Anton Corbijn surgiu aos olhos do grande público cinéfilo como realizador de longas-metragens na homenagem que prestou em 2007 ao vocalista dos Joy Division, Ian Curtis, num interessante "Control". Com um background assente nos videoclips, este holandês apostou num belíssima opção pelo preto e branco, numa fita que perdurará concerteza como um marco importante no género.
Em "The American" somos apresentados a Jack (ou Edward – George Clooney), um artesão bélico que produz e monta as melhores armas de fogo para as vontades de Pavel (Johan Leysen), aquele que poderá ser considerado o seu chefe e talvez o seu mentor. Depois de uma operação falhada na Suécia, o americano misterioso refugia-se em Itália, na pequena vila montanhosa de Abruzzo. Por lá, e na tentativa de passar o mais despercebido possível, dilui-se na pequena população, arrendando um apartamento e deslocando-se ao café local. Ao seu encontro em Abruzzo vai ter Mathilde (Thekla Reuten), uma deslumbrante francófona que lhe dá as indicações da arma que Pavel vai precisar para ela executar o trabalho.
Jack (ou Edward) faz amizade com o Padre local, Benedetto (Paolo Bonacelli), um homem que guardará tantos segredos como o nosso especialista em armas. E este armeiro mostra-nos a sua grande fraqueza – o amor. Porque terá sido este a condenar a operação sueca, e por que poderá ser este a condenar a missão italiana. Tudo por culpa de Clara (Violante Placido), uma estonteante prostituta, inquilina do seu bordel de eleição, e escape para a incapacidade que aquele artesão tem de moldar relações na sua vida.
Comprometido com a sua profissão, absorto nos seus próprios pecados, o americano tentará descortinar se aquela sua última missão não será um beco sem saída.
Tanto Corbijn como Clooney não sairão deste filme carregados de glória, especialmente pelo facto dele nunca conseguir abanar um pequeno bocejo que teima em surgir amiúde durante a projecção. Mas nunca será de criticar nem sequer de colocar em causa as semelhanças entre Corbijn realizador e este Edward / Jack. Ambos, são artesãos de fino recorte. Do armeiro americano, já nos pronunciamos. Já Anton Corbijn desenha com maestria exemplar planos de fino recorte e sequências de puro cinema, trazendo à memória o cinema de Melville, em especial o Delon de "Le Samouraï" (1967), numa interessante europeização dos hit-man movies produzidos pela máquina dos sonhos norte-americana.
Na retina ficam o modo ímpar como a vila de Abruzzo é ela própria transformada num personagem, com as suas ruas estreitas e descidas e subidas íngremes, como se a própria vila procurasse fugir de alguma coisa ou proteger-se e esconder-se de alguém; sem esquecer os longos planos sequência do trajecto automóvel do americano, até à perseguição numa Scooter por aquelas pitorescas ruas.
Uma peça lânguida que merece sem dúvida alguma ser vista.
Em "The American" somos apresentados a Jack (ou Edward – George Clooney), um artesão bélico que produz e monta as melhores armas de fogo para as vontades de Pavel (Johan Leysen), aquele que poderá ser considerado o seu chefe e talvez o seu mentor. Depois de uma operação falhada na Suécia, o americano misterioso refugia-se em Itália, na pequena vila montanhosa de Abruzzo. Por lá, e na tentativa de passar o mais despercebido possível, dilui-se na pequena população, arrendando um apartamento e deslocando-se ao café local. Ao seu encontro em Abruzzo vai ter Mathilde (Thekla Reuten), uma deslumbrante francófona que lhe dá as indicações da arma que Pavel vai precisar para ela executar o trabalho.
Jack (ou Edward) faz amizade com o Padre local, Benedetto (Paolo Bonacelli), um homem que guardará tantos segredos como o nosso especialista em armas. E este armeiro mostra-nos a sua grande fraqueza – o amor. Porque terá sido este a condenar a operação sueca, e por que poderá ser este a condenar a missão italiana. Tudo por culpa de Clara (Violante Placido), uma estonteante prostituta, inquilina do seu bordel de eleição, e escape para a incapacidade que aquele artesão tem de moldar relações na sua vida.
Comprometido com a sua profissão, absorto nos seus próprios pecados, o americano tentará descortinar se aquela sua última missão não será um beco sem saída.
Tanto Corbijn como Clooney não sairão deste filme carregados de glória, especialmente pelo facto dele nunca conseguir abanar um pequeno bocejo que teima em surgir amiúde durante a projecção. Mas nunca será de criticar nem sequer de colocar em causa as semelhanças entre Corbijn realizador e este Edward / Jack. Ambos, são artesãos de fino recorte. Do armeiro americano, já nos pronunciamos. Já Anton Corbijn desenha com maestria exemplar planos de fino recorte e sequências de puro cinema, trazendo à memória o cinema de Melville, em especial o Delon de "Le Samouraï" (1967), numa interessante europeização dos hit-man movies produzidos pela máquina dos sonhos norte-americana.
Na retina ficam o modo ímpar como a vila de Abruzzo é ela própria transformada num personagem, com as suas ruas estreitas e descidas e subidas íngremes, como se a própria vila procurasse fugir de alguma coisa ou proteger-se e esconder-se de alguém; sem esquecer os longos planos sequência do trajecto automóvel do americano, até à perseguição numa Scooter por aquelas pitorescas ruas.
Uma peça lânguida que merece sem dúvida alguma ser vista.
Título Original: "The American" (EUA, 2010) Realização: Anton Corbijn Argumento: Rowan Joffe (baseado no livro de Martin Booth) Intérpretes: George Clooney, Irina Björklund, Johan Leysen, Paolo Bonacelli, Violante Placido Música: Herbert Grönemeyer Fotografia: Martin Ruhe Género: Crime, Drama, Thriller Duração: 105 min. Sítio Oficial: http://www.theamericanthemovie.com/ |
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