazer o mesmo para os dividir em termos de inteligência e alegria (o termo “pateta alegre” ocorreu-me) é demasiado forçado. Além disso, não se deve fazer comédia sobre pessoas que precisam de medicamentos para não acabarem com a própria vida.
O filme está bem conseguido, mas era escusado ter sido assim. Apesar de já ser bastante pesado, se não tivesse a comédia forçada – e sabemos que Allen não precisa disso – podia ser o filme do ano. Um dramalhão sobre uma mulher no ponto de ruptura, pode não ser fácil de vender, mas seria inesquecível.

Blue JasmineTítulo Original: "Blue Jasmine" (EUA, 2013)
Realização: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Intérpretes: Cate Blanchett, Sally Hawkins, Alec Baldwin, Peter Sarsgaard
Música:
Fotografia: Javier Aguirresarobe
Género: Comédia, Drama
Duração: 98 min.
Sítio Oficial: http://www.sonyclassics.com/bluejasmine/

9 de março de 2014

Os Melhores dos Melhores (II)


À semelhança do OFCS, também o CCOP fez o seu top dos filmes com Oscar de Melhor Filme. A lista resultante foi completamente diferente motrando a pluralidade de interpretações do cinema.
1Schindler's List (1994) de Steven Spielberg 9.27
2Amadeus (1985) de Miloš Forman 9.25
3Rebecca (1941) de Alfred Hitchcok 9.10
4Gone with the Wind (1940) de Victor Fleming 9.0
4All About Eve (1951) de Joseph L. Mankiewicz 9.0
6The Godfather Part II (1975) de Francis Ford Coppola 8.92
6The Apartment (1961) de Billy Wilder 8.92
8The Godfather (1973) de Francis Ford Coppola 8.79
9On the Waterfront (1955) de Elia Kazan 8.77
10Annie Hall (1978) de Woody Allen 8.64
11Casablanca (1944) de Michael Curtiz 8.62
12How Green Was My Valley (1942) de John Ford 8.50
12Mrs.Miniver (1943) de William Wyler 8.50
12The Silence of the Lambs (1992) de Jonathan Demme 8.50
15One Flew Over the Cuckoo's Nest (1976) de Miloš Forman 8.46
16Lawrence of Arabia (1963) de David Lean 8.38
17The Deer Hunter (1979) de Michael Cimino 8.36
18All Quiet on the Western Front (1930) de Lewis Milestone 8.33
19The Lost Weekend (1946) de Billy Wilder 8.29
20Around the World in 80 Days (1957) de Michael Anderson 8.25
21Platoon (1987) de Oliver Stone 8.21
22A Man for All Seasons (1967) de Fred Zinnemann 8.20
23Ben-Hur (1960) de William Wyler 8.17
24The Sound of Music (1966) de Robert Wise 8.15
25Unforgiven (1993) de Clint Eastwood 8.14
26The Lord of the Rings: The Return of the King (2004) de Peter Jackson 8.13
27The Departed (2007) de Martin Scorsese 8.13
28It Happened One Night (1935) de Frank Capra 8.11
29West Side Story (1962) de Robert Wise 8.8
30American Beauty (2000) de Sam Mendes 8.7
31Mutiny on the Bounty (1936) de Frank Lloyd 8.0
31The Best Years of Our Lives (1947) de William Wyler 8.0
31All the King's Men (1950) de Robert Rossen 8.0
31The Bridge on the River Kwai (1958) de David Lean 8.0
31The French Connection (1972) de William Friedkin 8.0
36Forrest Gump (1995) de Robert Zemeckis 7.93
36Kramer vs. Kramer (1980) de Robert Benton 7.93
38Midnight Cowboy (1970) de John Schlesinger 7.91
39Patton (1971) de Franklin J. Schaffner 7.88
40Chariots of Fire (1982) de Hugh Hudson 7.86
40Gandhi (1983) de Richard Attenborough 7.86
42From Here To Eternity (1954) de Fred Zinnemann 7.83
43Gladiator (2001) de Ridley Scott 7.80
44Wings (1929) de William A. Wellman 7.75
44 You Can't Take It With You (1939) de Frank Capra 7.75
44The Sting (1975) de George Roy Hill 7.75
47Braveheart (1996) de Mel Gibson 7.73
48No Country for Old Men (2008) de Joel Ethan e Ethan Coen 7.71
49Going My Way (1945) de Leo McCarey 7.67
49Tom Jones (1964) de Tony Richardson 7.67
49Argo (2013) de Ben Affleck 7.67
52Rocky (1977) de John G. Avildsen 7.55
53Hamlet (1949) de Laurence Olivier 7.50
53Rain Man (1989) de Barry Levinson 7.50
55The English Patient (1997) de Anthony Minghella 7.46
56Out of Africa (1986) de Sydney Pollack 7.45
57Ordinary People (1981) de Robert Redford 7.43
57Million Dollar Baby (2005) de Clint Eastwood 7.43
59The Last Emperor (1988) de Bernardo Bertolucci 7.42
60Gigi (1959) de Vincente Minnelli 7.40
60In the Heat of the Night (1968) de Norman Jewison 7.40
62A Beautiful Mind (2002) de Ron Howard 7.36
63Cimarron (1931) de Wesley Ruggles 7.33
63Gentleman's Agreement (1948) de Elia Kazan 7.33
63The Greatest Show on Earth (1953) de Cecil B. DeMille 7.33
63The Hurt Locker (2010) de Kathryn Bigelow 7.33
67Dances with Wolves (1991) de Kevin Costner 7.29
68The Artist (2012) de Michel Hazanavicius 7.27
69Marty (1956) de Delbert Mann 7.25
70Titanic (1998) de James Cameron 7.21
71An American in Paris (1952) de Vincente Minelli 7.13
72The King's Speech (2011) de Tom Hooper 7.7
73Grand Hotel (1932) de Edmund Goulding 7.0
73My Fair Lady (1965) de George Cukor 7.0
73Oliver! (1969) de Carol Reed 7.0
73Driving Miss Daisy (1990) de Bruce Beresford 7.0
77Terms of Endearment (1984) de James L. Brooks 6.89
78Slumdog Millionaire (2009) de Danny Boyle 6.87
79Crash (2006) de Paul Haggis 6.73
80Chicago (2003) de Rob Marshall 6.64
81Shakespeare in Love (1999) de John Madden 6.33
82Cavalcade (1934) de Frank Lloyd 6.0
83The Broadway Melody (1930) de Harry Beaumont 5.75

