O cinema latino-americano tem sido uma das grandes surpresas dos últimos anos estando num momento particularmente feliz tanto em termos de espectadores como de aceitação da crítica. Se o México é por tradição uma cinematografia pujante, o cinema argentino não lhe tem ficado atrás. E o êxito está a espraiar-se com propostas muito interessantes oriundas da Colômbia, Chile e Uruguai. Convém estar atento aos novos autores destas paragens.
“El Paramo”, filme distribuidor com a chancela da reputada Wild Bunch, pode não ter estreia comercial assegurada em Portugal, mas revela uma qualidade técnica assinalável que é o melhor cartão-de-visita para um cineasta em busca de afirmação que constrói uma metáfora com vários níveis de leitura, um micro-cosmos da complexa sociedade colombiana. Paramo é o tipo de paisagem andina de floresta tropical a uma cota elevada. É o espaço onde se movimenta a guerrilha das FARC, o narcotráfico e as tropas de elite do exército colombiano que os combatem. Por esta introdução poder-se-ia pensar que estamos perante um filme de guerra e acção. Só que a realidade é apenas o pretexto para a criação de um ambiente de tensão intensa e de suspense permanente, no limiar de um certo tipo de terror. Um pelotão de elite tem como missão recuperar um reduto do exército com que se perdeu o contacto. O local está deserto e dos seus ocupantes não há rasto. O mistério do destino destes homens não é elucidado pelas estranhas mensagens do diário, nem pelo interrogatório a uma prisioneira que perdeu a razão. A única certeza é que algo de indefinido e terrível se esconde no acampamento. Pior que a ameaça invisível que a selva esconde são os medos, os traumas e a fúria que cada um destes soldados esconde dentro de si e está pronta a explodir a qualquer momento. Os demónios do interior do grupo são o mais terrífico inimigo.
O que é um apreciável filme de acção e guerra, com uma notável mestria do domínio da câmara à mão, servido por interpretações de grande intensidade dramática, é apenas perturbado por manter continuamente um insuportável clima de tensão de onde não consegue encontrar uma saída. Sai-se do filme com a sensação de uma obra forte, mas a que falta aquele golpe de génio que o permita distinguir de um mais convencional filme militar. A merecer um visionamento, se não for possível em ecrã grande onde ele ganha dimensão, ao menos em versão doméstica.
“El Paramo”, filme distribuidor com a chancela da reputada Wild Bunch, pode não ter estreia comercial assegurada em Portugal, mas revela uma qualidade técnica assinalável que é o melhor cartão-de-visita para um cineasta em busca de afirmação que constrói uma metáfora com vários níveis de leitura, um micro-cosmos da complexa sociedade colombiana. Paramo é o tipo de paisagem andina de floresta tropical a uma cota elevada. É o espaço onde se movimenta a guerrilha das FARC, o narcotráfico e as tropas de elite do exército colombiano que os combatem. Por esta introdução poder-se-ia pensar que estamos perante um filme de guerra e acção. Só que a realidade é apenas o pretexto para a criação de um ambiente de tensão intensa e de suspense permanente, no limiar de um certo tipo de terror. Um pelotão de elite tem como missão recuperar um reduto do exército com que se perdeu o contacto. O local está deserto e dos seus ocupantes não há rasto. O mistério do destino destes homens não é elucidado pelas estranhas mensagens do diário, nem pelo interrogatório a uma prisioneira que perdeu a razão. A única certeza é que algo de indefinido e terrível se esconde no acampamento. Pior que a ameaça invisível que a selva esconde são os medos, os traumas e a fúria que cada um destes soldados esconde dentro de si e está pronta a explodir a qualquer momento. Os demónios do interior do grupo são o mais terrífico inimigo.
O que é um apreciável filme de acção e guerra, com uma notável mestria do domínio da câmara à mão, servido por interpretações de grande intensidade dramática, é apenas perturbado por manter continuamente um insuportável clima de tensão de onde não consegue encontrar uma saída. Sai-se do filme com a sensação de uma obra forte, mas a que falta aquele golpe de génio que o permita distinguir de um mais convencional filme militar. A merecer um visionamento, se não for possível em ecrã grande onde ele ganha dimensão, ao menos em versão doméstica.
Título Original: "El Paramo" (Argentina, Colômbia, Espanha, 2012) Realização: Jaime Osorio Marquez Argumento: Diego Vivanco, Jaime Osorio Marquez Intérpretes: Juan David Restrepo, Andrés Castañeda, Mateo Stevel, Alejandro Aguilar, Nelson Camayo, Juan Pablo Barragan, Mauricio Navas, Andres Torres, Julio César Valencia Música: Ruy Folguera Fotografia: Alejandro Moreno Género: Horror, Thriller Duração: 100 min. Sítio Oficial: http://www.elparamolapelicula.com/ |
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