Esta semana foi rica em revelações surpreendentes. Uma delas é que o cinema nacional continua a convencer por esse mundo fora. A revista New Yorker divulgou a sua lista de melhores do ano e Portugal tem uma enorme presença.
1. "Shutter Island" (Martin Scorsese)
2. "The Social Network" (David Fincher)
3. "Somewhere" (Sofia Coppola)
4. "Greenberg" (Noah Baumbach)
5. "Black Swan" (Darren Aronofsky)
6. "Around a Small Mountain" (Jacques Rivette)
7. "Daddy Longlegs" (Josh Safdie and Benny Safdie)
8. "O Estranho Caso de Angélica" (Manoel de Oliveira)
9. "Tiny Furniture" (Lena Dunham)
10. "Aquele Querido Mês de Agosto" (Miguel Gomes)
11. "Ne Change Rien" (Pedro Costa)
12. "The Father of My Children" (Mia Hansen-Løve)
13. "You Will Meet a Tall Dark Stranger" (Woody Allen)
14. "Hereafter" (Clint Eastwood)
15. "A Religiosa Portuguesa" (Eugène Green)
16. "L'Armée of Crime" (Robert Guédiguian)
17. "Outside the Law" (Rachid Bouchareb)
18. "Audrey the Trainwreck" (Frank V. Ross)
19. "Boxing Gym" (Frederick Wiseman)
20. "Catfish" (Henry Joost and Ariel Schulman)
21. "Cyrus" (Jay Duplass and Mark Duplass)
22. "Open Five" (Kentucker Audley)
23. "Get Him to the Greek" (Nicholas Stoller)
24. "Spring Fever" (Lou Ye)
25. "Scott Pilgrim vs. the World" (Edgar Wright)
Quanto a The Social Network e "L'Armée of Crime" há uma ligeira discordância, em "Get Him to the Greek" uma enorme. Todos os outros já publicados no Antestreia tiveram quatro estrelas pelo que acreditamos que o resto da lista seja igualmente credível, se ignorarmos a ausência de "Inception".
Ora nas posições 8, 9, 11 e 15 estão representantes nacionais. Manoel de Oliveira e Pedro Costa não surpreendem por terem estado nas bocas do mundo todo o ano, mas o filme de Miguel Gomes que, como talvez se lembrem, demorou um ano a ser filmado sem orçamento e demorou outros dois a chegar lá, está no top 10! Acima de Woody Allen e Clint Eastwood! O último da lista é uma co-produção francesa "A Religiosa Portuguesa" que foi grande prémio em Ourense e competiu no Bragacine. Admito que é um filme para um público mais intelectual, mas quando deu cá em Maio ninguém falou dele.
Além destes temos "Mistérios de Lisboa", premiado nos festivais de San Sebastian e São Paulo e ainda esta semana prémio Louis Delluc em França para melhor filme do ano. Temos "José e Pilar" a ser aclamado como um dos melhores documentários de sempre. E "Um Funeral à Chuva" que venceu recentemente o prémio de melhor filme português em Coimbra não foi para fora.
Por tudo isso talvez o ICA devesse repensar os apoios que dá. No Marché do Film espreito sempre os filmes nacionais para o caso de ser preciso ir fazer número. Se bem me lembro nos últimos anos houve sessões de "A Bela e o Paparazzo", "A Esperança Está Onde Menos se Espera", "Call Girl", "Como Desenhar Um Círculo Perfeito", "Corrupção" e "O Estranho Caso de Angélica", nada mais. Se outros filmes chegassem a outros mercados teríamos uma projecção assente na qualidade e não na capacidade orçamental da produtora. Porque o prestígio não se compra, ganha-se.
1. "Shutter Island" (Martin Scorsese)
2. "The Social Network" (David Fincher)
3. "Somewhere" (Sofia Coppola)
4. "Greenberg" (Noah Baumbach)
5. "Black Swan" (Darren Aronofsky)
6. "Around a Small Mountain" (Jacques Rivette)
7. "Daddy Longlegs" (Josh Safdie and Benny Safdie)
8. "O Estranho Caso de Angélica" (Manoel de Oliveira)
9. "Tiny Furniture" (Lena Dunham)
10. "Aquele Querido Mês de Agosto" (Miguel Gomes)
11. "Ne Change Rien" (Pedro Costa)
12. "The Father of My Children" (Mia Hansen-Løve)
13. "You Will Meet a Tall Dark Stranger" (Woody Allen)
14. "Hereafter" (Clint Eastwood)
15. "A Religiosa Portuguesa" (Eugène Green)
16. "L'Armée of Crime" (Robert Guédiguian)
17. "Outside the Law" (Rachid Bouchareb)
18. "Audrey the Trainwreck" (Frank V. Ross)
19. "Boxing Gym" (Frederick Wiseman)
20. "Catfish" (Henry Joost and Ariel Schulman)
21. "Cyrus" (Jay Duplass and Mark Duplass)
22. "Open Five" (Kentucker Audley)
23. "Get Him to the Greek" (Nicholas Stoller)
24. "Spring Fever" (Lou Ye)
25. "Scott Pilgrim vs. the World" (Edgar Wright)
Quanto a The Social Network e "L'Armée of Crime" há uma ligeira discordância, em "Get Him to the Greek" uma enorme. Todos os outros já publicados no Antestreia tiveram quatro estrelas pelo que acreditamos que o resto da lista seja igualmente credível, se ignorarmos a ausência de "Inception".
Ora nas posições 8, 9, 11 e 15 estão representantes nacionais. Manoel de Oliveira e Pedro Costa não surpreendem por terem estado nas bocas do mundo todo o ano, mas o filme de Miguel Gomes que, como talvez se lembrem, demorou um ano a ser filmado sem orçamento e demorou outros dois a chegar lá, está no top 10! Acima de Woody Allen e Clint Eastwood! O último da lista é uma co-produção francesa "A Religiosa Portuguesa" que foi grande prémio em Ourense e competiu no Bragacine. Admito que é um filme para um público mais intelectual, mas quando deu cá em Maio ninguém falou dele.
Além destes temos "Mistérios de Lisboa", premiado nos festivais de San Sebastian e São Paulo e ainda esta semana prémio Louis Delluc em França para melhor filme do ano. Temos "José e Pilar" a ser aclamado como um dos melhores documentários de sempre. E "Um Funeral à Chuva" que venceu recentemente o prémio de melhor filme português em Coimbra não foi para fora.
Por tudo isso talvez o ICA devesse repensar os apoios que dá. No Marché do Film espreito sempre os filmes nacionais para o caso de ser preciso ir fazer número. Se bem me lembro nos últimos anos houve sessões de "A Bela e o Paparazzo", "A Esperança Está Onde Menos se Espera", "Call Girl", "Como Desenhar Um Círculo Perfeito", "Corrupção" e "O Estranho Caso de Angélica", nada mais. Se outros filmes chegassem a outros mercados teríamos uma projecção assente na qualidade e não na capacidade orçamental da produtora. Porque o prestígio não se compra, ganha-se.
2 comentários:
Filmes como os do Manoel de Oliveira e do Pedro Costa, por mais prestígio artístico que tenham (e as minhas considerações pessoais sobre eles não entram aqui), não podem ter o apoio do ICA.
Não digo que mereçam ou não, digo que o ICA tem de apoiar a divulgação no estrangeiro dos nossos filmes e não pode ser com base nos critérios do público português quando na bilheteira se resumem a "é uma seca" ou "tem mamas e palavrões".
Claro que não vai apoiar os com projecção e poder económico, tem de ajudar os outros, os pequenos produtores.
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