Peter Szewczyk trabalhou no departamento de efeitos visuais de muitos blockbusters que todos viram. O Antestreia teve uma entrevista exclusiva com ele logo após a sua estrondosa vitória em Sitges.
Antestreia: Como tem sido a sua carreira até agora?
Peter Szewczyk: Foi um misto de trabalho duro, sacrifício e muita sorte. Tive a minha grande oportunidade quando fui contratado para o pequeno departamento de arte e animação do George Lucas's Skywalker Ranch. de lá segui para a Dreamworks, e continuei a trabalhar em animações como “Ice Age 2”, antes de me mudar para Londres para Harry Potter. Depois de dois Harry Potters, senti que a minha contribuição creativa estava a ficar diluída. Comecei a dedicar mais tempo a projectos pessoais. Finalmente quando fui trabalhar em “Avatar”, percebi que me tinhas desviado demasiado do lado criativo de fazer cinema e decidi experimentar a realização. Comecei em ponto pequeno, mas a cada projecto fico mais ousado. Actualmente dedico apenas uma pequena parte do tempo em efeitos visuais e a maior parte a escrever e a investigar novos projectos para dirigir.
A: Algum projecto ou momento que gostasse de destacar?
PS: “Shrek 2” é o que me ocorre. Por vezes trabalhas muito e o projecto não vai a lado nenhum. Outras vezes sentes que não fizeste assim tanto, mas todos adoraram o filme. Este foi um projecto em que tudo bateu certo. Trabalhei muito nele e as pessoas parecem ter gostado do filme. Os realizadores e o argumento para ele eram tão divertidos que até os dias stressantes eram suportáveis.
Outro projecto de que estou muito orgulhoso é o meu vídeo musical para os The Maccabees, "Young Lions". A banda deixou-me fazer o que me apetecesse e criei uma bonita história épica. Quando disse às pessoas que pretendia filmar em três países com um mini-orçamento persaram que tinha enlouquecido. Mas como eu era produtor, realizador, editor, animador e mesmo actor, fui capaz de manter os custos baixos e fazer EXACTAMENTE o tipo de filme que tinha em mente. Mais tarde foi nomeado para um UK Music video Award, o que me deixou bastante satisfeito por não ter dado ouvidos a todos os que pensavam que iria falhar.
A: Também na música o seu trabalho é muito visível. Como foi essa mudança de formato?
PS: Na verdade fiz um video musical ainda bastante novo (22) e por a música ser uma parte tão importante da minha vida os promos musicais sempre me pareceram um formato interessante. É o único tipo de trabalho fílmico que me consigo lembrar em que podes ser completamente criativo, não ter qualquer experiência, e ainda assim atingir milhares, ou mesmo milhões, de pessoas.
Um pequeno papel em enormes filmes, uma enorme tarefa em pequenos filmes. Aqui fica uma curta criada por Peter Szewczyk:
A: Como apareceu “Dark Clouds”?
PS: “Dark Clouds” foi o primeiro projecto sobre o qual me debrucei quando decidi que queria experimentar a realização. Estava muito ocupado com “Avatar”, mas consegui algum tempo nos fins-de-semana para trabalhar no “Dark Clouds”. A maioria do projecto fiz no meu portátil, na cozinha. A ideia de um insecto a navegar por entre a destruição e o caos estava na minha mente há anos, sabia que mais cedo ou mais tarde a iria experimentar. São as ideias que não te largam durante anos que parecem ser as melhores.
A: I depois "Colourbleed". O que nos pode dizer sobre a história?
PS: Foi o completo oposto de “Dark Clouds”. A ideia apareceu-me tão depressa, tão nítida e tão completa que tive de lhe dar uma oportunidade. Pela minha experiência há sempre muita gente que te desejam o melhor, mas há sempre alguém que só te quer ver falhar. Por isso fiz esta história sobre uma sonhadora naive que se cruza com uma dessas pessoas cínicas e amrgas. O resultado é um misto de triunfo e tragédia.
A: Aqui são usados actores fazndo com que seja menos sobre computação e mais na área das curtas. Sentiu a diferença?