6 de março de 2014

Os Melhores dos Melhores (I)

Agora que a imprensa tradicional começa a dar valor à crítica online (ver Público), que tal descobrir a lista que ordena os vencedores do Oscar de melhor filme desde as origens?

A Online Film Critics Association fez a seguinte lista:

1. The Godfather (1972)
2. Casablanca (1943)
3. The Godfather, Part II (1974)
4. Sunrise (1927/28)
5. Lawrence of Arabia (1962)
6. It Happened One Night (1934)
7. All About Eve (1950)
8. Annie Hall (1977)
9. On the Waterfront (1954)
10. All Quiet on the Western Front (1929/30)
11. The Silence of the Lambs (1991)
12. Schindler’s List (1993)
13. One Flew Over the Cuckoo’s Nest (1975)
14. Unforgiven (1992)
15. No Country for Old Men (2007)
16. The Bridge on the River Kwai (1957)
17. The French Connection (1971)
18. The Apartment (1960)
19. Rebecca (1940)
20. Amadeus (1984)
21. The Best Years of Our Lives (1946)
22. Midnight Cowboy (1969)
23. Gone With the Wind (1939)
24. 12 Years a Slave (2013)
25. The Deer Hunter (1978)
26. The Lost Weekend (1945)
27. The Hurt Locker (2009)
28. Platoon (1986)
29. How Green Was My Valley (1941)
30. The Sting (1973)
31. Wings (Outstanding Picture) (1927/28)
32. Mutiny on the Bounty (1935)
33. The Departed (2006)
34. Patton (1970)
35. Hamlet (1948)
36. Grand Hotel (1931/32)
37. The Lord of the Rings: The Return of the King (2003)
38. In the Heat of the Night (1967)
39. West Side Story (1961)
40. An American in Paris (1951)
41. From Here to Eternity (1953)
42. All the King’s Men (1949)
43. Rocky (1976)
44. Marty (1955)
45. Kramer vs. Kramer (1979)
46. Ben-Hur (1959)
47. The Last Emperor (1987)
48. You Can’t Take It With You (1938)
49. A Man for All Seasons (1966)
50. The Artist (2011)
51. Gandhi (1982)
52. Argo (2012)
53. American Beauty (1999)
54. Mrs. Miniver (1942)
55. Titanic (1997)
56. Million Dollar Baby (2004)
57. Ordinary People (1980)
58. My Fair Lady (1964)
59. The Sound of Music (1965)
60. Terms of Endearment (1983)
61. Rain Man (1988)
62. Tom Jones (1963)
63. Gentleman’s Agreement (1947)
64. Dances With Wolves (1990)
65. The King’s Speech (2010)
66. Chariots of Fire (1981)
67. Shakespeare in Love (1998)
68. The English Patient (1996)
69. The Life of Emile Zola (1937)
70. Slumdog Millionaire (2008)
71. Gigi (1958)
72. Gladiator (2000)
73. The Great Ziegfeld (1936)
74. Braveheart (1995)
75. Going My Way (1944)
76. Oliver! (1968)
77. Forrest Gump (1994)
78. Chicago (2002)
79. Cimarron (1930/31)
80. Out of Africa (1985)
81. Driving Miss Daisy (1989)
82. A Beautiful Mind (2001)
83. Broadway Melody (1928/29)
84. Cavalcade (1932/33)
85. Around the World in 80 Days (1956)
86. Crash (2005)
87. The Greatest Show on Earth (1952)

3 de março de 2014

"Pecado Fatal" por Nuno Reis


Tenho de começar pelas más notícias e alertar todos os que ouçam falar do filme para algo preocupante. O pior de “Pecado Fatal” é o título. É um título vindo de nenhures que em nada ajudará na promoção de um filme que de resto tem tudo para ser um sucesso. É verdade que aquela combinação de palavras deixa qualquer um de pé atrás, mas o cinema português também nos tem trazido algumas desilusões com nomes mais apelativos. Esta, pelo contrário, é uma produção portuguesa, para o público português. Nem demasiado intelectual, nem demasiado comercial, com algumas falhas distribuídas pelas equipas envolvidas, mas que passarão despercebidas por entre o todo que tem uma qualidade vários furos acima da média, não só a nível nacional como europeu. Portanto, se a partir de 24 de Abril o tiverem em exibição por perto, não percam a melhor oportunidade em muito tempo de se reconciliarem com o nosso cinema.

