Ler ou não ler, eis a questão.
Em "Eat Pray Love" temos novamente o cinema a adaptar a literatura. É uma combinação que raramente dá certo, porque quem leu o liro antes acha o filme incompleto e o filme sai tão depois do livro que o cenário contrário não se aplica. Por vezes um livro desconhecido pode usar a publicidade do filme, mas o normal é ser o filme a aproveitar-se do sucesso do livro.
O livro parecia interessante porque no título estão três verbos de que sou adepto. Não ia conseguir adiar muito a leitura pelo que para este tentei uma abordagem diferente. Comecei a ler o livro. Parei ao fim de 20 capítulos (são 108) para ver o filme. Ainda não recomecei o livro. Para que serviu isso? Em primeiro lugar para saber se a história me interessaria. O livro está virado para um público feminino e se a trama seguisse de forma muito marcada essa direcção não valeria a pena ver. Assim fiquei a saber de que se tratava, a autora explicou de forma compreensível os seus objectivos, acompanhei parte do desenrolar da história, fiquei com uma boa ideia do que me esperaria, mas sem saber tudo. Assim o filme teria muito para dar. Vinte capítulos é a introdução e cerca de metade da aventura em Itália. Ainda faltavam dois países e meio da digressão, o filme tinha margem de manobra para me surpreender.
Para quem não conhece o livro/filme vou-me explicar. Esta é a história de uma escritora (Liz Gilbert - Julia Roberts) que depois de um casamento falhado decide partir numa viagem por Itália, Índia e Indonésia. Quatro meses em cada e voltará uma nova mulher, conhecedora de sim mesma, mais confiante e acima de tudo feliz.
Quando começou correspondeu às expectativas. O retrato da vida nos EUA e os flashbacks do casamento eram o que esperava. Já o papel de James Franco é um pouco estranho, fez-me lembrar para pior o que fez em "Milk".
Chegando a Itália começa a haver diferenças entre aquilo que era mostrado no filme e o que me lembrava como importante. O quarto não ter água é uma passagem que simplesmente não me lembro. Pelo contrário, lembrava-me muito bem das personagens e de detalhes sobre elas. Aqui aparecem todas, mas poucas são apresentadas. Era fundamental? Durante o filme sim, agora que penso nisso não muito. São importantes para Liz e para os seus leitores, não para os devoradores de pipoca.
Sabia que tinha de haver muita narração. Em Itália achei que faltava, no resto foi muito bem dispensada. Esperava uma magnífica cena de diálogo entre Liz, a Depressão e a Solidão, era o meu capítulo favorito. Não a tive e o filme perdeu com isso. Finalmente na descoberta da palavra attraversiamo esperava muito mais, mas em compensação a linguagem gestual deu-me imenso prazer no filme. Subitamente estava a ver sem saber o que esperar.
Na viagem pela Índia muito ficou por explicar. Richard Jenkins está muito bem, mas tudo o resto passa um bocado ao lado. Na Indonésia Hadi Subiyanto é o foco de maior interesse e merecia mais destaque. Em compensação temos Javier Bardem a fazer de conta que é brasileiro (e não fala mal).
No geral Julia Roberts está aceitável e carrega bem o filme por mais de duas horas. Sim, é longo. Podia ser maior e mais fiel ao livro, mas perderia o espectador pelo que foi a decisão equilibrada.
Era anunciado quase como um despertar da espiritualidade, uma revelação que mudaria vidas. A nível de mensagem duradoura não é mais do que um vulgar drama lamechas de qualquer novela de cordel. Distingue-se apenas por percorrer o mundo. Como disse não acabei de ler e não sei se o livro é melhor, mas parecia ser.
Em "Eat Pray Love" temos novamente o cinema a adaptar a literatura. É uma combinação que raramente dá certo, porque quem leu o liro antes acha o filme incompleto e o filme sai tão depois do livro que o cenário contrário não se aplica. Por vezes um livro desconhecido pode usar a publicidade do filme, mas o normal é ser o filme a aproveitar-se do sucesso do livro.
O livro parecia interessante porque no título estão três verbos de que sou adepto. Não ia conseguir adiar muito a leitura pelo que para este tentei uma abordagem diferente. Comecei a ler o livro. Parei ao fim de 20 capítulos (são 108) para ver o filme. Ainda não recomecei o livro. Para que serviu isso? Em primeiro lugar para saber se a história me interessaria. O livro está virado para um público feminino e se a trama seguisse de forma muito marcada essa direcção não valeria a pena ver. Assim fiquei a saber de que se tratava, a autora explicou de forma compreensível os seus objectivos, acompanhei parte do desenrolar da história, fiquei com uma boa ideia do que me esperaria, mas sem saber tudo. Assim o filme teria muito para dar. Vinte capítulos é a introdução e cerca de metade da aventura em Itália. Ainda faltavam dois países e meio da digressão, o filme tinha margem de manobra para me surpreender.
Para quem não conhece o livro/filme vou-me explicar. Esta é a história de uma escritora (Liz Gilbert - Julia Roberts) que depois de um casamento falhado decide partir numa viagem por Itália, Índia e Indonésia. Quatro meses em cada e voltará uma nova mulher, conhecedora de sim mesma, mais confiante e acima de tudo feliz.
Quando começou correspondeu às expectativas. O retrato da vida nos EUA e os flashbacks do casamento eram o que esperava. Já o papel de James Franco é um pouco estranho, fez-me lembrar para pior o que fez em "Milk".
Chegando a Itália começa a haver diferenças entre aquilo que era mostrado no filme e o que me lembrava como importante. O quarto não ter água é uma passagem que simplesmente não me lembro. Pelo contrário, lembrava-me muito bem das personagens e de detalhes sobre elas. Aqui aparecem todas, mas poucas são apresentadas. Era fundamental? Durante o filme sim, agora que penso nisso não muito. São importantes para Liz e para os seus leitores, não para os devoradores de pipoca.
Sabia que tinha de haver muita narração. Em Itália achei que faltava, no resto foi muito bem dispensada. Esperava uma magnífica cena de diálogo entre Liz, a Depressão e a Solidão, era o meu capítulo favorito. Não a tive e o filme perdeu com isso. Finalmente na descoberta da palavra attraversiamo esperava muito mais, mas em compensação a linguagem gestual deu-me imenso prazer no filme. Subitamente estava a ver sem saber o que esperar.
Na viagem pela Índia muito ficou por explicar. Richard Jenkins está muito bem, mas tudo o resto passa um bocado ao lado. Na Indonésia Hadi Subiyanto é o foco de maior interesse e merecia mais destaque. Em compensação temos Javier Bardem a fazer de conta que é brasileiro (e não fala mal).
No geral Julia Roberts está aceitável e carrega bem o filme por mais de duas horas. Sim, é longo. Podia ser maior e mais fiel ao livro, mas perderia o espectador pelo que foi a decisão equilibrada.
Era anunciado quase como um despertar da espiritualidade, uma revelação que mudaria vidas. A nível de mensagem duradoura não é mais do que um vulgar drama lamechas de qualquer novela de cordel. Distingue-se apenas por percorrer o mundo. Como disse não acabei de ler e não sei se o livro é melhor, mas parecia ser.
Título Original: "Eat Pray Love" (EUA, 2010) Realização: Ryan Murphy Argumento: Ryan Murphy, Jennifer Salt, Intérpretes: Julia Roberts, Javier Bardem, James Franco, Billy Crudup, Richard Jenkins Música: Dario Marianelli Fotografia: Robert Richardson Género: Drama, Romance Duração: 133 min. Sítio Oficial: http://www.letyourselfgo.com/ |
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