PS: Sim! Aos computadores não tens de dar sanduiches baratas ou esperar que lhes acabe a ressaca para começar a trabalhar! Vou sempre adorar a animação, mas é um processo tão lento, de trabalho tão intenso e nada nela é espontâneo como na imagem real. Com a animação podes ser um exército de um homem o que é simplesmente impossível na imagem real. A animação também me treinou a fazer com que cada segundo conte para a narrativa.
A: De onde veio a ideia de a enviar para festivais?
PS: Estava dividido entre lançar ColourBleed online ou esperar que fizesse o circuito dos festivais. No fim pensei assim, os festivais permitem exibir o filme para um público cativo. Oito minutos é demasiado tempo para ficar sentado numa página web enquanto se faz uma dúzia de outras coisas. Um festival tem uma audiência que está preparada para ficar imóvel durante toda a curta. Além disso ColourBleed é bastante intenso no final, por isso fica bem quando é visto em grande e com som alto.
A: Teve oportunidade de o ver em grande ecrã com público e de interagir com os espectadores?
PS: Por duas vezes que o vi com público em Londres. Para mim é excelente ouvi-lo com um bom som e ver os planos amplos a brilhar. Ouvir a reacção dos espectadores à cena da cozinha é sempre divertido. Mas normalmente estou tão arrebatado pelos outros filmes que são exibidos que quando chega a vez do meu filme só quero rastejar para debaixo da cadeira e ficar escondido.
A: Mesmo um pouco fora de época o filme foi escolhido para festivais e ganhou prémios ao longo do Verão. Onde?
PS: Foi finalista do Rushes em Londres, onde competiu contra duas curtas incrivelmente boas. Uma fez-me rir cada minuto que estava no ecrã e a outra tinha o John Hurt! Por isso senti-me em boa companhia. A outra vitória foi em Hollywood, num festival chamado HolyShots. Ganhou o pémio internacional, mas era candidato em várias categorias.
A: E na semana passada Sitges, provavelmente o maior festival para filmes do fantástico. Qual foi a sensação?
PS: Fiquei completamente chocado. E permaneci chocado por 24 horas até que comecei a absorver a ideia. Sitges está bem estabelecido, para a fantasia, para os festivais europeus, e mesmo entre os festivais internacionais. Soube de Sitges mesmo antes de saber que havia um circuito de festivais! Dar nas vistas num evento como este motiva-me para fazer mais filmes.
A: Também teve um efeito secundário a nível nacional, tornando “ColourBleed” eligível para mais alguns prémios...
PS: Sim! Espero que isso me abra novas portas e dê origem a mais convites! Penso que o Fantasporto seria um belo festival onde exibi-lo. Adoraria conhecer o Porto. Um dos meus colaboradores mais próximos é de lá e quero conhecer o lugar de que tanto me fala.
A: Entretanto completou a sua terceira curta num momento de improvisação, mostrando um lado mais sensível. Há alguma história por detrás?
PS: Como mecionei anteriormente, as ideas que permanecem contigo por muito tempo são uma boa aposta para alicerçar um projecto em torno delas. O poema que uso no filme já conhecia há mais de 15 anos. Também queria MESMO fazer algo com voice over. Sou um enorme fã de Terence Mallick e essa é a assinatura da maioria dos seus filmes. Por último senti que estava a ser demasiado meticuloso ao planear os projectos e quis experimentar algo rápido e solto. Estou orgulhoso do que conseguimos nessa noite, todo o mérito vai para os dois actores e o raciocínio rápido do Oskar Kudlacik, que estava por trás da câmara.
A: Esteve recentemente em Portugal. O que pensa do país e, do nosso cinema?
PS: Tive uma oportunidade para filmar em Lisboa um anúncio durante a Primavera. Lisboa foi uma grande surpresa para mim. Fiquei impressionado pela qualidade da luz que lá têm. É uma luz limpa e brilhante. As pessoas também foram incrivelmente amigáveis. Preciso de voltar porque não tive oportunidade de ver a vida nocturna e percebi que os portugueses se sabem divertir.
A: E iremos ver as suas curtas?
PS: Espero que sim. de momento estou a trabalhar numa curta de formato longo, cerca de 25 minutos. Quero usar como base para longas-metragens. Vai ter uma boa dose de SFX, mais terá muito diálogo e será focada nas personagens.
