Linda Ash: You didn't want a blowjob so the least I could do is get you a tie.
Há quem faça cinema eficaz e há quem prime pela diferença. Estamos provavelmente perante o caso mais ambíguo que se poderia imaginar. Misturando o talento para a escrita cinematográfica, com o conhecimento de literatura clássica, em “Mighty Aphrodite” temos uma combinação explosiva de cinema para público mainstream com um piscar de olho aos intelectuais.
![Mighty Aphrodite](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_uxh1b9RHT76GiZFE4VxGAyYzqG7OmDwyoEqkVnfAoP8cPWIBVAJU2YzhIjp5AFFMJHkACCFVEvtsBjOEHY4fzGxdWE0e2k6IbeIktsYBuyyPlFKKVEJLp3kQ8yk-roOTXIije0whfWKR4pLdxsjs5Cz7bWcA=s0-d)
A primeira impressão de quem entra para o filme é de ter sido enganado. Mas um filme com uma deusa grega no título e que é aberto por um coro grego num anfiteatro grego, não tem de ser obrigatoriamente grego. Pode ser apenas criativo. A história passa-se na actualidade. Amanda e Lenny adoptam uma criança e vivem felizes por muito tempo, até que o pai se começa a interrogar sobre quem seria capaz de gerar e abandonar uma criança tão inteligente. Iria algum dia o filho perguntar-se o mesmo? Com algumas perguntas e cuscuvilhices Lenny consegue chegar a um nome e depois a uma pessoa: Linda. Lenny e Linda são muito diferentes, mas interessado em que o filho se possa orgulhar da mãe biológica, vai fazer os possíveis por a tornar numa mulher de respeito. Só que até lá também Linda vai mudar Lenny (ideia reutilizada em "Whatever Works").
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O tema da adopção nunca é fácil de tratar, a não ser que sejamos Woody Allen. É incrível como qualquer tema que lhe caia nas mãos consegue ser tratado com respeito e humor. Estamos perante uma comédia - excelente por sinal - que tem importantes divagações sobre a adopção e a educação. Terminando o filme as ideias ficam implantadas.
A tragédia grega ajuda a cortar um humor que caminhava para o exagero. De forma a respeitar o tema em questão foi usado este golpe de génio que parece sério. Só que enquanto relatam os acontecimentos e distribuem filosofias de vida, também falam de advogados e Cincinnati. É apenas outro tipo de humor e um espectador que consiga apreciar passará mais tempo divertido e maravilhado.
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Se nenhum dos argumentos acima bastou para os convencer há Mira Sorvino e não é preciso mais nada pois desarma qualquer um. Ela é o filme. A personagem tem uma mistura improvável mas cativante de experiência, burrice, simpatia e honestidade. É muito directa, por vezes ordinária, mas sempre ela mesma. É certo que Sorvino não tem mais nenhum papel em toda a carreira que sirva de cartão de visita ou que prenunciasse algo assim, mas o Oscar que arrebatou como Afrodite não surpreende porque ninguém lhe chegava aos calcanhares. A expressão “o papel de uma vida” nunca fez mais sentido.
Há quem faça cinema eficaz e há quem prime pela diferença. Estamos provavelmente perante o caso mais ambíguo que se poderia imaginar. Misturando o talento para a escrita cinematográfica, com o conhecimento de literatura clássica, em “Mighty Aphrodite” temos uma combinação explosiva de cinema para público mainstream com um piscar de olho aos intelectuais.
A primeira impressão de quem entra para o filme é de ter sido enganado. Mas um filme com uma deusa grega no título e que é aberto por um coro grego num anfiteatro grego, não tem de ser obrigatoriamente grego. Pode ser apenas criativo. A história passa-se na actualidade. Amanda e Lenny adoptam uma criança e vivem felizes por muito tempo, até que o pai se começa a interrogar sobre quem seria capaz de gerar e abandonar uma criança tão inteligente. Iria algum dia o filho perguntar-se o mesmo? Com algumas perguntas e cuscuvilhices Lenny consegue chegar a um nome e depois a uma pessoa: Linda. Lenny e Linda são muito diferentes, mas interessado em que o filho se possa orgulhar da mãe biológica, vai fazer os possíveis por a tornar numa mulher de respeito. Só que até lá também Linda vai mudar Lenny (ideia reutilizada em "Whatever Works").
O tema da adopção nunca é fácil de tratar, a não ser que sejamos Woody Allen. É incrível como qualquer tema que lhe caia nas mãos consegue ser tratado com respeito e humor. Estamos perante uma comédia - excelente por sinal - que tem importantes divagações sobre a adopção e a educação. Terminando o filme as ideias ficam implantadas.
A tragédia grega ajuda a cortar um humor que caminhava para o exagero. De forma a respeitar o tema em questão foi usado este golpe de génio que parece sério. Só que enquanto relatam os acontecimentos e distribuem filosofias de vida, também falam de advogados e Cincinnati. É apenas outro tipo de humor e um espectador que consiga apreciar passará mais tempo divertido e maravilhado.
Se nenhum dos argumentos acima bastou para os convencer há Mira Sorvino e não é preciso mais nada pois desarma qualquer um. Ela é o filme. A personagem tem uma mistura improvável mas cativante de experiência, burrice, simpatia e honestidade. É muito directa, por vezes ordinária, mas sempre ela mesma. É certo que Sorvino não tem mais nenhum papel em toda a carreira que sirva de cartão de visita ou que prenunciasse algo assim, mas o Oscar que arrebatou como Afrodite não surpreende porque ninguém lhe chegava aos calcanhares. A expressão “o papel de uma vida” nunca fez mais sentido.
Título Original: "Mighty Aphrodite" (EUA, 1995) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Woody Allen, Mira Sorvino, Helena Bonham Carter Fotografia: Carlo Di Palma Género: Comédia, Fantasia, Romance Duração: 95 min. |
1 comentários:
Mira Sorvino... nem mais. Do tempo em que cultivava um "lust" de tal forma que via muita coisa dela. E neste ela carrega todo o filme com intensa luz...
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