O documentário galego entitulado "Vikingland", realizado pelo guardês Xurxo Chirro e produzido pela Fílmika Galaika, acaba de ser seleccionado para a Competição Internacional do FIDMarseille que terá lugar de 6 a 12 de Julho. O festival francês é considerado o evento mais importante do mundo dedicado a este formato cinematográfico.
FID Marseille
A originalidade da proposta não deixou indiferente o comité seleccionador do FIDMarseille que colocou o filme galego entre os dozes documentários mais interesantes a nivel mundial do presente ano. O documentário está na categoria dos chamados filmes de "arquivo revelado". O director meteu as mãos em dezaseis horas de um vídeo-diário que Luís Lomba “O Haia”, um marinheiro da Guarda, gravou em 1993-1994 com câmara de vídeo. Trabalhava num ferry entre a cidade dinamarquesa de Romo e a ilha alemã de Sylt.
“Vikingland” é um filme que está dedicado aos marinheiros galegos mas apesar de reflectir a dura vida do mar também contém umas imagens que dão conta de forma directa da epopeia e dos sacrificios que os emigrados galegos enfrentaram, neste caso no Norte de Europa. Ademais, o filme passa por ser uma reflexão sobre a deriva tecnológica em que se viu envolto o audiovisual, do suporte magnético, o vídeo, ao píxel.
Vikingland: o Moby Dick galego
As imagens possuem um alto valor testimonial e estético. Além de um longo trabalho de montagem inpirado em Moby Dick, de Herman Melville, organizou-se o material para conseguir o que o seu director qualifica "como un filme pequeno e enrugado mas de grande significado que carrega o espectador numa experiência humana difícil e complicada".
Sinopse
Marinheiros galegos trabalham num ferry entre a cidade dinamarquesa de Romo e a ilha alemã de Sylt. Um deles compra uma câmera de vídeo e começa a gravar a sua vida quotidiana e de seus colegas ao longo das viagens no meio de uma inverneira. Documento sobre a emigração galega no Norte da Europa. Transposição de Moby Dick, de Herman Melville.
Biofilmografía
Xurxo Chirro (A Guarda, Espanha, 1973) Licenciado em História da Arte pela USC, trabalhou para a Agência Audiovisual Galega e AGADIC, organismos da Junta da Galícia. Pesquisador, documentarista, crítico de cinema, colaborou com vários jornais e revistas, coordenador do livro "Manoel de Oliveira" (USC, 2004). Argumentista e diretor de documentários "Os senhores do vento" (2008) "36/75" e "13 Poças" (2009) e "Cellular Movie" (2010).
Memória
As filmagens de Luis Lomba "O Haia" ocorreram entre Outubro de 1993 e Março de 1994. Agora, quase vinte anos depois, deste documento excepcional sobre a emigração galega no Norte da Europa vê a luz e constitui-se como uma experiência fílmica onde a inocência da gravação das imagens se soma às transmutações de formatos, convertendo o resultado numa forte e intensa proposta experimental.
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