Logo pela sinopse este filme interessou-me. Calhou ter passado pela sala onde ele era exibido no Marché du Film e ter visto uma grande parte dele. Ficou o desejo de ver mais e queria trazê-lo para Portugal, mas a Festa do Cinema Francês antecipou-se e exibiu-o no Porto na abertura do certame. Claro que marquei presença para ver o trabalho de Sylvain Chomet completo e as cenas antes perdidas deram-me toda uma nova perspectiva da história que achava ter compreendido à primeira.
Estamos em meados do século XX. Um ilusionista francês é a personagem principal. Ele perdeu o lugar nos palcos para as emergentes bandas rock e por isso parte numa digressão que serve em simultâneo para mudar de ares e procurar emprego. Nessa viagem ele vai conhecer uma jovem que, fascinada pelo mágico, o segue secretamente e ele acaba por ter de tomar conta dela. Só que a magia não existe e como o ilusionista é demasiado cavalheiro para dizer isso, tem de se desdobrar em esforços e empregos diurnos e nocturnos como ilusionista/mecânico/manequim/pintor para a manter alimentada e sonhadora. Enquanto isso, ela vive o seu sonho tornado realidade e deambula pela cidade vibrante.
Um ponto fundamental desta história é que o argumento foi originalmente escrito por Jacques Tati. O autor de "Les vacances de Monsieur Hulot" não tem aqui o seu melhor trabalho, mas os traços gerais estão presentes, tanto no humor como no drama. A realização é de Sylvain "Triplettes" Chomet, um francês que marcou cedo um lugar de destaque no mundo da animação. O seu estilo muito próprio é inconfundível e não parecia um estrangeiro no filme. Digo estrangeiro porque a acção se desenrola essencialmente em Edinburgh que foi captada muito bem como cenário e como cidade. Melhor do que muitas cidades com mais alma, em imagem real por cineasta naturais de lá. As pessoas que habitam esta Edinburgh de animação são variadas.
O foco está virado para os artistas circenses porque todos eles enfrentam uma vida de dificuldades numa cidade que os ignora, numa época que não os quer. Metáfora de toda uma geração e conjunto de valores que subitamente desapareceu por culpa da música.
Resumindo o filme numa palavra seria melancólico. É tão melancólico que dói. Fala (minto, os diálogos aqui são raros e as legendas desnecessárias) de sonhos desfeitos, numa cidade cinzenta de pedra e sob chuvadas constantes. A culminar tudo isso tem um coelho que faz lembrar o gato de "Breakfast at Tiffany's", mas sem o final feliz. É para ver e sentir e daqueles que com a idade se vai apreciando mais e mais. Ele estreia dentro de uma semana e deve ser visto, mas daqui a uns 20 anos falamos melhor.
Estamos em meados do século XX. Um ilusionista francês é a personagem principal. Ele perdeu o lugar nos palcos para as emergentes bandas rock e por isso parte numa digressão que serve em simultâneo para mudar de ares e procurar emprego. Nessa viagem ele vai conhecer uma jovem que, fascinada pelo mágico, o segue secretamente e ele acaba por ter de tomar conta dela. Só que a magia não existe e como o ilusionista é demasiado cavalheiro para dizer isso, tem de se desdobrar em esforços e empregos diurnos e nocturnos como ilusionista/mecânico/manequim/pintor para a manter alimentada e sonhadora. Enquanto isso, ela vive o seu sonho tornado realidade e deambula pela cidade vibrante.
Um ponto fundamental desta história é que o argumento foi originalmente escrito por Jacques Tati. O autor de "Les vacances de Monsieur Hulot" não tem aqui o seu melhor trabalho, mas os traços gerais estão presentes, tanto no humor como no drama. A realização é de Sylvain "Triplettes" Chomet, um francês que marcou cedo um lugar de destaque no mundo da animação. O seu estilo muito próprio é inconfundível e não parecia um estrangeiro no filme. Digo estrangeiro porque a acção se desenrola essencialmente em Edinburgh que foi captada muito bem como cenário e como cidade. Melhor do que muitas cidades com mais alma, em imagem real por cineasta naturais de lá. As pessoas que habitam esta Edinburgh de animação são variadas.
O foco está virado para os artistas circenses porque todos eles enfrentam uma vida de dificuldades numa cidade que os ignora, numa época que não os quer. Metáfora de toda uma geração e conjunto de valores que subitamente desapareceu por culpa da música.
Resumindo o filme numa palavra seria melancólico. É tão melancólico que dói. Fala (minto, os diálogos aqui são raros e as legendas desnecessárias) de sonhos desfeitos, numa cidade cinzenta de pedra e sob chuvadas constantes. A culminar tudo isso tem um coelho que faz lembrar o gato de "Breakfast at Tiffany's", mas sem o final feliz. É para ver e sentir e daqueles que com a idade se vai apreciando mais e mais. Ele estreia dentro de uma semana e deve ser visto, mas daqui a uns 20 anos falamos melhor.
Título Original: "L'illusionniste" (França, Reino Unido, 2010) Realização: Sylvain Chomet Argumento: Sylvain Chomet, Jacques Tati Música: Sylvain Chomet Género: Animação, Drama Duração: 90 min. Sítio Oficial: http://www.sonyclassics.com/theillusionist |
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