Teve uma passagem discreta pelas nossas salas este "Remember Me". Uma pequena produção que dificilmente seria destacada teve o que fez por merecer: falou-se de Pattinson como se não houvesse nada mais no filme. Foi mais publicidade do que era esperado, conseguiu mais espectadores do que com qualquer outro actor, e vai ser avaliada por isso.
Tyler tem sérios problemas. Sejam com o pai ausente, com a sociedade, com a consciência ou com a incerteza que lhe adia o desfrutar da vida. No entanto esse jovem amargurado com um pai ausente é o maior conforto da irmã, a pequena e brilhante Caroline. O suicídio precoce do irmão Michael anos antes assombra-os, até porque Tyler se aproxima da idade em que o primogénito os deixou. Uma noite de copos que leva Tyler para a prisão vai mudar a vida dele, fazendo com que comece a aproveitar a vida na companhia da filha do polícia que o prendeu. Essa alegria reencontrada vai-se alargar à família, com excepção do relutante pai, sempre absorto nos seus negócios.
Não só o marketing como o argumento gira em torno de Pattinson. É a sua personagem que em constante sofrimento (nem sempre com a cara de enjoado por que o actor ficou conhecido) carrega o filme aos ombros. Seja no namoro, com a família materna, com o pai, torna todas as outras personagen e respectivas histórias de vida secundárias. Tem uma performance acima das (baixas) expectativas, apenas superado pela pequena Ruby Jerins, estrela já conhecida pelos seus papéis em "Six Degrees" e “Shutter Island”.
Foi um filme de muita coragem. Tem um início poderoso que contrasta com a calma mantida na hora seguinte de simples drama familiar. É desagradável a enorme insistência em datas que não fazem muito sentido para uma história contemporânea e chega a dar provas de se passar muito antes de 2010. Isso é prejudicial. Quando um filme não tenta ser intemporal demonstra falta de ambição. No entanto com alguns momentos intensos estrategicamente distribuidos pela narrativa consegue manter-se acima da mediania e sem nenhuma palavra dita subitamente tudo faz sentido. O final compensa quase todas as falhas.
Este filme é um de muitos que tentam reconstruir a mítica alma nova-iorquina. Foi feito especialmente para eles e será melhor lido por quem conhecer os sítios. Apenas reparei em duas pistas, mas decerto para um nova-iorquino haverá detalhes que não passarão despercebidos (como a piada sobre Queens) e darão mais significado ao filme. De destacar o magnífico trabalho de Allen Coulter, a provar que é dos melhores a trabalhar com a região - como demonstrado em "The Sopranos" e "Sex and the City" - e que uma cena bem filmada dispensa diálogos.
Tyler tem sérios problemas. Sejam com o pai ausente, com a sociedade, com a consciência ou com a incerteza que lhe adia o desfrutar da vida. No entanto esse jovem amargurado com um pai ausente é o maior conforto da irmã, a pequena e brilhante Caroline. O suicídio precoce do irmão Michael anos antes assombra-os, até porque Tyler se aproxima da idade em que o primogénito os deixou. Uma noite de copos que leva Tyler para a prisão vai mudar a vida dele, fazendo com que comece a aproveitar a vida na companhia da filha do polícia que o prendeu. Essa alegria reencontrada vai-se alargar à família, com excepção do relutante pai, sempre absorto nos seus negócios.
Não só o marketing como o argumento gira em torno de Pattinson. É a sua personagem que em constante sofrimento (nem sempre com a cara de enjoado por que o actor ficou conhecido) carrega o filme aos ombros. Seja no namoro, com a família materna, com o pai, torna todas as outras personagen e respectivas histórias de vida secundárias. Tem uma performance acima das (baixas) expectativas, apenas superado pela pequena Ruby Jerins, estrela já conhecida pelos seus papéis em "Six Degrees" e “Shutter Island”.
Foi um filme de muita coragem. Tem um início poderoso que contrasta com a calma mantida na hora seguinte de simples drama familiar. É desagradável a enorme insistência em datas que não fazem muito sentido para uma história contemporânea e chega a dar provas de se passar muito antes de 2010. Isso é prejudicial. Quando um filme não tenta ser intemporal demonstra falta de ambição. No entanto com alguns momentos intensos estrategicamente distribuidos pela narrativa consegue manter-se acima da mediania e sem nenhuma palavra dita subitamente tudo faz sentido. O final compensa quase todas as falhas.
Este filme é um de muitos que tentam reconstruir a mítica alma nova-iorquina. Foi feito especialmente para eles e será melhor lido por quem conhecer os sítios. Apenas reparei em duas pistas, mas decerto para um nova-iorquino haverá detalhes que não passarão despercebidos (como a piada sobre Queens) e darão mais significado ao filme. De destacar o magnífico trabalho de Allen Coulter, a provar que é dos melhores a trabalhar com a região - como demonstrado em "The Sopranos" e "Sex and the City" - e que uma cena bem filmada dispensa diálogos.
Título Original: "Remember Me" (EUA, 2010) Realização: Allen Coulter Argumento: Will Fetters Intérpretes: Robert Pattinson, Emilie de Ravin, Tate Ellington, Chris Cooper, Lena Olin, Pierce Brosnan Fotografia: Jonathan Freeman Música: Marcelo Zarvos Género: Drama, Romance Duração: 113 min. Sítio Oficial: http://www.rememberme-movie.com/ |
1 comentários:
não acho que as datas tenham prejudicado o filme... basta olhá-lo com atenção e as coisas se esclarecem muito antes do final... compreendi todo o filme, e o achei muito interessante. Esses são os tipos de histórias que eu gosto mais de ver em filmes... Longe de ser um filme qualquer!
Ao contrário, o que me chamou a atenção para olhá-lo foi a capa, e não o ator... Mas realmente concordo que ele foi bem divulgado por causa de Pattinson. Fazer o quê!
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