Aqui estamos então com Fernanda del Nido, produtora de "18 Comidas", para uma entrevista sobre a sua empresa de produção TIC TAC.
Parte I
Antestreia: De onde surgiu a ideia de fazer uma produtora transatlântica?
Fernanda del Nido: A verdade é que considero a TIC TAC, (e a mim), como uma produtora galega. Desde que comecei a trabalhar com produtores latino-americanos, antes de criar a TIC TAC, apercebi-me que conseguia entender “ambos os lados” e que podia muitas vezes ser mediadora e colaborar com ambas as partes para bem do filme. Entendi que eu ser de ambos os lugares e com tudo o que me tinha custado sê-lo, era algo que tinha de transformar em algo positivo, e assim foi... Basicamente considerei e considero natural especializar-me em co-produções com a América Latina. São as histórias de ambos os lados do oceano que me comovem…
A: Quem compõe a equipa?
FN: A equipa da TIC TAC foi composta em diferentes momentos da produtora por um grupo de jovens mulheres. Sempre fomos um grupo reduzido, é normal numa produtora que apenas faz cinema. Tive sorte pois sempre estive acompanhada por um grupo excelente e crescemos profissionalmente em conjunto. Sem elas não teríamos podido fazer tudo o que fizemos com o carinho que o fizemos. O entusiasmo, o desejo e o compromisso foram e são regras. De momento tenho uma só assistente de produção e muitos colaboradores externos. Tamara trabalha comigo desde há muito tempo, profissionalmente conhecemo-nos bem e fazemos uma boa equipa. E contratamos mais gente quando necessário, de acordo com a etapa do projecto.
A: Produzem documentários e ficção com o mesmo êxito. Qual é o segredo?
FN: Diria que o meu critério para escolher os projectos é sempre que sejam projectos com muita identidade. Distintos. Que se destacam pela sua singularidade. E o realizador é fundamental. É um critério que uso tanto para filmes de ficção como para documentários.
A: O apoio a jovens cineastas como Pablo D'Alo Abba e Cristián Harbaruk provou a sua eficácia, mas também apostam em nomes como Jorge Coira. O futuro está na combinação de filmes de lucro quase garantido com outros de maior risco?
FN: Até agora nunca me aconteceu começar a produzir um projecto sabendo que ia ter receitas. E diria que lamentavelmente até agora não o conseguimos. Se temos conseguido fazer os filmes e manter a produtora, é sobretudo porque temos levado avante muitos filmes ambiciosos em vários aspectos.
O que dizes é o que gostaria de fazer, mas não sei se o consegui. Afinal de contas o cinema independente implica sempre um grande risco em todos os aspectos. E até agora todos os filmes que fizemos foram, talvez, demasiado arriscados em quase todos os aspectos.
De momento todos os projectos que me dão ganas de embarcar nesta loucura de produzir são de igual nível de dificuldade. É uma coisa que não consegui evitar. O que acontece é que alguns dos filmes funcionam bem com o público mais amplo, como é o caso do "18 Comidas" que teve tão boa recepção com públicos muito diversificados.
A: Então porque não fazem empresas maiores o mesmo?
FN: Há muitos produtores independentes na Europa que escolhem projectos com o lucro como objectivo. Isso permite-lhes fazer projectos mais arriscados.
A: A produção documental galega começa a ser conhecida em todo o mundo. Ainda é um negócio menor?
FN: Actualmente é praticamente impossível pensar na produção de longas-metragens documentais como negócio. Muito menos em Espanha onde temos poucos apoios e não se consome como noutros países que têm uma cultura de assistir a documentários. Algum filme de vez em quando pode resultar melhor economicamente, mas acho que não conheço nenhum produtor que faça filmes documentais pelos resultados em bilheteira. Os motivos tendem a ser pessoais.
Parte III
Parte I
Antestreia: De onde surgiu a ideia de fazer uma produtora transatlântica?
Fernanda del Nido: A verdade é que considero a TIC TAC, (e a mim), como uma produtora galega. Desde que comecei a trabalhar com produtores latino-americanos, antes de criar a TIC TAC, apercebi-me que conseguia entender “ambos os lados” e que podia muitas vezes ser mediadora e colaborar com ambas as partes para bem do filme. Entendi que eu ser de ambos os lugares e com tudo o que me tinha custado sê-lo, era algo que tinha de transformar em algo positivo, e assim foi... Basicamente considerei e considero natural especializar-me em co-produções com a América Latina. São as histórias de ambos os lados do oceano que me comovem…
A: Quem compõe a equipa?
FN: A equipa da TIC TAC foi composta em diferentes momentos da produtora por um grupo de jovens mulheres. Sempre fomos um grupo reduzido, é normal numa produtora que apenas faz cinema. Tive sorte pois sempre estive acompanhada por um grupo excelente e crescemos profissionalmente em conjunto. Sem elas não teríamos podido fazer tudo o que fizemos com o carinho que o fizemos. O entusiasmo, o desejo e o compromisso foram e são regras. De momento tenho uma só assistente de produção e muitos colaboradores externos. Tamara trabalha comigo desde há muito tempo, profissionalmente conhecemo-nos bem e fazemos uma boa equipa. E contratamos mais gente quando necessário, de acordo com a etapa do projecto.
A: Produzem documentários e ficção com o mesmo êxito. Qual é o segredo?
FN: Diria que o meu critério para escolher os projectos é sempre que sejam projectos com muita identidade. Distintos. Que se destacam pela sua singularidade. E o realizador é fundamental. É um critério que uso tanto para filmes de ficção como para documentários.
A: O apoio a jovens cineastas como Pablo D'Alo Abba e Cristián Harbaruk provou a sua eficácia, mas também apostam em nomes como Jorge Coira. O futuro está na combinação de filmes de lucro quase garantido com outros de maior risco?
FN: Até agora nunca me aconteceu começar a produzir um projecto sabendo que ia ter receitas. E diria que lamentavelmente até agora não o conseguimos. Se temos conseguido fazer os filmes e manter a produtora, é sobretudo porque temos levado avante muitos filmes ambiciosos em vários aspectos.
O que dizes é o que gostaria de fazer, mas não sei se o consegui. Afinal de contas o cinema independente implica sempre um grande risco em todos os aspectos. E até agora todos os filmes que fizemos foram, talvez, demasiado arriscados em quase todos os aspectos.
De momento todos os projectos que me dão ganas de embarcar nesta loucura de produzir são de igual nível de dificuldade. É uma coisa que não consegui evitar. O que acontece é que alguns dos filmes funcionam bem com o público mais amplo, como é o caso do "18 Comidas" que teve tão boa recepção com públicos muito diversificados.
A: Então porque não fazem empresas maiores o mesmo?
FN: Há muitos produtores independentes na Europa que escolhem projectos com o lucro como objectivo. Isso permite-lhes fazer projectos mais arriscados.
A: A produção documental galega começa a ser conhecida em todo o mundo. Ainda é um negócio menor?
FN: Actualmente é praticamente impossível pensar na produção de longas-metragens documentais como negócio. Muito menos em Espanha onde temos poucos apoios e não se consome como noutros países que têm uma cultura de assistir a documentários. Algum filme de vez em quando pode resultar melhor economicamente, mas acho que não conheço nenhum produtor que faça filmes documentais pelos resultados em bilheteira. Os motivos tendem a ser pessoais.
Parte III
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