O que é que acontece quando, um cineasta pega numa mão cheia de clichés, outra de actores facilmente reconhecíveis, e no final acrescenta doses generosas de situações e ambiente vistos e revistos nos filmes de ficção científica dos últimos, vá lá, 60 anos? A resposta, é simples: "The Box" – "Presente de Morte", o trabalho mais recente de Richard Kelly, autor do brilhante "Donny Darko", uma filigrana conceptual que viu a luz do dia no ano de 2001.
Mas, neste momento que escrevo, e no que à realização concerne, usando uma terminologia desportiva, temos a genialidade a perder 1 – 2 para a banalidade. Sim, porque “Southland Tales” (2006) baixou a fasquia que o filme onde desponta Jake Gyllenhaal marcou.
Este “The Box” é mais um daqueles filmes que decide aglomerar com pouco nexo conceitos e teorias que tanto furor fizeram num bom cinema de ficção científica, e que agora só poderão cativar quem tenha começado a ver Cinema ontem. Nos textos que amiúde escrevo em matéria cinematográfica, gosto de utilizar várias vezes uma expressão que me é cara, apesar de anglófona: «been there, done that». E no caso de Kelly, aplica-se (mais uma vez), como uma luva.
Aquela estranha caixa que Norma Lewis (Cameron Diaz) decide abrir e pressionar o botão, com o intuito de ganhar um milhão de dólares, mesmo sabendo que, se o portador daquela e das más notícias que sabemos de antemão vão aparecer tiver razão, o deformado Arlington Steward (Frank Langella, que curiosamente é o «formado» no que diz respeito à representação), alguém que ela não conhece irá morrer, dá o mote para mais uma história de pseudo-filosofia de pacotilha, um existencialismo cravado de um «wake-up call» anti-materialista, dirigido por extra-terrestres moralistas. Parece interessante? Talvez, não acabássemos por presenciar a trama do costume, com o suspense do costume, com a tradicional cena da população numa mímica recíproca perante o não infectado, numa espécie de flash-mob descoordenada, unida pela ténue linha dos diálogos pobres e desinspirados. Por isso, e na velha esteira da Première portuguesa (copiada até à exaustão por dezenas de blogues e sites do género), este filme é para quem nunca viu filmes de ficção científica.
Mas, neste momento que escrevo, e no que à realização concerne, usando uma terminologia desportiva, temos a genialidade a perder 1 – 2 para a banalidade. Sim, porque “Southland Tales” (2006) baixou a fasquia que o filme onde desponta Jake Gyllenhaal marcou.
Este “The Box” é mais um daqueles filmes que decide aglomerar com pouco nexo conceitos e teorias que tanto furor fizeram num bom cinema de ficção científica, e que agora só poderão cativar quem tenha começado a ver Cinema ontem. Nos textos que amiúde escrevo em matéria cinematográfica, gosto de utilizar várias vezes uma expressão que me é cara, apesar de anglófona: «been there, done that». E no caso de Kelly, aplica-se (mais uma vez), como uma luva.
Aquela estranha caixa que Norma Lewis (Cameron Diaz) decide abrir e pressionar o botão, com o intuito de ganhar um milhão de dólares, mesmo sabendo que, se o portador daquela e das más notícias que sabemos de antemão vão aparecer tiver razão, o deformado Arlington Steward (Frank Langella, que curiosamente é o «formado» no que diz respeito à representação), alguém que ela não conhece irá morrer, dá o mote para mais uma história de pseudo-filosofia de pacotilha, um existencialismo cravado de um «wake-up call» anti-materialista, dirigido por extra-terrestres moralistas. Parece interessante? Talvez, não acabássemos por presenciar a trama do costume, com o suspense do costume, com a tradicional cena da população numa mímica recíproca perante o não infectado, numa espécie de flash-mob descoordenada, unida pela ténue linha dos diálogos pobres e desinspirados. Por isso, e na velha esteira da Première portuguesa (copiada até à exaustão por dezenas de blogues e sites do género), este filme é para quem nunca viu filmes de ficção científica.
Título Original: "The Box" (EUA, 2009) Realização: Richard Kelly Argumento: Richard Kelly (conto original "Button, Button" de Richard Matheson) Intérpretes: Cameron Diaz, Frank Langella, James Mardsen Fotografia: Steven B. Poster Música: Win Butler (entre outros) Género: Ficção-Científica, Thriller Duração: 115 min. Sítio Oficial: http://thebox-movie.warnerbros.com/ |
3 comentários:
Não concordo nada. Para mim é um excelente exercício de cinema e não percebo porque é tão mal recebido pela crítica. É um filme muito bem filmado, com um argumento interessante a nível sociológico e que mistura ficção-científica de um modo curioso, além de remeter para os filmes de série-B dos anos 50.
3.5*
Discordamos então Tiago!
Obrigado pelo feedback, um abraço.
RC
Achei o filme mediano. Gostei de ver por me recordar o grande cinema/literatura de FC que se fazia antigamente, mas não me imagino a comprá-lo ou sequer alugá-lo.
É daqueles que se vê uma vez e basta.
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