21 de junho de 2011

António-Pedro Vasconcelos convidado de honra no próximo Fantas



Um realizador que foi capaz de atrair mais de 1 milhão de espectadores às salas de cinema para ver filmes portugueses merece naturalmente uma homenagem no Fantasporto 2012. António-Pedro Vasconcelos é o único realizador que se pode gabar deste feito e o Festival Internacional de Cinema do Porto convidou-o para ser a personalidade ligada ao cinema em Portugal em destaque na edição 32. Porque ele é um cinéfilo e, em tom de brincadeira, porque nos seus filmes lançou belíssimas actrizes. Nada melhor que parafrasear o título do filme de Truffaut – António Pedro Vasconcelos é realmente o “Homem que gosta de Mulheres”. A próxima edição do Fantasporto decorre entre os próximos dias 20 de Fevereiro e 4 de Março de 2012, no Teatro Municipal Rivoli.

António-Pedro Vasconcelos nasceu em Leiria em 1939. Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique começou por querer ser advogado, estudando Direito, mas o convívio com homens do cinema como João César Monteiro ou Alberto Seixas Santos levou-o para a Sétima Arte.
Iniciou-se na crítica de cinema no final dos anos 50, do século XX. Viria a ser chefe de redacção da revista “Cinéfilo” (1973) ou responsável pelo programa “Cine-Clube” da RTP 2 (1976).
Em 1968 realizou os seus primeiros filmes de publicidade e documentários como “Exposição de Tapeçaria” (1968) e “Fernando Lopes-Graça” (1971), entre outros.
É co-fundador do Centro Português de Cinema (CPC) em 1970, sendo um dos responsáveis pela revitalização do cinema português. Realiza nessa época a sua primeira longa-metragem – “Perdido por Cem” (1973), um filme fortemente influenciado pela “Nouvelle Vague” francesa.
A seguir à Revolução de Abril, faz para a RTP o documentário “Adeus, até ao meu Regresso” (1974) sobre a geração de portugueses que estiveram na Guerra Colonial. A trabalhar como programador televisivo, realiza “Oxalá” (1981) e depois, um dos grandes sucessos da sua carreira. “O Lugar do Morto” (1984), baseado numa história de Mário Zambujal, seria o filme que fez de Ana Zannati uma “sex symbol”.
As dificuldades económicas sentidas nos anos 80 na sociedade portuguesa atrasaram o renascer do cinema nacional. Só em 1992 volta a realizar – é uma série para a RTP – “Aqui d’El-Rei!” – abordando a presença do exército português em Moçambique nos finais do século XIX. Em 1999 António-Pedro Vasconcelos tem mais uma sucesso de público com “Jaime”. Seguem-se “Os Imortais” (2003), “Call Girl” (2007) – o papel de sex symbol é agora de Soraia Chaves e, novamente com a actriz e modelo portuguesa realiza “A Bela e o Paparazo” (2010).
Considerado pela crítica o mais americano dos cineastas portugueses, António-Pedro Vasconcelos aceita com “fair play” o rótulo que até considera um elogio. Adepto incondicional do Benfica, António Pedro Vasconcelos vai fazer uma selecção de filmes seus e “sobe” até ao Porto para mostrar parte da sua carreira e para ser distinguido pelo Fantasporto com o Prémio de Carreira.

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