A radioactiva Hiroshima foi chamada Mon Amour há alguns anos e agora é a gélida Sibéria a receber esse nome carinhoso francês. Na verdade é apenas um título irónico pois parte da acção passa-se numa terra de nome Monamur, mas podia-se passar em qualquer local da enorme taiga siberiana.
Numa aldeia há muito abandonada pelos habitantes o velho Ivan permanece. Vive com o neto Leisha de sete anos e espera o regresso do filho. No meio do nada, rodeados por pouca vegetação e ainda menos animais a fome é um desafio constante. Por vezes Yuri visita-os com mantimentos, na esperança de os convencer a mudarem-se para a aldeia onde ele tem a família. Até que a mulher de Yuri o proíbe de continuar a tirar comida às próprias filhas para dar a quem opta por estar longe e Yuri vai visitá-los numa última viagem. O caminho é perigoso pois lá circulam bandidos e lobos. Um dos lobos é amigo de Leisha, os bandidos não são amigos de ninguém. Para proteger a população há o exército, sem sentido de orientação e mais preocupado em encontrar uma prostituta para o chefe do posto do que em melhorar a vida dos concidadãos. É assim a vida na Sibéria, o que há para não gostar?
Além da óbvia crítica social com um tom de fatalismo há também um apurado sentido estético. Os planos dos lobos a correr por entre as árvores ou na estrada, sejam filmados no chão ou pelo ar, provocam sempre uma sensação de autenticidade que muitos documentários gostariam de conseguir. A cena de um lobo baleado é talvez demasiado credível, mas assumindo que a Sociedade Protectora acompanhou o filme, é tudo devido aos efeitos de qualidade.
O drama humano é o principal ingrediente e as vidas daquelas pessoas isoladas do mundo têm um toque quase mágico. As personagens têm um mentalidade russa a fazer lembrar os clássicos da literatura. Por vezes o argumento entra no previsível, como quando se debruça sobre o ramo da história dos militares, mas só pela beleza das paisagens e pela arte em capturá-las "Siberia, Monamour" merece ser visto.
Numa aldeia há muito abandonada pelos habitantes o velho Ivan permanece. Vive com o neto Leisha de sete anos e espera o regresso do filho. No meio do nada, rodeados por pouca vegetação e ainda menos animais a fome é um desafio constante. Por vezes Yuri visita-os com mantimentos, na esperança de os convencer a mudarem-se para a aldeia onde ele tem a família. Até que a mulher de Yuri o proíbe de continuar a tirar comida às próprias filhas para dar a quem opta por estar longe e Yuri vai visitá-los numa última viagem. O caminho é perigoso pois lá circulam bandidos e lobos. Um dos lobos é amigo de Leisha, os bandidos não são amigos de ninguém. Para proteger a população há o exército, sem sentido de orientação e mais preocupado em encontrar uma prostituta para o chefe do posto do que em melhorar a vida dos concidadãos. É assim a vida na Sibéria, o que há para não gostar?
Além da óbvia crítica social com um tom de fatalismo há também um apurado sentido estético. Os planos dos lobos a correr por entre as árvores ou na estrada, sejam filmados no chão ou pelo ar, provocam sempre uma sensação de autenticidade que muitos documentários gostariam de conseguir. A cena de um lobo baleado é talvez demasiado credível, mas assumindo que a Sociedade Protectora acompanhou o filme, é tudo devido aos efeitos de qualidade.
O drama humano é o principal ingrediente e as vidas daquelas pessoas isoladas do mundo têm um toque quase mágico. As personagens têm um mentalidade russa a fazer lembrar os clássicos da literatura. Por vezes o argumento entra no previsível, como quando se debruça sobre o ramo da história dos militares, mas só pela beleza das paisagens e pela arte em capturá-las "Siberia, Monamour" merece ser visto.
Título Original: "Sibir, Monamur" (Rússia, 2011) Realização: Slava Ross Argumento: Slava Ross Intérpretes: Pyotr Zaychenko, Nikolai Kozak, Sergey Novikov, Mikhail Protsko, Sonya Oleynik Música: Aidar Gainullin Fotografia: Yuri Rajsky Género: Drama Duração: 102 min. Sítio Oficial: http://www.siberiemonamour.com/ |
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