Nenhum ano cinematográfico fica completo sem a estreia nas salas de um filme Pixar. Este ano em condições especiais pois não havia outras estreias a desviar atenções de "Wall•E". Precedida por uma campanha de marketing que durou cerca de um ano, esta longa-metragem focou as atenções do mundo. O trailer com a inesquecível música de Michael Kamen apresentou-nos um adorável robot que estava a levar a peito as suas últimas instruções: fazer da Terra um local limpo.
Afinal o que é um Wall•E? A sigla significa Waste Allocation Load Lifter Earth-Class, algo como Empilhador de Desperdícios Modelo-Terreno. Foi-lhes confiada a limpeza do planeta enquanto a humanidade se refugia no espaço. Por razões que só são explicadas quando o filme já vai adiantado todos foram desligados, mas por acidente sobrou um Wall•E. Sozinho, num mundo destruído pela febre consumista da sociedade, não receia meter mãos ao trabalho e faz diariamente uma minuciosa compactação dos desperdícios. Tendo todo o lixo e todo o tempo do mundo para si, Wall•E dedica-se ao coleccionismo de objectos humanos com o mesmo carinho e ingenuidade que Ariel. Vemos nos seus olhos que é mais do que uma simples máquina. No meio de tantas asneiras a mente humana criou algo bom. Aquela junção de peças metálicas é a resposta aos problemas do planeta e da humanidade.
O quotidiano de Wall•E resume-se a compactar lixo, retirar "tesouros" de entre os vários desperdícios e, ao final do dia, repousar assistindo ao seu adorado "Hello Dolly" e remexendo na sua colecção. Poderia ser mais humano?
Por vezes um furacão obriga a alterar a rotina, mas não o perturba tanto como a aterragem de uma nave espacial. Dessa nave sai uma EVE (Extra-terrestrial Vegetation Evaluator/Avaliador de Vegetação Extra-terrestre) que analisa detalhadamente a lixeira do protagonista destruindo tudo o que se mexa. Wall•E e EVE acabam por se encontrar e ele mostra-lhe tudo aquilo que considera importante. Quando EVE encontra o que pretendia e abandona o planeta, Wall•E segue-a. Deixará para trás tudo o que tem rumo ao desconhecido, mas tem a certeza de estar a fazer o correcto pois o mais importante é não perder o seu amor.
Ao reencontrar a humanidade Wall•E fica desiludido. No seu imaginário as pessoas dançam, cantam , são alegres e activas. O que encontra é um mundo onde o sedentarismo e a realidade virtual tomaram conta de todos os humanos e apenas os robots exercem actividades. A maravilhosa inocência de Wall•E terá um enorme desafio pela frente se quer salvar EVE, a humanidade e a si mesmo.
A nível técnico a Pixar continua a quebrar barreiras que não se sabia existirem. Faz o impensável na animação anos antes dos concorrentes sequer tentarem. Toca em problemas-chave e escolhe os temas que quer sem medo. Neste projecto arrisca em vários campos. Metade do filme não tem diálogos. Profetiza o declínio da espécie com a nova doença que é a febre consumista. Coloca um cenário digno de "2001 Space Odyssey" num filme para crianças. Tem tantos detalhes a referir outros filmes (da Pixar e não só) que pode ser revisto com surpresa várias vezes. A imagem real surge tão naturalmente no meio da animação que Stanton considera ter aberto um difícil precedente para filmes futuros acompanharem. Os planos espaciais em grande ecrã causam uma sensação que ninguém deve ter sentido desde o lançamento de "2001" há quarenta anos. EVE e Wall•E, a perfeição e o seu oposto, juntam-se a um pequeno grupo de robots destinados a ficarem na memória do cinema.
Foi publicitado como o próximo passo na animação. E a nível técnico têm razão, mas ainda lhe falta algo. Não é a perfeição em formato cinematográfico que se esperava, mas tem uma muito maior actualidade e longevidade que qualquer animação da última década. Se o consumismo vai ser a causa de desaparecimento da humanidade, ninguém pode dizer que não fomos bem avisados.
