Amor sobre um fio (sem fios)
Os tempos mudam, as comédias românticas não. Por vezes surge uma mais adaptada à sua época, mas normalmente isso ainda é pior porque fica datada. O verdadeiro desafio é fazer um filme com que o espectador se identifique sempre. Em "Going the Distance" temos uma história que poderia parecer velha. Quantas vezes já vimos "rapaz conhece rapariga, rapariga vai para longe, rapaz e rapariga mantêm a relação à distância"? O tema não tem sido muito usado em cinema pela dificuldade, mas em séries é frequente (por exemplo, na primeira temporada de "How I Met Your Mother"). Com as chamadas gratuitas e a vulgarização de outras formas de comunicação como as vídeo-chamadas, estas relações tenderão a ser mais comuns e o cinema terá de se adaptar.
Erin é estagiária trintona num jornal Nova Iorquino. Luta por um contrato numa indústria em crise. Garrett trabalha numa editora discográfica onde tem de ouvir bandas pré-fabricadas a criar faixas de junk food para os canais auditivos. Estas duas personagens vão-se cruzar num bar e devido à química começam um namoro agradável. Até que Erin tem de voltar para San Francisco, na costa oposta, e ficam um bocado confusos sobre o seu futuro.
O filme fala de manter uma relação sem contacto físico, fala de uma época com dificuldades de emprego, fala de uma geração com enorme descontentamento profissional e fala de arriscar por amor. O único problema é a forma como fala. O duo principal tem um grande início de relação, mas falta-lhes muito no resto, a começar pela credibilidade das situações. O argumentista baseou-se na relação à distância que o próprio viveu, mas no filme não se nota essa experiência. Aproveitam-se algumas cenas de trocas de mensagens e tudo o resto foi tratado de forma desleixada. Praticamente cada cena tinha o que era preciso para ser boa e ficou-se pela intenção. A realizadora não correspondeu às expectativas (causadas pela nomeação a Oscar há dez anos na categoria de documentário e há dois anos em Sundance para melhor realizadora nesse género).
Se o romance está perdido algures entre as linhas telefónicas, a comédia é assegurada pelos amigos dele (Charlie Day, Jason Sudeikis) que se encarregam de ser totalmente irresponsáveis e loucos. Combinando-os com a irmã preocupada dela (Christina Applegate) a relação fica tão sabotada que apenas um verdadeiro amor poderia aguentar. No fim resta a moral de lutarmos pelos nossos sonhos. O mundo é cruel e tudo faz para separar duas pessoas, mas o indivíduo solitário tem de estar sempre à superfície.
Os tempos mudam, as comédias românticas não. Por vezes surge uma mais adaptada à sua época, mas normalmente isso ainda é pior porque fica datada. O verdadeiro desafio é fazer um filme com que o espectador se identifique sempre. Em "Going the Distance" temos uma história que poderia parecer velha. Quantas vezes já vimos "rapaz conhece rapariga, rapariga vai para longe, rapaz e rapariga mantêm a relação à distância"? O tema não tem sido muito usado em cinema pela dificuldade, mas em séries é frequente (por exemplo, na primeira temporada de "How I Met Your Mother"). Com as chamadas gratuitas e a vulgarização de outras formas de comunicação como as vídeo-chamadas, estas relações tenderão a ser mais comuns e o cinema terá de se adaptar.
Erin é estagiária trintona num jornal Nova Iorquino. Luta por um contrato numa indústria em crise. Garrett trabalha numa editora discográfica onde tem de ouvir bandas pré-fabricadas a criar faixas de junk food para os canais auditivos. Estas duas personagens vão-se cruzar num bar e devido à química começam um namoro agradável. Até que Erin tem de voltar para San Francisco, na costa oposta, e ficam um bocado confusos sobre o seu futuro.
O filme fala de manter uma relação sem contacto físico, fala de uma época com dificuldades de emprego, fala de uma geração com enorme descontentamento profissional e fala de arriscar por amor. O único problema é a forma como fala. O duo principal tem um grande início de relação, mas falta-lhes muito no resto, a começar pela credibilidade das situações. O argumentista baseou-se na relação à distância que o próprio viveu, mas no filme não se nota essa experiência. Aproveitam-se algumas cenas de trocas de mensagens e tudo o resto foi tratado de forma desleixada. Praticamente cada cena tinha o que era preciso para ser boa e ficou-se pela intenção. A realizadora não correspondeu às expectativas (causadas pela nomeação a Oscar há dez anos na categoria de documentário e há dois anos em Sundance para melhor realizadora nesse género).
Se o romance está perdido algures entre as linhas telefónicas, a comédia é assegurada pelos amigos dele (Charlie Day, Jason Sudeikis) que se encarregam de ser totalmente irresponsáveis e loucos. Combinando-os com a irmã preocupada dela (Christina Applegate) a relação fica tão sabotada que apenas um verdadeiro amor poderia aguentar. No fim resta a moral de lutarmos pelos nossos sonhos. O mundo é cruel e tudo faz para separar duas pessoas, mas o indivíduo solitário tem de estar sempre à superfície.
Título Original: "Going the Distance" (EUA, 2010) Realização: Nanette Burstein Argumento: Geoff LaTulippe Intérpretes: Justin Long, Drew Barrymore, Christina Applegate Música: Mychael Danna Fotografia: Eric Steelberg Género: Comédia, Romance Duração: 102 min. Sítio Oficial: http://going-the-distance.warnerbros.com/ |
0 comentários:
Enviar um comentário