Aqui está uma das obras mais importantes do realizador e do Cinema. Tem tudo o que caracteriza os filmes de Woody Allen como o contexto histórico (a Grande Depressão), o amor pelo Cinema, uma imaginação prodigiosa, e ser um grande filme com curta duração. De toda a carreira será talvez dos mais consensuais por agradar igualmente a todos os públicos.
Mia Farrow é Cecilia, um empregada de café durante a Grande Depressão com uma paixão pelo cinema e com um marido desempregado, abusivo, violento e deselegante. O filme actualmente em exibição, “A Rosa Púrpura do Cairo”, para a maioria da população é apenas um romance que atravessa meio mundo, para Cecilia é um escape da realidade de New Jersey. Vê uma vez, duas, três, estar sozinha ou acompanhada não interessa. Como não tem coragem suficiente nem para deixar o marido, tem de se sentir a viver uma aventura dentro do túmulo egípcio, ou a transbordar glamour no clube novaiorquino Copacabana que, apesar de tão próximo, para ela apenas existe em tela. Até que a crise lhe bate à porta e procura refúgio com o filme que ama. Seria mais uma sessão igual ás anteriores, mas uma das personagens olha para ela e começa a dialogar com Cecilia, acabando por sair da tela atrás dela. As restantes personagens ficam indignadas pela interrupção, produtor e actor voam para ver o que se passa e Cecilia... Cecilia vive o maior dos sonhos, numa época em que era proibido sonhar.
“The Purple Rose of Cairo” é o cinema dos anos 30 renascido, recorrendo à teoria de transposição do cinema para o real que já tinha sido usada por Buster Keaton em “Sherlock Jr.” de 1924 e será adoptada também no blockbuster “Last Action Hero”.
A personagem Cecilia se fosse um homem seria para Woody Allen por ser insegura, sonhadora e cheia de boas intenções. Como é uma mulher ficou para Mia Farrow que finalmente tem um grande papel às mãos do homem com quem então estava. Cecilia é toda uma geração assim como o produto do celuloide Tom Baxter é todos os galãs do cinema com quem as mulheres sonham. As aventuras do par são uma excelente metáfora do que é o mundo de Hollywood, que Cecilia enfrenta, e do que é a vida real, que Tom enfrenta. As diferenças entre ambos são abissais, mas o amor tudo pode.
Há ainda uma oportunidade para ver Dianne Wiest - que depressa se tornará uma das muitas musas de Allen - num papel fenomenal, e Jeff Bridges a transcender-se dando vida a duas personagens distintas.
Uma história apaixonante, muita intriga e uma importante lição sobre o que é falso em cinema. Brinca com tudo o que era permitido e dá uma sensação de plenitude. Uma digna homenagem à arte que amamos.
Mia Farrow é Cecilia, um empregada de café durante a Grande Depressão com uma paixão pelo cinema e com um marido desempregado, abusivo, violento e deselegante. O filme actualmente em exibição, “A Rosa Púrpura do Cairo”, para a maioria da população é apenas um romance que atravessa meio mundo, para Cecilia é um escape da realidade de New Jersey. Vê uma vez, duas, três, estar sozinha ou acompanhada não interessa. Como não tem coragem suficiente nem para deixar o marido, tem de se sentir a viver uma aventura dentro do túmulo egípcio, ou a transbordar glamour no clube novaiorquino Copacabana que, apesar de tão próximo, para ela apenas existe em tela. Até que a crise lhe bate à porta e procura refúgio com o filme que ama. Seria mais uma sessão igual ás anteriores, mas uma das personagens olha para ela e começa a dialogar com Cecilia, acabando por sair da tela atrás dela. As restantes personagens ficam indignadas pela interrupção, produtor e actor voam para ver o que se passa e Cecilia... Cecilia vive o maior dos sonhos, numa época em que era proibido sonhar.
“The Purple Rose of Cairo” é o cinema dos anos 30 renascido, recorrendo à teoria de transposição do cinema para o real que já tinha sido usada por Buster Keaton em “Sherlock Jr.” de 1924 e será adoptada também no blockbuster “Last Action Hero”.
A personagem Cecilia se fosse um homem seria para Woody Allen por ser insegura, sonhadora e cheia de boas intenções. Como é uma mulher ficou para Mia Farrow que finalmente tem um grande papel às mãos do homem com quem então estava. Cecilia é toda uma geração assim como o produto do celuloide Tom Baxter é todos os galãs do cinema com quem as mulheres sonham. As aventuras do par são uma excelente metáfora do que é o mundo de Hollywood, que Cecilia enfrenta, e do que é a vida real, que Tom enfrenta. As diferenças entre ambos são abissais, mas o amor tudo pode.
Há ainda uma oportunidade para ver Dianne Wiest - que depressa se tornará uma das muitas musas de Allen - num papel fenomenal, e Jeff Bridges a transcender-se dando vida a duas personagens distintas.
Uma história apaixonante, muita intriga e uma importante lição sobre o que é falso em cinema. Brinca com tudo o que era permitido e dá uma sensação de plenitude. Uma digna homenagem à arte que amamos.
Título Original: "The Purple Rose of Cairo" (EUA, 1985) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen Intérpretes: Mia Farrow, Jeff Daniels, Dianne Wiest Música: Dick Hyman Fotografia: Gordon Willis Género: Comédia, Fantasia, Romance Duração: 82 min. |
1 comentários:
Outro que está na minha lista de "maiores filmes do cinema"... =)
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