Afinal o que é um Wall•E? A sigla significa Waste Allocation Load Lifter Earth-Class, algo como Empilhador de Desperdícios Modelo-Terreno. Foi-lhes confiada a limpeza do planeta enquanto a humanidade se refugia no espaço. Por razões que só são explicadas quando o filme já vai adiantado todos foram desligados, mas por acidente sobrou um Wall•E. Sozinho, num mundo destruído pela febre consumista da sociedade, não receia meter mãos ao trabalho e faz diariamente uma minuciosa compactação dos desperdícios. Tendo todo o lixo e todo o tempo do mundo para si, Wall•E dedica-se ao coleccionismo de objectos humanos com o mesmo carinho e ingenuidade que Ariel. Vemos nos seus olhos que é mais do que uma simples máquina. No meio de tantas asneiras a mente humana criou algo bom. Aquela junção de peças metálicas é a resposta aos problemas do planeta e da humanidade.
O quotidiano de Wall•E resume-se a compactar lixo, retirar "tesouros" de entre os vários desperdícios e, ao final do dia, repousar assistindo ao seu adorado "Hello Dolly" e remexendo na sua colecção. Poderia ser mais humano?
Por vezes um furacão obriga a alterar a rotina, mas não o perturba tanto como a aterragem de uma nave espacial. Dessa nave sai uma EVE (Extra-terrestrial Vegetation Evaluator/Avaliador de Vegetação Extra-terrestre) que analisa detalhadamente a lixeira do protagonista destruindo tudo o que se mexa. Wall•E e EVE acabam por se encontrar e ele mostra-lhe tudo aquilo que considera importante. Quando EVE encontra o que pretendia e abandona o planeta, Wall•E segue-a. Deixará para trás tudo o que tem rumo ao desconhecido, mas tem a certeza de estar a fazer o correcto pois o mais importante é não perder o seu amor.
Ao reencontrar a humanidade Wall•E fica desiludido. No seu imaginário as pessoas dançam, cantam , são alegres e activas. O que encontra é um mundo onde o sedentarismo e a realidade virtual tomaram conta de todos os humanos e apenas os robots exercem actividades. A maravilhosa inocência de Wall•E terá um enorme desafio pela frente se quer salvar EVE, a humanidade e a si mesmo.
A nível técnico a Pixar continua a quebrar barreiras que não se sabia existirem. Faz o impensável na animação anos antes dos concorrentes sequer tentarem. Toca em problemas-chave e escolhe os temas que quer sem medo. Neste projecto arrisca em vários campos. Metade do filme não tem diálogos. Profetiza o declínio da espécie com a nova doença que é a febre consumista. Coloca um cenário digno de "2001 Space Odyssey" num filme para crianças. Tem tantos detalhes a referir outros filmes (da Pixar e não só) que pode ser revisto com surpresa várias vezes. A imagem real surge tão naturalmente no meio da animação que Stanton considera ter aberto um difícil precedente para filmes futuros acompanharem. Os planos espaciais em grande ecrã causam uma sensação que ninguém deve ter sentido desde o lançamento de "2001" há quarenta anos. EVE e Wall•E, a perfeição e o seu oposto, juntam-se a um pequeno grupo de robots destinados a ficarem na memória do cinema.
Foi publicitado como o próximo passo na animação. E a nível técnico têm razão, mas ainda lhe falta algo. Não é a perfeição em formato cinematográfico que se esperava, mas tem uma muito maior actualidade e longevidade que qualquer animação da última década. Se o consumismo vai ser a causa de desaparecimento da humanidade, ninguém pode dizer que não fomos bem avisados.
Título Original: "Wall•E" (EUA, 2008) Realização: Andrew Stanton Argumento: Andrew Stanton, Pete Docter e Jim Reardon Intérpretes (vozes): Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin Música: Thomas Newman Género: Animação, Acção Duração: 98 min. Sítio Oficial: http://disney.go.com/disneypictures/wall-e/ |
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