Como frequentador regular de psicólogos e psiquiatras em diversos filmes, faltava a Allen cumprir duas tarefas. Uma era fazer um filme sobre essa profissão e ainda esperamos por tal experiència. A segunda era espiar uma consulta. Em "Another Woman" começa com esse hábito que o seguirá para "Alice" e "Everyone Says I Love You". Se o ser humano só abre verdadeiramente a alma deitado num divã, então é por aí que se deve começar a análise de alguém.
Marion (Gena Rowlands) está a escrever um livro e para ter algum sossego alugou um escritório na baixa. Pelas condutas de ar começa a ouvir involuntariamente as sessões que se desenrolam no consultório do lado e, apesar de tapar os respiradouros para não ser perturbada, o destino faz com que ouça as confissões de uma jovem mulher angustiada (Mia Farrow). Incapaz de se concentrar no trabalho vai começar a espiar aquela paciente específica, a segui-la e a falar com ela. E apesar de ser a desconhecida quem está a revelar desejos e frustrações, é Marion quem vai fazer uma reflexão pessoal. Deparar-se com uma versão mais jovem de si mesma vai fazer com que reconsidere a própria vida e ganhe coragem para arriscar.
Em "Another Woman" há um elemento do fantástico devido às constantes visões que assombram Marion. Um pouco como o sonho acordado do médico jubilado em "Morangos Silvestres" de Bergman. É no recordar do passado e no confronto com os velhos demónios que pode encontrar paz de espírito para seguir em frente. E Allen fá-lo melhor do que o sueco por mergulhar na perspectiva feminina sem medo de errar e sem se tornar excessivamente feminista.
É estranho ver a mudança brusca de estilo no nova-iorquino. "September" já tinha sido um drama, mas aqui até os actores são uma completa novidade pois Farrow é secundária e o protagonismo está entregue a uma grandiosa Gena Rowlands, acompanhada de Ian Holm, Gene Hackman, Martha Plympton, Sandy Dennis e Blythe Danner, todos nomes novos. Este elenco renovado prova que Allen é grande na direcção de actores, especialmente mulheres, e enorme na escrita para elas pois esta perspectiva feminina da crise de meia-idade só será suplantada por "Alice" quando Farrow vestir o papel principal.
Marion (Gena Rowlands) está a escrever um livro e para ter algum sossego alugou um escritório na baixa. Pelas condutas de ar começa a ouvir involuntariamente as sessões que se desenrolam no consultório do lado e, apesar de tapar os respiradouros para não ser perturbada, o destino faz com que ouça as confissões de uma jovem mulher angustiada (Mia Farrow). Incapaz de se concentrar no trabalho vai começar a espiar aquela paciente específica, a segui-la e a falar com ela. E apesar de ser a desconhecida quem está a revelar desejos e frustrações, é Marion quem vai fazer uma reflexão pessoal. Deparar-se com uma versão mais jovem de si mesma vai fazer com que reconsidere a própria vida e ganhe coragem para arriscar.
Em "Another Woman" há um elemento do fantástico devido às constantes visões que assombram Marion. Um pouco como o sonho acordado do médico jubilado em "Morangos Silvestres" de Bergman. É no recordar do passado e no confronto com os velhos demónios que pode encontrar paz de espírito para seguir em frente. E Allen fá-lo melhor do que o sueco por mergulhar na perspectiva feminina sem medo de errar e sem se tornar excessivamente feminista.
É estranho ver a mudança brusca de estilo no nova-iorquino. "September" já tinha sido um drama, mas aqui até os actores são uma completa novidade pois Farrow é secundária e o protagonismo está entregue a uma grandiosa Gena Rowlands, acompanhada de Ian Holm, Gene Hackman, Martha Plympton, Sandy Dennis e Blythe Danner, todos nomes novos. Este elenco renovado prova que Allen é grande na direcção de actores, especialmente mulheres, e enorme na escrita para elas pois esta perspectiva feminina da crise de meia-idade só será suplantada por "Alice" quando Farrow vestir o papel principal.
Título Original: "Another Woman" (EUA, 1988) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Gena Rowlands, Mia Farrow, Ian Holm, Gene Hackman, Blythe Danner, Martha Plympton Fotografia: Sven Nykvist Género: Drama Duração: 81 min. |
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