Antestreia: Como tem sido a sua carreira até agora?
Peter Szewczyk: Foi um misto de trabalho duro, sacrifício e muita sorte. Tive a minha grande oportunidade quando fui contratado para o pequeno departamento de arte e animação do George Lucas's Skywalker Ranch. de lá segui para a Dreamworks, e continuei a trabalhar em animações como “Ice Age 2”, antes de me mudar para Londres para Harry Potter. Depois de dois Harry Potters, senti que a minha contribuição creativa estava a ficar diluída. Comecei a dedicar mais tempo a projectos pessoais. Finalmente quando fui trabalhar em “Avatar”, percebi que me tinhas desviado demasiado do lado criativo de fazer cinema e decidi experimentar a realização. Comecei em ponto pequeno, mas a cada projecto fico mais ousado. Actualmente dedico apenas uma pequena parte do tempo em efeitos visuais e a maior parte a escrever e a investigar novos projectos para dirigir.
A: Algum projecto ou momento que gostasse de destacar?
PS: “Shrek 2” é o que me ocorre. Por vezes trabalhas muito e o projecto não vai a lado nenhum. Outras vezes sentes que não fizeste assim tanto, mas todos adoraram o filme. Este foi um projecto em que tudo bateu certo. Trabalhei muito nele e as pessoas parecem ter gostado do filme. Os realizadores e o argumento para ele eram tão divertidos que até os dias stressantes eram suportáveis.
Outro projecto de que estou muito orgulhoso é o meu vídeo musical para os The Maccabees, "Young Lions". A banda deixou-me fazer o que me apetecesse e criei uma bonita história épica. Quando disse às pessoas que pretendia filmar em três países com um mini-orçamento persaram que tinha enlouquecido. Mas como eu era produtor, realizador, editor, animador e mesmo actor, fui capaz de manter os custos baixos e fazer EXACTAMENTE o tipo de filme que tinha em mente. Mais tarde foi nomeado para um UK Music video Award, o que me deixou bastante satisfeito por não ter dado ouvidos a todos os que pensavam que iria falhar.
A: Também na música o seu trabalho é muito visível. Como foi essa mudança de formato?
PS: Na verdade fiz um video musical ainda bastante novo (22) e por a música ser uma parte tão importante da minha vida os promos musicais sempre me pareceram um formato interessante. É o único tipo de trabalho fílmico que me consigo lembrar em que podes ser completamente criativo, não ter qualquer experiência, e ainda assim atingir milhares, ou mesmo milhões, de pessoas.
Um pequeno papel em enormes filmes, uma enorme tarefa em pequenos filmes. Aqui fica uma curta criada por Peter Szewczyk:
A: Como apareceu “Dark Clouds”?
PS: “Dark Clouds” foi o primeiro projecto sobre o qual me debrucei quando decidi que queria experimentar a realização. Estava muito ocupado com “Avatar”, mas consegui algum tempo nos fins-de-semana para trabalhar no “Dark Clouds”. A maioria do projecto fiz no meu portátil, na cozinha. A ideia de um insecto a navegar por entre a destruição e o caos estava na minha mente há anos, sabia que mais cedo ou mais tarde a iria experimentar. São as ideias que não te largam durante anos que parecem ser as melhores.
A: I depois "Colourbleed". O que nos pode dizer sobre a história?
PS: Foi o completo oposto de “Dark Clouds”. A ideia apareceu-me tão depressa, tão nítida e tão completa que tive de lhe dar uma oportunidade. Pela minha experiência há sempre muita gente que te desejam o melhor, mas há sempre alguém que só te quer ver falhar. Por isso fiz esta história sobre uma sonhadora naive que se cruza com uma dessas pessoas cínicas e amrgas. O resultado é um misto de triunfo e tragédia.
A: Aqui são usados actores fazndo com que seja menos sobre computação e mais na área das curtas. Sentiu a diferença?
