Após o sucesso da série “Prison Break” a justiça americana começou a preferir a prisão domiciliária. Quem no seu perfeito juízo abandonaria o conforto do lar numa fuga desenfreada para lado nenhum? É possível ver televisão, navegar na Internet até ao Antestreia, conviver com a família, ver os vizinhos da janela, bem, talvez este último não seja muito correcto mas ao fim de algum tempo é tudo o que sobra a Kale. Colocado em prisão domiciliária por agressão e simultaneamente de castigo pela mãe, Kale entretém-se a ver o que fazem os vizinhos daquele pacato bairro. Além de espiar a nova vizinha em fato-de-banho, costuma espreitar o que faz Turner, o calmo vizinho que apenas sai para cortar a relva. Ajudado pelo seu amigo Ronald e por Ashley (a vizinha), Kale vai começar uma perseguição em que o papel de gato e de rato podem ser invertidos mais cedo do que o esperado.
Tal como aconteceu a James Stewart e Christopher Reeve, também Shia LaBouef está confinado a ver o mundo pela janela. Nesta nova era de comunicações recorre aos clássicos binóculos, mas também a câmaras de filmar portáteis e a telemóveis de terceira geração. Não é um Hitchcock, mas é um filme de terror a espreitar.
A visão sobre a pressão psicológica que a prisão cria é bastante interessante. Com um pouco de drama, de comédia e de sensualidade, motiva o inconsciente a ficar longe de problemas. No geral falta um pouco de intensidade, nota-se que foi feito a pensar num público jovem e quem espera um filme de terror puro ficará um bocado decepcionado. É mais próximo da verdade classificar como um thriller policial.
Das pessoas à frente das câmaras o destaque vai para LaBeouf que tem aqui o seu primeiro papel complicado. Carrie-Anne Moss repete o papel de mãe preocupada em que a vi três vezes em dois anos. David Morse, um dos actores secundários mais famosos, tem aqui mais uma personagem fulcral para juntar à sua lista. Sarah Roemer tem aqui o seu primeiro papel principal numa carreira que ainda vai no terceiro filme. Atrás das câmaras deixo um comentário para o realizador D. J. Caruso. Tem aqui o seu melhor trabalho e para o próximo já chamou LaBeouf. Veremos se a dupla volta a funcionar.
Título Original: "Disturbia" (EUA, 2007) Realização: D. J. Caruso Argumento: Christopher Landon, Carl Ellsworth Intérpretes: Shia LaBeouf, Sarah Roemer, Carrie-Anne Moss, David Morse Fotografia: Rogier Stoffers Música: Geoff Zanelli Género: Horror, Thriller Duração: 105 min. Sítio Oficial: http://www.disturbia.com/ |
2 comentários:
Olá.
Ando com vontade de ver o filme.
A crítica ainda me deixou com mais vontade.
Abraço
eu gostei bastante do filme. Concordo com a ideia de que falta alguma intensidade, mas penso que o argumento está bem delineado e as performances dos actores estão muito bem - se bem e como apontaram, Carrie-Anne Moss passou-me um bocado ao lado - especialmente o S. LaBeouf.
Não sabia que actor e realizador já se estavam a combinar o reencontro. Veremos como funciona...
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