"Family isn’t a word, it’s a sentence." A tagline do filme "The Royal Tenenbaums" é das minhas favoritas de todos os tempos. É difícil pensar concretamente na noção de família sem nos apercebermos de como essas pessoas específicas influenciam tão profundamente a nossa vida. Definem o que somos, como pensamos, como vivemos, e estão connosco para sempre. Mais triste do que crescer sem família é envelhecer sem ela. No vasto país conhecido como Estados Unidos, as pessoas estão cada vez mais afastadas. Teoricamente os aviões facilitariam as viagens, mas na prática a família não está junta e raramente se encontra. Isso é o que se passa com Frank. Viúvo e com um problema pulmonar que o mantém muito preso a casa, tinha planeado receber os filhos para um fim-de-semana. Só que aos poucos todos os quatro desmarcam a visita deixando-o sozinho com a verdade: sempre esteve sozinho. Era a mulher quem falava com os pequenos, era ela quem os ouvia e aconselhava, acompanhava-lhes as vidas dizendo apenas a Frank "estão todos bem". Isso dantes bastava-lhe mas desta vez não. Se os filhos não vão a Frank, Frank vai aos filhos. Embarcando numa viagem arriscada para a sua saúde, vai percorrer os estados de Nova Iorque, Colorado, Illinois e Nevada para se encontrar com os quatro. Nessa viagem vai perceber que o problema dos filhos é não o quererem preocupar com as coisas menos boas das suas vidas.
Remake americano de um filme de Giuseppe Tornatore, é dos mais sentimentais e eficazes dramas com que nos presentearam este ano. Robert De Niro faz o filme sozinho e fá-lo como ninguém. Ao fim de tantos anos relegado para papéis cómicos onde não é mau, volta em grande ao drama onde é imbatível. É um velhote simpático que mete conversa com o próximo, um pai e avô afectuoso e não deixa de ser um homem com problemas. Na presença dos filhos sente-se a distância a que cresceram. Enquanto o pai trabalhava para permitir as comunicações, esqueceu-se de comunicar com os filhos. Vê-se que os ama e isso é recíproco, mas não consegue falar com eles.
Como filhos temos Amy, uma Kate Beckinsale melhor do que nunca. É uma mãe, uma empresária de sucesso e é ela que trata dos irmãos e do pai (é a que mais se assemelha à mãe). Depois temos Robert, mais um papel fenomenal de Sam Rockwell, limitado pelo tempo, mas com imensa emoção a transbordar. Finalmente temos Rosie, Drew Barrymore, doce e meiga. Estes três actores complementam o espectáculo de De Niro, contribuindo para um filme melancólico e poderoso na sua simplicidade.
Por vezes os remakes americanos não são uma coisa má. A história aplica-se bem mais aos EUA do que à pequena Itália onde foi feito o original. Dispensa efeitos e caracterizações pelo que apenas o talento das pessoas interessa e aqui isso foi conseguido. Pegando num bom argumento, bons actores e um realizador capaz de tirar o melhor de todos eles, mais espectadores ficam a ganhar.
Seja pela antiguidade da obra, pela fraca presença do cinema de Itália no nosso mercado, ou por não ter idade para me interessar na altura em que saiu e agora não o encontrar, não me recordo do filme original. "Everybody’s Fine" é uma oportunidade para pensar na presença da família nas nossas vidas. Para visitar os que estão sós ou simplesmente reunir aqueles com quem crescemos e cada vez nos conhecem menos.
Remake americano de um filme de Giuseppe Tornatore, é dos mais sentimentais e eficazes dramas com que nos presentearam este ano. Robert De Niro faz o filme sozinho e fá-lo como ninguém. Ao fim de tantos anos relegado para papéis cómicos onde não é mau, volta em grande ao drama onde é imbatível. É um velhote simpático que mete conversa com o próximo, um pai e avô afectuoso e não deixa de ser um homem com problemas. Na presença dos filhos sente-se a distância a que cresceram. Enquanto o pai trabalhava para permitir as comunicações, esqueceu-se de comunicar com os filhos. Vê-se que os ama e isso é recíproco, mas não consegue falar com eles.
Como filhos temos Amy, uma Kate Beckinsale melhor do que nunca. É uma mãe, uma empresária de sucesso e é ela que trata dos irmãos e do pai (é a que mais se assemelha à mãe). Depois temos Robert, mais um papel fenomenal de Sam Rockwell, limitado pelo tempo, mas com imensa emoção a transbordar. Finalmente temos Rosie, Drew Barrymore, doce e meiga. Estes três actores complementam o espectáculo de De Niro, contribuindo para um filme melancólico e poderoso na sua simplicidade.
Por vezes os remakes americanos não são uma coisa má. A história aplica-se bem mais aos EUA do que à pequena Itália onde foi feito o original. Dispensa efeitos e caracterizações pelo que apenas o talento das pessoas interessa e aqui isso foi conseguido. Pegando num bom argumento, bons actores e um realizador capaz de tirar o melhor de todos eles, mais espectadores ficam a ganhar.
Seja pela antiguidade da obra, pela fraca presença do cinema de Itália no nosso mercado, ou por não ter idade para me interessar na altura em que saiu e agora não o encontrar, não me recordo do filme original. "Everybody’s Fine" é uma oportunidade para pensar na presença da família nas nossas vidas. Para visitar os que estão sós ou simplesmente reunir aqueles com quem crescemos e cada vez nos conhecem menos.
Título Original: "Everybody's Fine" (EUA, Itália, 2009) Realização: Kirk Jones Argumento: Kirk Jones (original de Massimo De Rita, Tonino Guerra, Giuseppe Tornatore) Intérpretes: Robert De Niro, Kate Beckinsale, Sam Rockwell, Drew Barrymore, Lucian Maisel Fotografia: Henry Braham Música: Dario Marianelli Género: Drama Duração: 99 min. Sítio Oficial: http://www.everybodysfinemovie.com/ |
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