18 de outubro de 2010

"Let Me In" por Nuno Reis


É a segunda adaptação do livro "Låt Den Rätte Komma In", mas não é o mesmo filme. É que se fosse, bastaria dizer isso para estar tudo explicado e terminaria o texto por aqui. Só que não é bem o mesmo.


Owen é uma criança vítima de bullying na escola, os pais estão recém-separados e nenhum está exactamente presente. Por isso ele vai desenvolvendo alguma sociopatia violenta. A solidão parece acabar quando chega ao apartamento do lado Abby, uma menina que aparenta a idade dele. Apesar de ela dizer que não quer ser amiga dele, como ambos estão praticamente sozinhos, acabam por ter uma relação de grande dependência. Owen precisa mais dela do que ela dele, só que o segredo de Abby é perigoso e ela ainda o é mais. Estará ele preparado para as transformações que Abby traz à sua vida?

Esta nova adaptação do livro é assustadoramente parecida com a anterior. Além do cenário e história, até a forma de filmar aproveitou algo do que de melhor tinha sido feito na primeira passagem a filme. A grande maioria das cenas foi decalcada da original, sendo apenas igual ou melhor numa ou outra. A da piscina está fenomenal, o último ataque no carro também, e o momento "não podes entrar" é uma gigantesca desilusão.

Devia ter revisto o original, mas não o fiz por isso foi a primeira vez que vi este filme, e a segunda que me deparei com a história. A consequência positiva imediata foi que tinha uma ideia já um pouco vaga do que sucedia. Assim vi o filme sem me lembrar de tudo. A negativa é que não sei como leria um segundo visionamento. O que aqui parece demasiado explicado posso ter compreendido apenas por estar a ver de novo? Após umas horas de reflexão e a leitura da primeira crítica é seguro dizer que não.
A versão americana é boa, apesar de não se comparar ao original em fotografia e o compositor Michael Giacchino não justificar a fama. O papel de Owen está muito bem entregue a Kodi Smit-McPhee, já o de Abby com Chloe Moretz desilude por ser inferior ao original de Lina Leandersson. Em parte é porque nesta adaptação explicam tudo (ou terei percebido melhor?) retirando o mistério que rodeava a personagem. Já quanto aos adultos Richard Jenkins num papel destes é um desperdício e Elias Koteas podia ter mais tempo.

Quem viu o primeiro vai ficar desiludido com este. Quem não viu nenhum tem de ver algum urgentemente. Por favor vejam este primeiro e depois o antigo e digam-me que tal vos pareceu.

Título Original: "Let Me In" (EUA, Reino Unido, 2010)
Realização: Matt Reeves
Argumento: Matt Reeves (livro de John Ajvide Lindqvist)
Intérpretes: Kodi Smit-McPhee, Chloe Moretz, Richard Jenkins, Elias Koteas
Música: Michael Giacchino
Fotografia: Greig Fraser
Género: Drama, Horror, Mistério
Duração: 116 min.
Sítio Oficial: http://www.letmein-movie.com/

2 comentários:

joemorales disse...

Vi o original e achei fabuloso. Sinceramente não me puxa para ver a versão americanada. Já sabemos como é, tal como o REC, o The Departed, etc. No original o Kåre Hedebrant faz um grande papel na pele de Oskar, não preciso de ver um puto americano:-)

Nuno disse...

Este Owen está muito bem. Até os perseguidores dele estão bem, se bem que um pouco estereotipados.