Terminando a série de filmes com Mia Farrow, Allen regressou às origens. O tema ainda é o mistério que se começava a tormar cada vez mais frequente. Nos actores Diane Keaton reentrou como protagonista fazendo par com Allen e os secundários - Angelica Huston e Alan Alda - foram importados do grandioso “Crimes and Misdemeanours”. E é incrível como saiu um filme tão completo numa fase que teoricamente seria complicada devido às mudanças na vida pessoal. Sorte do espectador porque a ideia de haver um crime veio do argumento original de “Annie Hall” e devem ser Annie e Alvy a resolvê-lo.
![Manhattan Murder Mystery](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_v9ZkZrA3gZO9qh8Pir505catBluX_A9HT-usNo5O2TWkQYRasR9d2TbW1CjXUQwSkC97wEgDkCPpT6TL13HEqREzARWV8zlrOjHBf3fIqwuWnHa872HnCbqgwJfjbEYaTEZCR2d31uRw=s0-d)
Os Lipton são um casal de meia idade. Carol e Larry envelheceram acostumados um ao outro e há uma enorme empatia entre eles, apesar da diferença de mentalidade. Começam a falar com um casal vizinho no elevador e quando acham que têm novos amigos a senhora morre. Ao sentimento de perda junta-se a suspeita sobre o viúvo que parece estar a lidar demasiado bem com a perda. Enquanto Carol investiga a fundo na companhia do amigo Ted, Larry, um editor, prefere manter-se longe de confusões e passar tempo com a fascinante escritora Marcia Fox. As mentes criativas de Ted e Marcia levam Carol a acreditar que as suas suspeitas podem ter fundamento e vai-se aventurar bisbilhotando a vida do potencial assassino.
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O tema é o envelhecimento e a necessidade de adrenalina que causa uma enorme vontade de arriscar, de fazer do mundo um lugar melhor, de viver ao máximo. O filme é todo de Keaton - que para variar é a neurótica - e funciona como um pedido de desculpas por lhe ter dado tão pouco trabalho na década anterior. Já o trabalho a quatro não parece ser uma primeira vez (e última) de tão naturais que são. Mérito para Allen que é um mestre na criação de diálogos e direcção de actores. Ainda mais incrível parece depois de ler entrevistas de Zach Braff (faz de filho deles) ao dizer que a maioria dos diálogos foram improvisados. Isto é arte.
![Manhattan Murder Mystery](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_t-lU3MGzPmweI-fNLRZZx4ePIRf2KPmDw6lKyGELfwZh5i3zX4pnn3ps88E600xfGVXWhL--jZ3gyIH6GMHj5txJGrl6xZHvS7PXbjU_N6H_avVFMrX_pxuVA2vJmZKOLG-da0PKqeKw=s0-d)
O argumento está repleto de situações sobre o conforto do casamento, com alguns saudáveis ciúmes, e a parte policial é uma enorme surpresa. Porque depressa a comédia se torna apenas um acessório, parte de um empolgante thriller. Quanto às homenagens Allen é maior do que alguma vez foi. Pelas localizações (refiro-me à cena num armazém isolado) faz lembrar “Broadway Danny Rose” embora inverta as importâncias da comédia e da acção. As personagens assistem a Resnais e Wilder. O filme tem referências escondidas a Hitchcock (“Rear Window” e “Vertigo”) e uma cena roubada ao fenómeno da época “The Silence of the Lambs”. Tirando isso diz sempre onde vai buscar a inspiração, em seguida aplica a passagem roubada do livro ou filme e nem por um instante perde encanto. Culmina quando exibe a cena original de Orson Welles e a sua lado a lado num cinema. Para se equiparar a todos estes génios tem de se ter o ego muito elevado. E a melhor parte é que tem razão.
Os Lipton são um casal de meia idade. Carol e Larry envelheceram acostumados um ao outro e há uma enorme empatia entre eles, apesar da diferença de mentalidade. Começam a falar com um casal vizinho no elevador e quando acham que têm novos amigos a senhora morre. Ao sentimento de perda junta-se a suspeita sobre o viúvo que parece estar a lidar demasiado bem com a perda. Enquanto Carol investiga a fundo na companhia do amigo Ted, Larry, um editor, prefere manter-se longe de confusões e passar tempo com a fascinante escritora Marcia Fox. As mentes criativas de Ted e Marcia levam Carol a acreditar que as suas suspeitas podem ter fundamento e vai-se aventurar bisbilhotando a vida do potencial assassino.
O tema é o envelhecimento e a necessidade de adrenalina que causa uma enorme vontade de arriscar, de fazer do mundo um lugar melhor, de viver ao máximo. O filme é todo de Keaton - que para variar é a neurótica - e funciona como um pedido de desculpas por lhe ter dado tão pouco trabalho na década anterior. Já o trabalho a quatro não parece ser uma primeira vez (e última) de tão naturais que são. Mérito para Allen que é um mestre na criação de diálogos e direcção de actores. Ainda mais incrível parece depois de ler entrevistas de Zach Braff (faz de filho deles) ao dizer que a maioria dos diálogos foram improvisados. Isto é arte.
O argumento está repleto de situações sobre o conforto do casamento, com alguns saudáveis ciúmes, e a parte policial é uma enorme surpresa. Porque depressa a comédia se torna apenas um acessório, parte de um empolgante thriller. Quanto às homenagens Allen é maior do que alguma vez foi. Pelas localizações (refiro-me à cena num armazém isolado) faz lembrar “Broadway Danny Rose” embora inverta as importâncias da comédia e da acção. As personagens assistem a Resnais e Wilder. O filme tem referências escondidas a Hitchcock (“Rear Window” e “Vertigo”) e uma cena roubada ao fenómeno da época “The Silence of the Lambs”. Tirando isso diz sempre onde vai buscar a inspiração, em seguida aplica a passagem roubada do livro ou filme e nem por um instante perde encanto. Culmina quando exibe a cena original de Orson Welles e a sua lado a lado num cinema. Para se equiparar a todos estes génios tem de se ter o ego muito elevado. E a melhor parte é que tem razão.
Título Original: "Manhattan Murder Mystery" (EUA, 1993) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Diane Keaton, Woody Allen, Alan Alda, Anjelica Huston, Jerry Adler Música: Fotografia: Carlo Di Palma Género: Comédia, Mistério Duração: 104 min. |
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