Esta história tem duas partes. Por um lado temos Liliana, uma jovem que parte numa longa viagem a fugir do seu passado recente e em busca de um futuro que, se não pode não ser risonho, seja pelo menos sorridente. Depois temos Nuno, um rapaz simpático cuja vida dá uma volta de cento e oitenta graus quando recebe a visita de Miguel, seu amigo de longa data que tarde e a más horas precisa de um cúmplice. Serão estas duas vidas em diferentes fusos horários que nos vão prender ao ecrã.

O que tem de tão especial o filme? Simplesmente arrasa com as expectativas. Apesar do título, como já conhecia o trabalho de Luís Diogo fui ver com a confiança que as produções Filmógrafo/Cineclube de Avanca fizeram por merecer ao longo dos anos. E o que aconteceu naquela sala de cinema foi mágico. A fotografia é apelativa desde o princípio. O argumento tem pés e cabeça e é completamente ajustado à nossa realidade, sem que se aproveite disso em demasia. Os actores sabem o que estão a fazer. Muito do que estava a parecer estranho faz sentido com o decorrer da história. Quando termina, as dúvidas voltam a surgir. "Isto que acabei de ver foi um filme português?", "Se é possível fazer coisas destas, porque não o fazemos mais vezes? Ou sempre? Podia ser que o público se voltasse a conectar com a nossa produção. A indústria certamente agradeceria!"
Se querem ouvir dizer mal, temos pena, mas estão a ler sobre o filme errado. É verdade que o realizador poderia ter optado por dar mais variedade aos planos escolhidos. É uma falha normal de quem vem das curtas. E algumas partes do argumento podem ter sido um pouco feridas na sala de edição. Mas são coisas mínimas que é preciso estar muito atento para notar e acontecem em imensos filmes onde passam despercebidas entre as outras falhas, enquanto que aqui essas minúsculas imperfeições sobressaem e incomodam porque prejudicam um belíssimo trabalho (e podiam ter sido evitadas).

Indo por partes, a fotografia ser boa não é surpresa. Portugal sempre teve bons profissionais nessa área. O argumento ser bom é algo mais raro. Contam-se pelos dedos aqueles capazes de construir uma longa do início ao fim, seja por limitação própria ou por imposição do produtor. Mas onde Portugal é uma miséria, é nos actores. Pegar em modelos e colocá-los em televisão é fácil, mas não corre bem. O pior é que essa praga se expandiu para o cinema, onde um nome popular rende mais do que alguém bom no que faz. Todavia, aqui não houve esse problema. Felizmente o dinheiro era pouco e por isso não foram em busca dos nomes famosos, puderam limitar-se a desencantar aquela espécie rara de actores, os que sabem o que fazem. E o que é quase inédito por estes lados, deram-lhes diálogos credíveis. Não desfazendo o trabalho impecável de Miguel Meira - como a infeliz vítima das circunstâncias - e o alívio cómico trazido por João Guimarães - como o representante do que de mais nojento o sexo masculino é capaz - a estrela do filme é Sara Barros Leitão. Podem já a ter visto em algumas outras produções, mas esta Liliana que construiu, é algo extraordinário. Alegrias, tristezas, caretas, explosões de humor, tudo o que faz tem tal expressividade que não se sente como uma personagem de ficção, mas como uma pessoa presa em tela. Este regresso ao norte fez-lhe muito bem e não seria de estranhar vê-la com uma Sophia dentro de meses.

Apesar de ter evitado ao máximo os spoilers, duvido que noutras leituras não fiquem a saber demasiado. Podem aproveitar os quase dois meses que faltam até à estreia para esquecer tudo. Evitem ao máximo o trailer e mesmo o videoclip de Daniela Galbin. A única coisa que precisam de saber, é que o título não presta e esconde o verdadeiro valor de uma magnífica produção nacional sobre alguns dos verdadeiros significados de amor. Qualquer coisa abaixo dos 70000 espectadores será uma injustiça. E antes que se queixem do preço dos bilhetes, acreditem que vão desperdiçar dinheiro em filmes bem piores do que este de forma perfeitamente consciente.

Título Original: "Pecado Fatal" (Portugal, 2013)
Realização: Luís Diogo
Argumento: Luís Diogo
Intérpretes: Sara Barros Leitão, Miguel Meira, Joao Guimarães, José Eduardo
Música: DJWild
Fotografia: Pedro Farate
Género: Drama, Romance
Duração: 90 min.
Sítio Oficial: http://pecadofatal.com