Quando se fala de filmes de espiões, o primeiro nome de que todos se lembram é James Bond. Após mais de uma vintena de filmes, continua a existir um elemento estranho na lista. Um filme em que mais actores vestiram a pele de 007 do que em todo o resto da saga. Onde pela primeira vez o espião foi uma mulher. O único em que Bond envelheceu. Falo de "Casino Royale" onde David Niven, Peter Sellers, Woody Allen e Terence Cooper foram o homem das mil mulheres e onde Ursula Andress regressa como Bond Girl, entre muitas outras deslumbrantes actrizes da época como Deborah Kerr e Jacqueline Bisset.
Falar do filme obriga a falar da polémica. O primeiro livro de Fleming sobre Bond foi o único a escapar ao clã Broccoli e por ter sido filmado em conflito com a série oficial - entre "Thunderball" e "You Only Live Twice" - seguiu o rumo de comédia. Peter Sellers seria um dos rostos de Bond. Esse é um de muitos nomes importados de "What’s New Pussycat?". Com ele vieram Woody Allen, o compositor Burt Bacharach e o tema do filme. Ursula Andress, que tinha recebido apenas dez mil pela mítica Honey em "Dr. No", aceitou um papel bastante mais ambicioso e Peter O’Toole também tem um cameo, como tocador de gaita-de-foles.
Connery pedia um milhão para voltar à personagem e por isso foi trocado por David Niven. Mesmo sem o carismático escocês, o orçamento do filme descarrilou passando de seis para doze milhões de dólares. O grande problema foi o conflito das estrelas Peter Sellers e Orson Welles. Tinham de filmar uma cena juntos e recusavam-se a estar na mesma sala. Esse e outros desatinos levaram ao despedimento de Sellers e a muitas alterações no rumo dos acontecimentos.
A história acompanha Sir James Bond, forçado por M a regressar da reforma quando todos os novos 007 são mortos. Aliando-se à perigosa Vesper Lynd e à sempre fiel Moneypenny, vai refazer os serviços secretos. Primeiro treina um James Bond irresistível para saber resistir às mulheres. Depois contrata a filha do melhor agente secreto e da mulher mais sedutora para se infiltrar no quartel inimigo. E finalmente coloca frente a frente o infame Le Chiffre e a maior autoridade mundial em Baccarat. As peças estão em posição e os dados foram lançados. Será isso suficiente para derrotar o desconhecido Dr. Noah?
O resultado é exactamente o pretendido. Uma divertida sátira aos filmes de espiões, com um elenco formidável e dezenas de mulheres sensuais. Esta dezena de 007’s prova que não é James Bond o melhor agente, é James Bond todo aquele que for preciso para fazer o correcto. O argumento tem todo o nexo que seria de esperar e muitas surpresas para apreciar quando for revisto (quem os reconhecer poderá procurar Jean-Paul Belmondo, John Huston, Richard Burton e Geraldine Chaplin). Os problemas da rodagem não se notam na fase final pois as inúmeras histórias paralelas conseguem encaixar sem dificuldade para um clímax inédito. O Bond oficial atravessava uma transição complicada e esta distracção sem preocupações com sequelas ajudou a despressurizar a personagem, a tornar o agente mais acessível, mais humano por dentro e sobre-humano por fora. O perfil totalmente informal era demasiado para Roger Moore, mas foi seguido de perto nos filmes americanos de Matt Helm.
Falar do filme obriga a falar da polémica. O primeiro livro de Fleming sobre Bond foi o único a escapar ao clã Broccoli e por ter sido filmado em conflito com a série oficial - entre "Thunderball" e "You Only Live Twice" - seguiu o rumo de comédia. Peter Sellers seria um dos rostos de Bond. Esse é um de muitos nomes importados de "What’s New Pussycat?". Com ele vieram Woody Allen, o compositor Burt Bacharach e o tema do filme. Ursula Andress, que tinha recebido apenas dez mil pela mítica Honey em "Dr. No", aceitou um papel bastante mais ambicioso e Peter O’Toole também tem um cameo, como tocador de gaita-de-foles.
Connery pedia um milhão para voltar à personagem e por isso foi trocado por David Niven. Mesmo sem o carismático escocês, o orçamento do filme descarrilou passando de seis para doze milhões de dólares. O grande problema foi o conflito das estrelas Peter Sellers e Orson Welles. Tinham de filmar uma cena juntos e recusavam-se a estar na mesma sala. Esse e outros desatinos levaram ao despedimento de Sellers e a muitas alterações no rumo dos acontecimentos.
A história acompanha Sir James Bond, forçado por M a regressar da reforma quando todos os novos 007 são mortos. Aliando-se à perigosa Vesper Lynd e à sempre fiel Moneypenny, vai refazer os serviços secretos. Primeiro treina um James Bond irresistível para saber resistir às mulheres. Depois contrata a filha do melhor agente secreto e da mulher mais sedutora para se infiltrar no quartel inimigo. E finalmente coloca frente a frente o infame Le Chiffre e a maior autoridade mundial em Baccarat. As peças estão em posição e os dados foram lançados. Será isso suficiente para derrotar o desconhecido Dr. Noah?
O resultado é exactamente o pretendido. Uma divertida sátira aos filmes de espiões, com um elenco formidável e dezenas de mulheres sensuais. Esta dezena de 007’s prova que não é James Bond o melhor agente, é James Bond todo aquele que for preciso para fazer o correcto. O argumento tem todo o nexo que seria de esperar e muitas surpresas para apreciar quando for revisto (quem os reconhecer poderá procurar Jean-Paul Belmondo, John Huston, Richard Burton e Geraldine Chaplin). Os problemas da rodagem não se notam na fase final pois as inúmeras histórias paralelas conseguem encaixar sem dificuldade para um clímax inédito. O Bond oficial atravessava uma transição complicada e esta distracção sem preocupações com sequelas ajudou a despressurizar a personagem, a tornar o agente mais acessível, mais humano por dentro e sobre-humano por fora. O perfil totalmente informal era demasiado para Roger Moore, mas foi seguido de perto nos filmes americanos de Matt Helm.
Título Original: "Casino Royale" (EUA; Reino Unido, 1966) Realização: Val Guest, Ken Hughes, John Huston, Joseph McGrath, Robert Parrish, Richard Talmadge Argumento: Wolf Mankowitz, John Law e Michael Sayers (levemente baseados no livro de Ian Fleming) Intérpretes: David Niven, Ursula Andress, Peter Sellers, Orson Welles, Joanna Pettet, Deborah Kerr, Barbara Bouchet, Terence Cooper Música: Burt Bacharach Fotografia: Jack Hildyard Género: Acção, Comédia, Romance, Thriller Duração: 131 min. Sítio Oficial: http://www.mgm.com/view/movie/342/Casino-Royale-%281967%29/ |
1 comentários:
Boa review!
Este filme é demais mesmo mas refiro-o de memória pois já não o revejo há imensos anos. Uma pérola bondiana muito cómica sobretudo.
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