Sheldon Flender: I have never had a play produced. That's right. And I've written one play a year for the past twenty years.
David Shayne: Yes, but that's because you're a genius. And the proof is that both common people and intellectuals find your work completely incoherent. Means you're a genius.
Primeiro foi o Cinema na Rosa Púrpura. Depois a Rádio teve os seus dias. E finalmente a trilogia fica completa com uma homenagem ao teatro. Uma nova viagem no tempo leva-nos à era dourada da Broadway, os loucos anos 20. É nesse mundo que David, um jovem escritor, quer singrar. A peça que escreveu vai ser produzida por Nick Valenti, chefe da Máfia local, que como contrapartida quer a bimba da namorada Olive num papel importante. O dinheiro sujo permite a David contratar grandes estrelas como Helen Sinclair e Warner Purcell, mas aquela Olive é tão boa actriz como é inteligente, e não é nenhuma das duas. David vai ter de gerir o espectáculo e as vedetas, reescrever a peça, dar atenção à namorada e aturar o guarda-costas de Olive que, além de estar a assistir aos ensaios contrariado, é extremamente opinativo.
Mais uma vez Allen conseguiu. Conseguiu um elenco de topo onde todas as personagens estão muito bem entregues. Conseguiu musicar de forma a transportar-nos pelo canal auditivo para uma época setenta anos antes do filme. Conseguiu um argumento brilhante que começa frouxo e com apenas uma revelação desabrocha num dos melhores filmes que o cineasta nos trouxe.
No elenco o protagonismo teoricamente é de John Cusack, mas o filme está nas mãos dos secundários. Jim Broadbent está maravilhoso, Tracey Ullman divertidíssima, Jennifer Tilly irritante no ponto certo, e Dianne Wiest soberba. Joe Viterelli tem feito de mafioso desde sempre pelo que dispensa comentários, mas Chazz Palminteri foi uma descoberta. O actor tinha-se revelado no ano anterior através de um argumento escrito pelo próprio (e apadrinhado por De Niro) e aqui confirma o lugar na ribalta que o levará a fazer os mais variados papéis de italiano bom ou mau. Com todas estas estrelas Mary-Louise Parker fica um pouco apagada, é o que acontece quando a nossa personagem não é uma estrela de teatro num filme sobre teatro.
O retrato das estrelas e das suas manias é desconcertante. O actor com problemas de peso que não pára de comer. A actriz que arrasta sempre uma amostra de cão consigo e fala por e para ele. A candidata a actriz que só lá está por cunha e que envergonha todos. E finalmente a diva que a caminho dos 50 ainda se acha o maior sex symbol e se comporta como tal. “Don’t speak!” é a expressão que se imortalizou e o Oscar para Wiest (segunda nomeação e vitória em cinco filmes de Allen) foi muito bem entregue.
David Shayne: Yes, but that's because you're a genius. And the proof is that both common people and intellectuals find your work completely incoherent. Means you're a genius.
Primeiro foi o Cinema na Rosa Púrpura. Depois a Rádio teve os seus dias. E finalmente a trilogia fica completa com uma homenagem ao teatro. Uma nova viagem no tempo leva-nos à era dourada da Broadway, os loucos anos 20. É nesse mundo que David, um jovem escritor, quer singrar. A peça que escreveu vai ser produzida por Nick Valenti, chefe da Máfia local, que como contrapartida quer a bimba da namorada Olive num papel importante. O dinheiro sujo permite a David contratar grandes estrelas como Helen Sinclair e Warner Purcell, mas aquela Olive é tão boa actriz como é inteligente, e não é nenhuma das duas. David vai ter de gerir o espectáculo e as vedetas, reescrever a peça, dar atenção à namorada e aturar o guarda-costas de Olive que, além de estar a assistir aos ensaios contrariado, é extremamente opinativo.
Mais uma vez Allen conseguiu. Conseguiu um elenco de topo onde todas as personagens estão muito bem entregues. Conseguiu musicar de forma a transportar-nos pelo canal auditivo para uma época setenta anos antes do filme. Conseguiu um argumento brilhante que começa frouxo e com apenas uma revelação desabrocha num dos melhores filmes que o cineasta nos trouxe.
No elenco o protagonismo teoricamente é de John Cusack, mas o filme está nas mãos dos secundários. Jim Broadbent está maravilhoso, Tracey Ullman divertidíssima, Jennifer Tilly irritante no ponto certo, e Dianne Wiest soberba. Joe Viterelli tem feito de mafioso desde sempre pelo que dispensa comentários, mas Chazz Palminteri foi uma descoberta. O actor tinha-se revelado no ano anterior através de um argumento escrito pelo próprio (e apadrinhado por De Niro) e aqui confirma o lugar na ribalta que o levará a fazer os mais variados papéis de italiano bom ou mau. Com todas estas estrelas Mary-Louise Parker fica um pouco apagada, é o que acontece quando a nossa personagem não é uma estrela de teatro num filme sobre teatro.
O retrato das estrelas e das suas manias é desconcertante. O actor com problemas de peso que não pára de comer. A actriz que arrasta sempre uma amostra de cão consigo e fala por e para ele. A candidata a actriz que só lá está por cunha e que envergonha todos. E finalmente a diva que a caminho dos 50 ainda se acha o maior sex symbol e se comporta como tal. “Don’t speak!” é a expressão que se imortalizou e o Oscar para Wiest (segunda nomeação e vitória em cinco filmes de Allen) foi muito bem entregue.
Título Original: "Bullets Over Broadway" (EUA, 1994) Realização: Woody Allen Argumento: Woody Allen, Douglas McGrath Intérpretes: John Cusack, Dianne Wiest, Chazz Palminteri, Jennifer Tilly, Jim Broadbent, Tracey Ullman Fotografia: Carlo Di Palma Género: Comédia, Crime Duração: 98 min. |
1 comentários:
Obrigado António, esse elogio vindo de quem vem é muito importante.
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