Um filme sobre tudo e sobre nada
Muitas estórias começam por "era uma vez um menino e o seu cão". Outras dizem "era uma vez um homem e o seu cão". E finalmente temos uma que diz "era uma vez um cão e o seu humano". "Hachiko" não trata da relação entre pessoas e animais, nem tem uma elaborada história com peripécias e acrobacias do canídeo. Aqui o tema é apenas o amor e a fidelidade entre dono e animal, e isso basta.
Parker voltava da sua viagem diária de comboio quando se depara com um pequeno cão na plataforma. O cão de entre todas as pessoas que circulam à hora de ponta tinha-o escolhido. Parker bem que o tenta deixar aos cuidados da estação, mas, um pouco contrariado, acaba por o levar para casa. É que a mulher dele não queria um novo cão depois de terem perdido o seu Lucky. Só que Hachi já fez a sua escolha e apesar de ser um querido nada nem ninguém o separa de Parker. O que o quadrúpede não aceita bem é que o dono parta todos os dias de comboio sem ele e por isso todos os dias acompanha-o até ao comboio e todos os dias vai recebê-lo à estação para maximizar o tempo de brincadeira.
O filme é sobre um cão e ele é o herói. Ainda bem porque o único actor que tem algum tempo de cena é Richard Gere que não é convincente como dono afectuoso. Pelo que se vê não deve ter um cão. Os restantes actores, sejam a mulher de Parker (Joan Allen), a filha (Sarah Roemer), o vendedor de café (Erick Avari) ou o responsável da estação (Jason Alexander), são meros figurantes para Hashi. Fazem parte da vida dele, por o mimarem e alimentarem, mas não são a vida dele, a sua razão de viver. Personagens muito limitadas que retratam a espécie humana no seu melhor e pior.
Como o actor principal não é humano não se pode ser muito exigente com o seu desempenho, e o argumento apesar de ser rico em detalhes é muito simples. Hallström fez um grande trabalho com a infância do cão, fez um bom trabalho com a juventude, e remediou na velhice. É o seu estilo de filme, com uma meia hora final de puxar as lágrimas com ferros.
Mais do que um elogio à raça Akita é um louvor a toda a espécie canina. Daqueles filmes que se vê com gosto (lenços por perto s.f.f.), mas dificilmente se recordará por inteiro.
Muitas estórias começam por "era uma vez um menino e o seu cão". Outras dizem "era uma vez um homem e o seu cão". E finalmente temos uma que diz "era uma vez um cão e o seu humano". "Hachiko" não trata da relação entre pessoas e animais, nem tem uma elaborada história com peripécias e acrobacias do canídeo. Aqui o tema é apenas o amor e a fidelidade entre dono e animal, e isso basta.
Parker voltava da sua viagem diária de comboio quando se depara com um pequeno cão na plataforma. O cão de entre todas as pessoas que circulam à hora de ponta tinha-o escolhido. Parker bem que o tenta deixar aos cuidados da estação, mas, um pouco contrariado, acaba por o levar para casa. É que a mulher dele não queria um novo cão depois de terem perdido o seu Lucky. Só que Hachi já fez a sua escolha e apesar de ser um querido nada nem ninguém o separa de Parker. O que o quadrúpede não aceita bem é que o dono parta todos os dias de comboio sem ele e por isso todos os dias acompanha-o até ao comboio e todos os dias vai recebê-lo à estação para maximizar o tempo de brincadeira.
O filme é sobre um cão e ele é o herói. Ainda bem porque o único actor que tem algum tempo de cena é Richard Gere que não é convincente como dono afectuoso. Pelo que se vê não deve ter um cão. Os restantes actores, sejam a mulher de Parker (Joan Allen), a filha (Sarah Roemer), o vendedor de café (Erick Avari) ou o responsável da estação (Jason Alexander), são meros figurantes para Hashi. Fazem parte da vida dele, por o mimarem e alimentarem, mas não são a vida dele, a sua razão de viver. Personagens muito limitadas que retratam a espécie humana no seu melhor e pior.
Como o actor principal não é humano não se pode ser muito exigente com o seu desempenho, e o argumento apesar de ser rico em detalhes é muito simples. Hallström fez um grande trabalho com a infância do cão, fez um bom trabalho com a juventude, e remediou na velhice. É o seu estilo de filme, com uma meia hora final de puxar as lágrimas com ferros.
Mais do que um elogio à raça Akita é um louvor a toda a espécie canina. Daqueles filmes que se vê com gosto (lenços por perto s.f.f.), mas dificilmente se recordará por inteiro.
Título Original: "Hachiko: A Dog's Story" (EUA, Reino Unido, 2010) Realização: Lasse Hallström Argumento: Stephen P. Lindsey (baseado no argumento de Kaneto Shindô) Intérpretes: Richard Gere, Joan Allen, Cary-Hiroyuki Tagawa, Sarah Roemer, Jason Alexander, Erick Avari Música: Jan A.P. Kaczmarek Fotografia: Ron Fortunato Género: Drama Duração: 93 min. |
2 comentários:
"...dificilmente se recordará por inteiro."
Não posso concordar com esta parte. Vi o filme há algum tempo já e recordo-me muito bem dele.
Na verdade foi um filme que me marcou.
Lasse Hallstrom conseguiu um bom filme, um filme fiel à história do verdadeiro Hachiko. Sim, porque o filme é baseado numa história verídica.
Mas se quanto ao resto do texto concordar está o meu dever cumprido.
Há sempre pessoas que ficam marcadas por determinado filme Artemisa. Isso é especialmente verdade com este estilo de dramas. Na minha opinião está bem feito, mas a ficar gravado é no coração, não no cérebro.
O meu ponto de vista é de quem vê uma média diária de filmes igual à média anual nacional. Tenho muitos vistos e mesmo que me lembre de milhares será uma pequena percentagem. Este já começava a ficar esquecido pelo que imagino que "Hachiko" seja daqueles que nos lembraremos por muitos anos, mas sem grande detalhe.
(para ser exacto é um remake de um filme fiel à história verídica)
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