Vencedor polémico de Veneza, "Somewhere" foi a mais recente estreia da jovem Coppola. Mais do que tentar atingir o estatuto do pai, está a construir um nome para si própria, seguindo um novo caminho com novas conquistas e novos percalços. Sendo claramente diferente para não tornar a comparação linear a quem tentar algo do género.
Johnny Marco é um actor americano que está em fase de promoção de um projecto de acção em que esteve envolvido. A sua vida pessoal é o que esperam dele - uma colecção de vergonhas que vendem tablóides - e não costuma pensar nisso. Vai perceber que precisa de mais quando a filha vai passar algum tempo com ele. É com a filha que descobre os pequenos prazeres da vida como ir de férias e comer gelados a meio da noite.
Há filmes que parecem dividir o público por onde passam. É fácil dizer que se gosta ou desgosta e que os outros não perceberam o filme, mas por vezes não é uma questão de gostos ou de perceber mais ou menos de cinema, por vezes é o grau de intimidade que se tem com o tema. Filmes sobre Cinema costumam ou ser mal feitos, ou ser feitos à medida para ganhar festivais e ignorar o público. Felizmente também há aqueles como “Somewhere”. Este é um filme belíssimo e muito íntimo, feito por uma mulher que viveu rodeada por cinema e por vedetas toda a vida. Não o faz sobre a arte ou sobre filmes em particular, mas sobre o lado negro da fama. Como a celebridade e o dinheiro podem puxar qualquer um para o remoinho interminável do conforto sem limites, dos carros potentes, do sexo casual e do vazio na alma. E como apenas o amor mais puro pode servir de tábua de salvação e tornar a brilhante, eterna e monótona feira das vaidades numa série de acontecimentos com magia e encanto que se transfiguram a cada novo dia. Ter gémeas a fazer uma dança do varão privada pode ajudar a adormecer, mas a vida é tão mais do que isso…
Ver cinema ajuda a compreender cinema. Ler revistas cor-de-rosa ajuda a fazer pensar que se conhece a vida das estrelas. Por muito cinema que se veja, só conhecendo a intimidade destas pessoas é que se pode compreender tudo o que ficou por contar. Considero que estou um pouco mais próximo desse mundo do que a maioria dos leitores, mas nem assim posso imaginar quantas histórias verídicas estão escondidas nesta. Como um prédio com dezenas de apartamentos (um Chelsea Hotel dos tempos modernos) pode ser tão vazio e desumanizado até lá chegar uma menina. Pessoas com a mesma profissão única que se cruzam no elevador e sabem que pensam no mesmo, mas não fazem nada para se abrirem, guardando só para si os segredos e a solidão.
Este é um filme para os amigos. Com "Somewhere" Sofia não vai revelar segredos ou angústias de ninguém. Vai apenas tornar evidente a escuridão e que há uma luz no fundo do túnel. Quem perceber o recado que caminhe para lá.
Johnny Marco é um actor americano que está em fase de promoção de um projecto de acção em que esteve envolvido. A sua vida pessoal é o que esperam dele - uma colecção de vergonhas que vendem tablóides - e não costuma pensar nisso. Vai perceber que precisa de mais quando a filha vai passar algum tempo com ele. É com a filha que descobre os pequenos prazeres da vida como ir de férias e comer gelados a meio da noite.
Há filmes que parecem dividir o público por onde passam. É fácil dizer que se gosta ou desgosta e que os outros não perceberam o filme, mas por vezes não é uma questão de gostos ou de perceber mais ou menos de cinema, por vezes é o grau de intimidade que se tem com o tema. Filmes sobre Cinema costumam ou ser mal feitos, ou ser feitos à medida para ganhar festivais e ignorar o público. Felizmente também há aqueles como “Somewhere”. Este é um filme belíssimo e muito íntimo, feito por uma mulher que viveu rodeada por cinema e por vedetas toda a vida. Não o faz sobre a arte ou sobre filmes em particular, mas sobre o lado negro da fama. Como a celebridade e o dinheiro podem puxar qualquer um para o remoinho interminável do conforto sem limites, dos carros potentes, do sexo casual e do vazio na alma. E como apenas o amor mais puro pode servir de tábua de salvação e tornar a brilhante, eterna e monótona feira das vaidades numa série de acontecimentos com magia e encanto que se transfiguram a cada novo dia. Ter gémeas a fazer uma dança do varão privada pode ajudar a adormecer, mas a vida é tão mais do que isso…
Ver cinema ajuda a compreender cinema. Ler revistas cor-de-rosa ajuda a fazer pensar que se conhece a vida das estrelas. Por muito cinema que se veja, só conhecendo a intimidade destas pessoas é que se pode compreender tudo o que ficou por contar. Considero que estou um pouco mais próximo desse mundo do que a maioria dos leitores, mas nem assim posso imaginar quantas histórias verídicas estão escondidas nesta. Como um prédio com dezenas de apartamentos (um Chelsea Hotel dos tempos modernos) pode ser tão vazio e desumanizado até lá chegar uma menina. Pessoas com a mesma profissão única que se cruzam no elevador e sabem que pensam no mesmo, mas não fazem nada para se abrirem, guardando só para si os segredos e a solidão.
Este é um filme para os amigos. Com "Somewhere" Sofia não vai revelar segredos ou angústias de ninguém. Vai apenas tornar evidente a escuridão e que há uma luz no fundo do túnel. Quem perceber o recado que caminhe para lá.
Título Original: "Somewhere" (EUA, 2010) Realização: Sofia Coppola Argumento: Sofia Coppola Intérpretes: Stephen Dorff, Elle Fanning, Chris Pontius Música: Phoenix Fotografia: Harris Savides Género: Drama Duração: 97 min. Sítio Oficial: http://www.somewherethemovie.com/ |
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