Peter Hedges no seu primeiro trabalho de realização mostrou a disfuncionalidade familiar em "Pieces of April". Quatro anos depois voltou a trabalhar com a jovem Alison Pill e fez quase o oposto, filmar uma família teoricamente funcional. Nesta família o provérbio "é precisa toda uma aldeia para educar uma criança" é seguido à risca. Muitos irmãos, cada um com vários filhos, quando se juntam funcionam em comunidade e todos tomam conta de todos. Tudo é feito como uma brincadeira - o último a acabar as palavras cruzadas lava a louça - e a autoridade é desnecessária.
Viúvo com três filhas menores, Dan é um colunista que escreve sobre a vida familiar. Os seus livros e artigos respondem às dúvidas dos leitores com sabedoria. Desde o amor que forma o casal até como educar as crianças, é considerado uma autoridade por todos, excepto a própria família. Como qualquer pai preocupado trata as filhas como as crianças que foram. A mais velha já tem carta mas está proibida de conduzir. A do meio encontrou o amor da vida dela e não só está proibida de o ver como de pensar que o que sente é amor. E a benjamim é tratada como um bebé apesar dos seus nove anos. Dan e os irmãos com os respectivos filhos voltam a casa dos pais para alguns dias de actividades, numa reunião anual familiar. A ideia é reforçar os laços familiares e tem funcionado todos os anos, mas desta vez Dan tem uma mulher na cabeça.
A família pode ter vários problemas mas para este filme importam apenas os de Dan. A impossibilidade de estar com a mulher que quer e a aproximação de uma possível reviravolta profissional deixam-no stressado. Fica ainda mais revoltado quando as filhas, privadas muito cedo da figura materna, confidenciam com a nova namorada do tio os seus problemas. Felizmente para as meninas a família está por perto, porque Dan cada vez se torna um pai pior.
O tema já é banal, tem vários momentos previsíveis e é lamechas qb. Mas também tem um Steve Carell num papel divertido sem ser imbecil, e Juliette Binoche está bem diferente do que nos acostumou. Pelas feições, sorriso e género de personagem por vezes parece que estamos a ver Julia Roberts. Nenhuma música fica na cabeça, mas no geral a banda sonora é apelativa e bem escolhida. O filme tem ainda uma excelente direcção artística. Consegue dar a ideia de que apenas Dan tem problemas e ninguém mais interessa pois cada um tem a sua missão claramente definida. Mas a principal vantagem desta história é a família estar sempre lá para apoiar, uma lição moral cada vez mais urgente na nossa sociedade. Filhos ou pais, todos precisam de alguém que os guie.
Título Original: "Dan in Real Life" (EUA, 2007) Realização: Peter Hedges Argumento: Peter Hedges e Pierce Gardner Intérpretes: Steve Carell, Juliette Binoche, Alison Pill, Brittany Robertson, Marlene Lawston Fotografia: Lawrence Sher Música: Sondre Lerche Género: Comédia, Drama, Romance Duração: 98 min. Sítio Oficial: http://daninreallife.movies.go.com/ |
7 comentários:
Parece impossível que o autor deste blogue copie descaradamente os artigos de outros.
Trata-se de um plágio vergonhoso e pelo menos podia fazer referência à fonte.
O texto foi exclusivamente escrito por mim, após visionamento e sem nenhuma consulta externa (exceptuando a ficha técnica).
O Antestreia já por duas vezes foi vítima de plágio, mas nunca foi acusado de tal. Gostaria que indicasse onde é que este texto também aparece. E para a próxima por favor identifique-se de forma adequada. Um site ou o perfil Blogger são suficientes.
Cumprimentos
Nuno Reis
Caro Pinto Monteiro:
Já que está tão indignado, use as prerrogativas de ser homónimo do Procurador-Geral e mande instaurar inquérito. Ah, não se esqueça de fazer prova.
RC
O plágio, a acontecer, é lamentável. Eu próprio em tempos fui diversas vezes alertado para o plágio de textos meus no 7ª Arte. Mas a acusação de o fazer sem a apresentação das evidências é uma baixaria.
Não há aqui nada a lamentar além de uma fraca mentira JL.
Curioso fui pesquisar no Google se existiria algum texto copiado do meu ou parecido. O espaço de duas horas que separa a publicação do artigo do comentário fazia-me duvidar, mas tudo é possível. Procurei por sequências de palavras (nem sequer eram frases inteiras, apenas meia dúzia de palavras seguidas) e convido todos os leitores a fazerem o mesmo teste.
Fiz apenas uma dúzia de buscas aleatórias antes de me fartar e realmente há duas expressões que aparecem noutros sites. Mas não em sites de cinema, não sobre filmes. São as banais "respondem às dúvidas dos leitores" e "como qualquer pai preocupado" que existiam já antes de eu nascer e sobre as quais não pretendo ter quaisquer direitos. Todas as outras expressões surgiram apenas uma vez, apenas no meu texto.
A única resposta que se pode dar a esta gente é continuar a dar o nosso melhor e a escrever. Para hoje ficam já prometidas mais publicações. Originais como sempre.
Claro que é lamentável, JL. Ambas as atitudes são idiotas. Já sofremos pelo menos duas situações de plágio na vida do blog (que comemora este ano 5 anos de vida). Esta nunca nos tinha acontecido.
Mas lá diz o povo: "cada tolo com a sua mania".
Um abraço
RC
O Sr. Pinto Monteiro ( se é que lhe posso chamar "sr") escusava de ter tido trabalho no seu comentário.
Há, de facto, pessoa infelizes e frustradas à volta de terra, cujo objectivo principal é dizer mal do que os outros fazem.
Se consegue escrever melhor, sugira - não critique, nem acuse - não lhe fica bem!
Tenha uma boa vida, depois de mudar de comportamento.
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