Quando a voz-off de Isaac se faz ouvir no início do filme, está a escrever um livro onde começa por apresentar uma personagem e o ambiente em que esta se move. Por entre várias tentativas falhadas, que incluem muitas opiniões pessoais sobre a cidade, reconhecemos o auto-retrato de Allen, como sempre pelo óculos, e a cidade porque está explícito. A primeira tentativa de texto começa com "He adored New York City. He idolized it all out of proportion." A definitiva encerra com "New York was his town, and it always would be." Esta obra a preto e branco é a mais íntima e perfeita ode a Nova Iorque, levemente escondida pela história humana que se desenrola.
A história principal acompanha um quarentão divorciado. A ex-mulher, agora junta a outra mulher, está a escrever um livro sobre o próprio passado que inclui informações pouco lisonjeiras sobre ele. A actual namorada tem dezassete anos e acha que vai ser feliz para sempre com ele, enquanto ele diz de forma clara que estão juntos apenas para passar o tempo e que não é a pessoa certa para ela. Depois há Yale, o amigo casado que tem um caso com a intelectual Mary que acaba por passar mais tempo com Isaac do que com o infiel Yale.
O desencontro sentimental das personagens é tão real que se partilha a dor daqueles que amam e já não são correspondidos. Em simultâneo a performance de uma então (e agora) desconhecida Mariel Hemingway como personagem mais adulta do filme - rodeada por Meryl Streep e Diane Keaton - é tão poderosa que a nomeação ao Oscar só peca por não ter resultado em vitória.
O preto e branco actua em harmonia com a música de Gershwin, permitindo ao filme colocar-se num pedestral intemporal que apresenta NY acompanhada com fogo-de-artifício. Não foi dos filmes preferidos de Allen, mas foi o preferido do público. A fotografia e o cenário contribuem fortemente para isso. As histórias de pessoas insatisfeitas e vidas incompletas que se cruzam numa cidade maior do que o mundo fazem o resto.
A história principal acompanha um quarentão divorciado. A ex-mulher, agora junta a outra mulher, está a escrever um livro sobre o próprio passado que inclui informações pouco lisonjeiras sobre ele. A actual namorada tem dezassete anos e acha que vai ser feliz para sempre com ele, enquanto ele diz de forma clara que estão juntos apenas para passar o tempo e que não é a pessoa certa para ela. Depois há Yale, o amigo casado que tem um caso com a intelectual Mary que acaba por passar mais tempo com Isaac do que com o infiel Yale.
O desencontro sentimental das personagens é tão real que se partilha a dor daqueles que amam e já não são correspondidos. Em simultâneo a performance de uma então (e agora) desconhecida Mariel Hemingway como personagem mais adulta do filme - rodeada por Meryl Streep e Diane Keaton - é tão poderosa que a nomeação ao Oscar só peca por não ter resultado em vitória.
O preto e branco actua em harmonia com a música de Gershwin, permitindo ao filme colocar-se num pedestral intemporal que apresenta NY acompanhada com fogo-de-artifício. Não foi dos filmes preferidos de Allen, mas foi o preferido do público. A fotografia e o cenário contribuem fortemente para isso. As histórias de pessoas insatisfeitas e vidas incompletas que se cruzam numa cidade maior do que o mundo fazem o resto.
Título Original: "Manhattan" (EUA, 1979) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen, Marshall Brickman Intérpretes: Woody Alen, Diane Keaton, Michael Murphy, Mariel Hemingway Fotografia: Gordon Willis Género: Comédia, Drama, Romance Duração: 96 min. |
0 comentários:
Enviar um comentário