Provavelmente já ouviram uma citação de Woody Allen que diz "I took a speed reading course and read 'War and Peace' in twenty minutes. It involves Russia." "Love and Death" vem provar o contrário. Ele também sabia que envolvia a guerra com Napoleão. Neste filme tudo mais é pura coincidência e ficção, com uma ajuda de Dostoevsky.
Boris é o mais fraco dos três irmãos. Está secretamente apaixonado pela prima Sonja, que está apaixonada pelo irmão dele, que está apaixonado por outra. Além de todos os desencontros amorosos, Napoleão invadiu a Polónia. Isso coloca a Rússia em estado de alerta e destacam todos os homens para a guerra, com excepção dos idiotas que se reúnem para uma convenção. Boris acaba por sobreviver miraculosamente, mas depois a prima arrasta-o para um plano bem mais perigoso: a única forma de acabar com as mortes é assassinando Napoleão.
Este foi o primeiro épico do nova-iorquino. Uma viagem no tempo de mais de 150 anos, uma guerra inevitável, um amor impossível, um destino trágico. Aqui pode-se apreciar o nível intelectual de Allen e a variedade das suas inspirações por citar autores russos e filmar como Eisenstein e Bergman. Claro que tão depressa tem diálogos "profundos" com a Morte ("Morte: voltaremos a encontrar-nos. Boris: não te incomodes. Morte: não é um incómodo") como discute pastelaria fina e compara o doce Napoleão com o bife Wellington.
É também um dos melhores trabalhos de Diane Keaton às ordens deste ou qualquer outro realizador. Enquanto Allen reserva para si a frase certa no momento certo, os diálogos dela são compostos por longas frases, mas também no momento certo porque o filme como que se molda em torno de Sonja. Faz uma perfeita descrição da personagem quando se apresenta como "meia santa, meia prostituta" . É ela a rebeldia e a tenacidade do filme, contrastando com o filosófico Boris que lhe aufere a componente intelectual.
O humor ficou um pouco maltratado. Quem assiste aos filmes quando são lançados, ao ritmo de um por ano, pode achar divertido. Quem decidir fazer uma maratona como eu fiz este mês, começará a notar repetições de piadas com "Take the Money and Run" e "Don't Drink the Water". Mas não é propositado, ou forçado. Por exemplo o treino militar não é uma repetição da delirante sequência de "Bananas" e tem uma graça diferente. É como se este filme fosse um best of do que Allen fez na década anterior em termos de comédia e, ao fechar esse ciclo de transição, inaugura a fase em que temos um cineasta sério e competente. Que será venerado um pouco por todo o mundo.
Nota: Allen levou comida e bebida dos EUA por não confiar na comida húngara. Foi dos poucos a escapar a uma desinteria e precisou de mais de vinte anos para voltar a filmar no estrangeiro (Paris). Em 1976 começou uma grande fase de cinema sobre a sua Nova Iorque.
Boris é o mais fraco dos três irmãos. Está secretamente apaixonado pela prima Sonja, que está apaixonada pelo irmão dele, que está apaixonado por outra. Além de todos os desencontros amorosos, Napoleão invadiu a Polónia. Isso coloca a Rússia em estado de alerta e destacam todos os homens para a guerra, com excepção dos idiotas que se reúnem para uma convenção. Boris acaba por sobreviver miraculosamente, mas depois a prima arrasta-o para um plano bem mais perigoso: a única forma de acabar com as mortes é assassinando Napoleão.
Este foi o primeiro épico do nova-iorquino. Uma viagem no tempo de mais de 150 anos, uma guerra inevitável, um amor impossível, um destino trágico. Aqui pode-se apreciar o nível intelectual de Allen e a variedade das suas inspirações por citar autores russos e filmar como Eisenstein e Bergman. Claro que tão depressa tem diálogos "profundos" com a Morte ("Morte: voltaremos a encontrar-nos. Boris: não te incomodes. Morte: não é um incómodo") como discute pastelaria fina e compara o doce Napoleão com o bife Wellington.
É também um dos melhores trabalhos de Diane Keaton às ordens deste ou qualquer outro realizador. Enquanto Allen reserva para si a frase certa no momento certo, os diálogos dela são compostos por longas frases, mas também no momento certo porque o filme como que se molda em torno de Sonja. Faz uma perfeita descrição da personagem quando se apresenta como "meia santa, meia prostituta" . É ela a rebeldia e a tenacidade do filme, contrastando com o filosófico Boris que lhe aufere a componente intelectual.
O humor ficou um pouco maltratado. Quem assiste aos filmes quando são lançados, ao ritmo de um por ano, pode achar divertido. Quem decidir fazer uma maratona como eu fiz este mês, começará a notar repetições de piadas com "Take the Money and Run" e "Don't Drink the Water". Mas não é propositado, ou forçado. Por exemplo o treino militar não é uma repetição da delirante sequência de "Bananas" e tem uma graça diferente. É como se este filme fosse um best of do que Allen fez na década anterior em termos de comédia e, ao fechar esse ciclo de transição, inaugura a fase em que temos um cineasta sério e competente. Que será venerado um pouco por todo o mundo.
Título Original: "Love and Death" (EUA, França, 1975) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Woody Allen, Diane Keaton Música: Sergei Prokofiev Fotografia: Ghislain Cloquet Género: Comédia, Guerra Duração: 85 min. Sítio Oficial: http://www.mgm.com/view/Movie/1152/Love-and-Death/ |
Nota: Allen levou comida e bebida dos EUA por não confiar na comida húngara. Foi dos poucos a escapar a uma desinteria e precisou de mais de vinte anos para voltar a filmar no estrangeiro (Paris). Em 1976 começou uma grande fase de cinema sobre a sua Nova Iorque.
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