Original publicado dia 4 em Cine Más Comics
"As Crónicas de Narnia" é uma saga literária de sete livros escrita pelo professor anglo-irlandês C. S. Lewis que os ávidos leitores comparam com "Harry Potter" e inclusivamente com "O Senhor dos Anéis", mas no que a filmes se refere estão muito longe da qualidade dos filmes do jovem mágico e a anos-luz da trilogia de Peter Jackson.
Realizada por Michael Apded, responsável por bons filmes como "007 O Mundo Não Chega" ou "Gorilas na Bruma", também tem na sua filmografia flops como "Nell" com Jodie Foster ou "Basta" com Jennifer Lopez. As primeiras duas entregas foram produzidas pela Disney que, vendo os resultados de bilheteira especialmente do segundo filme decidiram retirar-se, fazendo com que a Fox comprasse os direitos e se propusesse a fabricar o barco. A melhor aposta foi contar com os protagonistas das películas anteriores porque seria estraho ver o novo Narnia com outras crianças.
Edmund e Lucy permanecem numa inglaterra atormentada pela Segunda Guerra Mundial, enquanto os seus irmãos mais velhos estão nos EUA. Os jovens vivem na casa do seu repelente primo que os incomoda constantemente. Uma tarde depois de uma discussão um quadro começa a deitar água e os três flutuam até ao mar de Narnia onde são resgatados pelo príncipe Caspian que lhes conta que viajam em busca de umas ilhas misteriosas, o que despoleta múltiplas aventuras. A primeira reacção do primo Eustace é assustar-se quando vê ratos que falam e minotauros, mas a pouco e pouco vai-se adaptando a Narnia, ainda que nunca deixe de ser um peso para todos. E assim a tripulação enfrenta vendedores de esravos, bichos feios de uma só pata e uma neblina verde e misteriosa que os persegue e obriga a enfrentarem os seus medos.
A fita como toda a saga é muito fantasiosa e precisava de uns bons efeitos especiais para a tornar credível, o rato está cheio de vida, os minotauros são tão incríveis que apetece que se exibam mais nas cenas de acção. O grande leão Aslan está perfeito, mas o dragão, e sobretudo a serpente marinha, estão um nível abaixo, o que faz com que destoem um pouco. As actuações são adequadas, o príncipe Caspian interpretado por Ben Barnes demonstra valias muito semelhantes às do Príncipe da Pérsia, tanto em visual como em movimentos e gestos. Mas quem se destaca acima de todos é o primo Eustace Scrubb interpretado por Will Poulter, a sua interpretação irritante é credível e dá vontade de o matar na hora, mas de certo modo entende-se as saus reacções por ser novo no mundo mágico de Narnia.
Controvérsia: C.S.Lewis, o autor dos livros, era um homem muito imaginativo e criou o mundo de Narnia como um espelho da religião cristã, ainda que hoje em dia se possam encontrar elementos de todas as principais religiões. Lewis explicou que na história de Narnia Cristo seria representado por um leão porque nas antigas escrituras é chamado "o leão de Judá". Por isso em "O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa" Aslan morre e ressuscita ao terceiro dia. Em "O Principe Caspian" temos a luta para impor a verdadeira religião e uma única fé. Agora "O Caminheiro da Alvorada" representa a passagm da vida terrena para a vida espiritual. O país de Aslan é um paraíso e deves ser merecedor para lá chegar.
Um filme para toda a família que recomendo aos seguidores da saga. Dou-lhe definitivamente um 6/10.
Título Original: "The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader" (EUA, 2010) Realização: Michael Apted Argumento: Christopher Markus, Stephen McFeely, Michael Petroni Intérpretes: Georgie Henley, Skandar Keynes, Ben Barnes, Will Poulter, Gary Sweet, Laura Brent Música: David Arnold Fotografia: Dante Spinotti Género: Aventura, Família, Fantasia Duração: 115 min. Sítio Oficial: http://www.narnia.com/us |
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