Nos primórdios do cinema os acontecimentos simples do dia-a-dia eram gravados para posterior exibição. Essa perspectiva documental rapidamente perdeu a força e com o aparecimento do cinema de ficção começou a fantasia e nasceu a arte. O cinema cada vez mais era uma forma de fugir à realidade e conhecer mundos alternativos. O cinema fantástico é o apogeu da arte pois é um constante desafio à capacidade de criação e compreensão da mente humana. Em "[REC]" todos esses mundos se cruzam, o impacto do documental cruza-se com a agressividade visual do gore e com a capacidade de difusão da televisão.
Angela Vidal é uma repórter televisiva de segunda que faz o programa nocturno "Enquanto Você Dorme". Esta rubrica pretende apresentar aos espectadores o que se passa na cidade durante a noite. O filme "REC" é a rodagem da edição em que se mostra o trabalho num quartel de bombeiros. Angela e o operador de câmara estão a fazer entrevistas ao turno da noite. As diversas gaffes cometidas, e os takes repetidos relembram que não é um directo, estão a trabalhar desligados do mundo. Quando os bombeiros partem em missão acabam fechados num prédio onde o inesperado acontece. Bombeiros e polícias tentam manter a ordem, os inquilinos lutam pela vida e os jornalistas abstêm-se desses problemas para se focarem na sua missão: informar.
A presença incontornável da televisão nas nossas vidas faz com que seja uma forma incrivelmente eficaz de chegar ao espectador. Colocar uma pivot televisiva frente a frente com o terror e usar a famosa dedicação (teimosia) dos jornalistas para explicar porque mostram tudo foi uma ideia genial. O argumento não traz nada de novo, apenas mudou a forma de filmar. Quase sempre sabemos tanto como as personagens porque vemos exactamente o mesmo que elas. A câmara é não só a protagonista que tudo vê, tudo sabe e tudo guarda, como também – algo raro num filme de terror - a sobrevivente anunciada pois sem câmara não há filme... A mestria com que Balagueró e Plaza realizaram este thriller passa despercebida por não haver nada mais do que uma câmara e o mesmo se passa com as interpretações, que tanto poderiam ser classificadas como amadorismo (apenas foram utilizados actores desconhecidos) ou um improviso excepcionalmente bom. Os festivais ganhos (total de cinco prémios em Sitges e dois no Fantasporto), os dois Goya, os recordes de bilheteira e o remake americano comprovam que apesar da sua aparência simples, estamos perante um dos filmes maiores do cinema actual. Esta nova forma de fazer cinema começou a ser explorada e definirá uma moda passageira, mas o estatuto de pioneiro já ninguém lhe tira.
Angela Vidal é uma repórter televisiva de segunda que faz o programa nocturno "Enquanto Você Dorme". Esta rubrica pretende apresentar aos espectadores o que se passa na cidade durante a noite. O filme "REC" é a rodagem da edição em que se mostra o trabalho num quartel de bombeiros. Angela e o operador de câmara estão a fazer entrevistas ao turno da noite. As diversas gaffes cometidas, e os takes repetidos relembram que não é um directo, estão a trabalhar desligados do mundo. Quando os bombeiros partem em missão acabam fechados num prédio onde o inesperado acontece. Bombeiros e polícias tentam manter a ordem, os inquilinos lutam pela vida e os jornalistas abstêm-se desses problemas para se focarem na sua missão: informar.
A presença incontornável da televisão nas nossas vidas faz com que seja uma forma incrivelmente eficaz de chegar ao espectador. Colocar uma pivot televisiva frente a frente com o terror e usar a famosa dedicação (teimosia) dos jornalistas para explicar porque mostram tudo foi uma ideia genial. O argumento não traz nada de novo, apenas mudou a forma de filmar. Quase sempre sabemos tanto como as personagens porque vemos exactamente o mesmo que elas. A câmara é não só a protagonista que tudo vê, tudo sabe e tudo guarda, como também – algo raro num filme de terror - a sobrevivente anunciada pois sem câmara não há filme... A mestria com que Balagueró e Plaza realizaram este thriller passa despercebida por não haver nada mais do que uma câmara e o mesmo se passa com as interpretações, que tanto poderiam ser classificadas como amadorismo (apenas foram utilizados actores desconhecidos) ou um improviso excepcionalmente bom. Os festivais ganhos (total de cinco prémios em Sitges e dois no Fantasporto), os dois Goya, os recordes de bilheteira e o remake americano comprovam que apesar da sua aparência simples, estamos perante um dos filmes maiores do cinema actual. Esta nova forma de fazer cinema começou a ser explorada e definirá uma moda passageira, mas o estatuto de pioneiro já ninguém lhe tira.
Título Original: "[REC]" (Espanha, 2007) Realização: Jaume Balagueró, Paco Plaza Argumento: Jaume Balagueró, Paco Plaza, Luis Berdejo Intérpretes: Manuela Velasco, Ferran Terraza Fotografia: Pablo Rosso Género: Terror Duração: 85 min. Sítio Oficial: http://www.wildsideproject.com/site/rec/ |
1 comentários:
Eu adorei este filme
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