PS: Sim! Aos computadores não tens de dar sanduiches baratas ou esperar que lhes acabe a ressaca para começar a trabalhar! Vou sempre adorar a animação, mas é um processo tão lento, de trabalho tão intenso e nada nela é espontâneo como na imagem real. Com a animação podes ser um exército de um homem o que é simplesmente impossível na imagem real. A animação também me treinou a fazer com que cada segundo conte para a narrativa.
A: De onde veio a ideia de a enviar para festivais?
PS: Estava dividido entre lançar ColourBleed online ou esperar que fizesse o circuito dos festivais. No fim pensei assim, os festivais permitem exibir o filme para um público cativo. Oito minutos é demasiado tempo para ficar sentado numa página web enquanto se faz uma dúzia de outras coisas. Um festival tem uma audiência que está preparada para ficar imóvel durante toda a curta. Além disso ColourBleed é bastante intenso no final, por isso fica bem quando é visto em grande e com som alto.
A: Teve oportunidade de o ver em grande ecrã com público e de interagir com os espectadores?
PS: Por duas vezes que o vi com público em Londres. Para mim é excelente ouvi-lo com um bom som e ver os planos amplos a brilhar. Ouvir a reacção dos espectadores à cena da cozinha é sempre divertido. Mas normalmente estou tão arrebatado pelos outros filmes que são exibidos que quando chega a vez do meu filme só quero rastejar para debaixo da cadeira e ficar escondido.
A: Mesmo um pouco fora de época o filme foi escolhido para festivais e ganhou prémios ao longo do Verão. Onde?
PS: Foi finalista do Rushes em Londres, onde competiu contra duas curtas incrivelmente boas. Uma fez-me rir cada minuto que estava no ecrã e a outra tinha o John Hurt! Por isso senti-me em boa companhia. A outra vitória foi em Hollywood, num festival chamado HolyShots. Ganhou o pémio internacional, mas era candidato em várias categorias.
A: E na semana passada Sitges, provavelmente o maior festival para filmes do fantástico. Qual foi a sensação?
PS: Fiquei completamente chocado. E permaneci chocado por 24 horas até que comecei a absorver a ideia. Sitges está bem estabelecido, para a fantasia, para os festivais europeus, e mesmo entre os festivais internacionais. Soube de Sitges mesmo antes de saber que havia um circuito de festivais! Dar nas vistas num evento como este motiva-me para fazer mais filmes.
A: Também teve um efeito secundário a nível nacional, tornando “ColourBleed” eligível para mais alguns prémios...
PS: Sim! Espero que isso me abra novas portas e dê origem a mais convites! Penso que o Fantasporto seria um belo festival onde exibi-lo. Adoraria conhecer o Porto. Um dos meus colaboradores mais próximos é de lá e quero conhecer o lugar de que tanto me fala.
A: Entretanto completou a sua terceira curta num momento de improvisação, mostrando um lado mais sensível. Há alguma história por detrás?
PS: Como mecionei anteriormente, as ideas que permanecem contigo por muito tempo são uma boa aposta para alicerçar um projecto em torno delas. O poema que uso no filme já conhecia há mais de 15 anos. Também queria MESMO fazer algo com voice over. Sou um enorme fã de Terence Mallick e essa é a assinatura da maioria dos seus filmes. Por último senti que estava a ser demasiado meticuloso ao planear os projectos e quis experimentar algo rápido e solto. Estou orgulhoso do que conseguimos nessa noite, todo o mérito vai para os dois actores e o raciocínio rápido do Oskar Kudlacik, que estava por trás da câmara.
A: Esteve recentemente em Portugal. O que pensa do país e, do nosso cinema?
PS: Tive uma oportunidade para filmar em Lisboa um anúncio durante a Primavera. Lisboa foi uma grande surpresa para mim. Fiquei impressionado pela qualidade da luz que lá têm. É uma luz limpa e brilhante. As pessoas também foram incrivelmente amigáveis. Preciso de voltar porque não tive oportunidade de ver a vida nocturna e percebi que os portugueses se sabem divertir.
A: E iremos ver as suas curtas?
PS: Espero que sim. de momento estou a trabalhar numa curta de formato longo, cerca de 25 minutos. Quero usar como base para longas-metragens. Vai ter uma boa dose de SFX, mais terá muito diálogo e será focada nas personagens.
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