Se o leitor, atento a estas coisas do terror, tiver pensado qualquer coisa como: «olha mais um filme da treta, com jovens esculturais em trajes menores, a fugir alucinadamente de um fantasma», só lhe posso dar inteira razão. David S. Goyer, o seu realizador, até tem, à partida, alguns atributos interessantes – não estivesse ele na adaptação dos mais recentes Batman. Aliás, convem não esquecer que foi este norte-americano o criador de Blade, e que realizou (com pouco sucesso, diga-se) "Blade Trinity: Perseguição Final" (2004), o que não o torna num debutante no mundo do cinema fantástico.
Em "Espírito do Mal", Casey Beldon (Odette Yustman) é uma bela estudante a braços com um pesado fado. O suicídio da mãe, internada numa clínica psiquiátrica, ainda hoje lhe deixa marcas, às quais se somam estranhos comportamentos do infante vizinho, que inclusive lhe toldam os sonhos. Intrigada com aquilo que lhe parece ser a perseguição por uma assombração, Casey procura Sofi Kozma (Jane Alexander), uma sobrevivente do Holocausto, que fica aterrorizada com a sua presença. Aos poucos, e no lento desenrolar de uma entediante trama, a verdadeira razão emerge. Casey está a ser perseguida por um dybbuk, uma entidade paranormal que "vive" no limbo entre a vida e a morte, e que mais não é do que o irmão gémeo da protagonista, morto ainda antes de nascer. Com a ajuda do Rabi Sendak (um tonto Gary Oldman), procura refazer a sua vida através de um exorcismo, que pode ter trágicas consequências na sua vida.
Claro está que voltamos ao primeiro parágrafo deste texto: "Espírito do Mal" é uma treta de terror, e uma das fitas do género mais entediantes que tive a oportunidade de assistir nos últimos anos. Estranho, até pelo desenrolar do objecto, é o facto de estarmos perante uma obra de um argumentista de raiz e de formação, que nos brinda com diálogos muito pobres (que a direcção de actores vem piorar ainda mais) e com banais mudanças de orientação narrativa. O filme é quase todo um banal cliché de terror – os momentos de "salto na cadeira" introduzidos de forma cronometrada, os espelhos, a chuva, a noite, o armazém, enfim, tudo. De positivo (porque mesmo este tédio tem algumas coisas dignas de registo), louve-se a opção de Goyer de enveredar por um mundo até agora pouco explorado, que é o da mitologia judaica e do misticismo esotérico da Cabala. Noções como exorcismo judaico ou dybbuk são interessantes, se convenientemente aproveitadas (e poupem-nos aquela palermice nazi do campo de concentração, por favor). Mas com esta falta de criatividade, e pela nossa parte, dispensamos liminarmente.
Mais uma ignorante tentativa de terror a sair directamente do forno norte-americano, que ou nos presenteia com isto, ou procura sequelas e remakes orientais.
Em "Espírito do Mal", Casey Beldon (Odette Yustman) é uma bela estudante a braços com um pesado fado. O suicídio da mãe, internada numa clínica psiquiátrica, ainda hoje lhe deixa marcas, às quais se somam estranhos comportamentos do infante vizinho, que inclusive lhe toldam os sonhos. Intrigada com aquilo que lhe parece ser a perseguição por uma assombração, Casey procura Sofi Kozma (Jane Alexander), uma sobrevivente do Holocausto, que fica aterrorizada com a sua presença. Aos poucos, e no lento desenrolar de uma entediante trama, a verdadeira razão emerge. Casey está a ser perseguida por um dybbuk, uma entidade paranormal que "vive" no limbo entre a vida e a morte, e que mais não é do que o irmão gémeo da protagonista, morto ainda antes de nascer. Com a ajuda do Rabi Sendak (um tonto Gary Oldman), procura refazer a sua vida através de um exorcismo, que pode ter trágicas consequências na sua vida.
Claro está que voltamos ao primeiro parágrafo deste texto: "Espírito do Mal" é uma treta de terror, e uma das fitas do género mais entediantes que tive a oportunidade de assistir nos últimos anos. Estranho, até pelo desenrolar do objecto, é o facto de estarmos perante uma obra de um argumentista de raiz e de formação, que nos brinda com diálogos muito pobres (que a direcção de actores vem piorar ainda mais) e com banais mudanças de orientação narrativa. O filme é quase todo um banal cliché de terror – os momentos de "salto na cadeira" introduzidos de forma cronometrada, os espelhos, a chuva, a noite, o armazém, enfim, tudo. De positivo (porque mesmo este tédio tem algumas coisas dignas de registo), louve-se a opção de Goyer de enveredar por um mundo até agora pouco explorado, que é o da mitologia judaica e do misticismo esotérico da Cabala. Noções como exorcismo judaico ou dybbuk são interessantes, se convenientemente aproveitadas (e poupem-nos aquela palermice nazi do campo de concentração, por favor). Mas com esta falta de criatividade, e pela nossa parte, dispensamos liminarmente.
Mais uma ignorante tentativa de terror a sair directamente do forno norte-americano, que ou nos presenteia com isto, ou procura sequelas e remakes orientais.
Título Original: "The Unborn" (EUA, 2009) Realização: David S. Goyer Argumento: David S. Goyer Intérpretes: Odette Yustman, Gary Oldman, Cam Gigandet, Idris Elba, Carla Gugino Fotografia: James Hawkinson Música: Ramin Djawadi Género: Terror, Thriller Duração: 88 min. Sítio Oficial: http://www.theunbornmovie.net/ |
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