12 de outubro de 2010

Dia 5 de Sitges 2010


Devido a outros compromissos cinematográficos inadiáveis, apenas cheguei ontem a Sitges. Foi um primeiro dia único que merece ser contado com todo o detalhe.

Depois de atravessar 1000 km de céu apenas com nuvens, soube bem ver que a área metropolitana de Barcelona estava menos enevoada. Em Sitges o sol brilhava e tudo apontava para um dia lindo, só que... dia 12 é feriado e por isso segunda-feira era um ponte, com imensa gente no cinema. Com a maioria dos bilhetes esgotados (consegui o último para Ong Bak 3", não consegui para o filme das 23h) limitei-me ao que havia: uma sessão de tarde, uma no serão e uma maratona vampiresca pela noite dentro.

A primeira sessão era no Retiro, cinema com um passado glorioso ao serviço do festival que ultimamente tem recuperado alguma importãncia. O passeio pela vila deu para reavivar memórias e para chegar ao cinema 5 minutos antes da sessão. Má ideia... A fila tinha cerca de 300 pessoas. Além de ter ficado com o último bilhete, por pouco era também o último a entrar na sala. O filme foi bastante mau e a vontade de sair era enorme, mas os ânimos arrefeceram com a enorme trovoada que aguardava no exterior.

Depois de uma salutar corrida sobre as águas ao longo de 1500 metros e uma secagem à base do utensílio de banho adequado, saí para nova sessão de cinema, desta vez no auditório. A fila também era grande, mas aqui é habitual. Quando vão fazer a apresentação do filme terminam com o clássico "Amb tots vostès, Con todos vosotros, Please Welcome... Fina Brunet!" Imagino que da primeira vez que a anunciaram tenha havido uma explosão de alegria, mas sendo eu o único que não sabia do regresso da mítica apresentadora do festival, contive-me um pouco.
Fina Brunet deve ser a pessoa mais adorada do festival e, além disso, foi quem me ensinou tudo o que alguma vez precisei de saber para ser jornalista. Quando graças à caneta dela consegui um importante contacto (que mais tarde não serviu em nada) disse-me em tom de brincadeira "un periodista siempre tiene boligrafo"/"um jornalista tem sempre esferográfica". Foi no distante ano de 2006, quando pela primeira vez vim a Sitges, mas ainda recordo essa frase em castelhano sempre que pego nas coisas para ir a um festival. Pois foi essa grande senhora que voltou para engrandecer o festival onde trabalhou dez anos.
O filme foi para esquecer.

Finalmente um dia que terminou com o Sol apenas no nome do hotel que o alberga, foi enriquecido pelos contactos certos. Deram-me acesso à sala VIP onde falei com Sid Haig, Jaume Balagueró, Macarena Gomez e ainda vi Ivana Baquero (a pequena do "Labirinto Del Fauno"). Com eles segui para a sessão da madrugada, uma maratona da 1 às 7 (sim, não é engano) com filmes de vampiros, incluindo uma surpresa: a segunda projecção em cinema do projecto colectivo "La Wikipeli: Miedo" que podem ver aqui. No final da maratona Jessica Paré, uma das minhas actrizes favoritas, tornou-se a minha vampira favorita pelo papel em "Suck". Depois foi um banho quente e passar pela cama que às 10 havia novo filme para ver.

Portanto num espaço de 12 horas vi 5 longas e 3 curtas, reencontrei amigos, conheci um actor mítico e descobri um espaço mágico. Para a vida ser perfeita só falta deixar de chover, mas se o tempo estiver demasiado bom ainda posso pensar em fazer praia em vez de cinema...

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