Ao fim de quase dez anos a variar de estilo, chegou a altura de os combinar. Depois do choque político em "Bananas" e da ficção-científica na curta "Are Scientific Experiments About Sex Acurate?", "Sleeper" traz o melhor dos dois mundos. Esta foi a forma como Allen eternizou uma época. Deixou a sua opinião sobre muitas figuras contemporâneas tão impecavelmente que as gerações vindouras provavelmente as recordarão por essa definição.
No ano de 2200 toda a gente é controlada pelo Grande Líder que actua como um "Grande Irmão". A única opção para a resistência passa por descongelar um homem do passado, alguém que não esteja registado no sistema e possa agir livremente. O escolhido é Miles Monroe (Allen) que foi congelado de urgência devido a complicações no tratamento rotineiro de uma úlcera. Acordado numa época onde os chocolates são a comida mais saudável, perseguido pelas autoridades e confundido com um andróide, tem como única esperança derrubar o regime. Para o ajudar rapta a poetisa Luna (Diane Keaton) e partem em busca do Líder.
A ficção-científica não tem de ser cara, mas para Allen foi um dos filmes mais ambiciosos da altura. O orçamento escorregou até aos 2 milhões, mesmo sem terem ido para a futurística Brasília onde ambicionava filmar. Inspirado no conto "When the Sleeper Wakes" de H. G. Wells a intenção era a mesma do escritor: entreter e alertar. Não é “1984”, mas é um acessível filme Orwelliano e a crítica social é deliciosa na sua complexidade. Com a validação de Asimov criou um mundo credível onde uma esfera é fonte de prazer, o orgasmo é atingido numa máquina e o espelho da casa de banho permite espiar os vizinhos. Quase quarenta anos depois continua a ser ficção, mas piadas como o mundo ter sido destruído pelo presidente da Associação Nacional de Professores fazem sentido em qualquer década.
Em “Sleeper” Allen recupera a comédia física dos grandes filmes mudos juntando um toque de classe ao humor mais puro da carreira. Dizer mais seria estragar a experiência a quem não o viu. Não há nenhum filme semelhante antes nem depois, "Sleeper" é uma obra única.
No ano de 2200 toda a gente é controlada pelo Grande Líder que actua como um "Grande Irmão". A única opção para a resistência passa por descongelar um homem do passado, alguém que não esteja registado no sistema e possa agir livremente. O escolhido é Miles Monroe (Allen) que foi congelado de urgência devido a complicações no tratamento rotineiro de uma úlcera. Acordado numa época onde os chocolates são a comida mais saudável, perseguido pelas autoridades e confundido com um andróide, tem como única esperança derrubar o regime. Para o ajudar rapta a poetisa Luna (Diane Keaton) e partem em busca do Líder.
A ficção-científica não tem de ser cara, mas para Allen foi um dos filmes mais ambiciosos da altura. O orçamento escorregou até aos 2 milhões, mesmo sem terem ido para a futurística Brasília onde ambicionava filmar. Inspirado no conto "When the Sleeper Wakes" de H. G. Wells a intenção era a mesma do escritor: entreter e alertar. Não é “1984”, mas é um acessível filme Orwelliano e a crítica social é deliciosa na sua complexidade. Com a validação de Asimov criou um mundo credível onde uma esfera é fonte de prazer, o orgasmo é atingido numa máquina e o espelho da casa de banho permite espiar os vizinhos. Quase quarenta anos depois continua a ser ficção, mas piadas como o mundo ter sido destruído pelo presidente da Associação Nacional de Professores fazem sentido em qualquer década.
Em “Sleeper” Allen recupera a comédia física dos grandes filmes mudos juntando um toque de classe ao humor mais puro da carreira. Dizer mais seria estragar a experiência a quem não o viu. Não há nenhum filme semelhante antes nem depois, "Sleeper" é uma obra única.
Título Original: "Sleeper" (EUA, 1973) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Woody Allen. Diane Keaton Música: Woody Allen Fotografia: David M. Walsh Género: Comédia, Ficção-Científica Duração: 89 min. |
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