23 de agosto de 2007

"Van Wilder 2: The Rise of Taj" por Nuno Reis


Van Wilder foi um êxito relativamente modesto das comédias de adolescente. Trouxe alguma inovação e revelou alguns talentos, mas numa época em que o público estava saturado do género nem o elenco recheado de estrelas acostumadas a essas andanças o desofuscou. Só uma sequela poderia vincar a passagem do filme pelas salas. E foi esse o passo a dar.
Trazer todas as personagems de volta seria inpensável. Não só o filme não o permitia como o público não apreciaria portanto, foi feita uma selecção. A personagem preferida das audiências era o tímido Taj e o indiano seria perfeito para fazer piadas fáceis na velha Inglaterra. Kal Penn teve por isso mais uma oportunidade.
A carreira cinematográfica de Penn quase se limitou a "Van Wilder" e "Harold and Kumar go to the White Castle", no primeiro era actor secundário com uma personagem inesquecível e no segundo era da dupla principal, o passo final seria tornar-se a estrela.

Taj entrou na famosa Camford - o par Cambridge/Oxford costuma ser referido como Oxbridge, isto é uma inversão - onde espera seguir as pisadas do pai e, como membro digno da República "Fox and Hounds", caçar todas as mulheres disponíveis. Só que a matreira república da raposa envia-o para o desterro dos indesejados onde, por vingança, Taj irá formar uma nova república e competir pela prestigiada Taça Hastings e pela bela Charlotte. Nota alguma semelhança com algum filme? Claro, mas as diferenças existem e ainda bem. A mais óbvia é que Taj é inteligente. Não é frequente o protagonista de um filme destes ter dois dedos de testa. Taj não só sabe o que quer como sabe como o vai conseguir. Poucos o conseguem enganar e, quando isso acontece, não transparece surpresa o que é uma grande vantagem. A segunda diferença chama-se Lauren Cohan. Esta beldade americana já nos breves segundos que aparece em Casanova tinha cativado os olhares e agora volta a repetir a graça. Os olhos e o sorriso fazem com que o tempo que está na tela pareça pouco. Normalmente quando contratam actores famosos eles parecem estar a fazer um frete. Pode ser por ser novata nestas andanças, mas pessoalmente acho que um projecto do National Lampoon faz com que todos dêem mais de si.

Considerando que o género já foi expremido e sugado até ao limite nestes últimos anos, este argumento tem detalhes originais e é um bom cruzamento de ordinarice com sagacidade. Pega nas minorias discriminadas - antigas colónias, irlandeses, londrinos - para gozar com a aristocracia e mesmo quando repete algo de outro filme consegue ser melhorzinho (para comparar com um filme recente, chama aos rappers “poetas dos tempos modernos” de forma mais divertida que “It’s a Boy/Girl Thing”). De entre a sua categoria destaca-se um pouco, quem ainda não tiver ficado farto de espreitar.






Título Original: "Van Wilder 2: The Rise of Taj" (EUA, 2006)
Realização: Mort Nathan
Argumento: David Drew Gallagher
Intérpretes: Kal Penn, Lauren Cohan, Daniel Percival
Fotografia: Hubert Taczanowski
Música: Robert Folk
Género: Comédia, Romance
Duração: 97 min.
Sítio Oficial: http://www.riseoftaj.com/

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